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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Brasil.

ISBN ou ISSN: 

ISBN 978-65-86753-59-2

Autor(es): 

VIEIRA, Carolina Nascimento; MOREIRA, Paula Adelaide M.S.; ANDRÉ, Sumaia Boaventura

Referência bibliográfica: 

VIEIRA, Carolina Nascimento; MOREIRA, Paula Adelaide M.S.; ANDRÉ, Sumaia Boaventura. Taipa de mão no contexto da precariedade habitacional, do saneamento ambiental e das políticas públicas. In: NEVES, Célia et al. Arquitetura e Construção com Terra no Brasil. Tupã, São Paulo: ANAP, 2022, 251 p.: il. – (PPGARQ ; v. especial). cap. 2.6, p. 158-169. ISBN 978-65-86753-59-2. E-book.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Carolina Nascimento Vieira possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia – UFBA (1999), especialização em Arquitectura i Sostenibilitat (2007) pela Fundació Politècnica de Catalanya, mestrado em Arquitectura, Energia i Medi Ambient (2009) pela Universitat Politècnica de Catalunya, doutorado em Arquitetura e Urbanismo, linha de pesquisa Ciência e Tecnologia da Conservação e do Restauro, (2017) pela UFBA e pós-doutorado em Clima Urbano pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Atualmente é Professora Adjunta (DE), do Núcleo de Tecnologia, Projeto e Planejamento da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia e integrante dos grupos de pesquisa de Clima Urbano de Salvador e Arqpop.
 
Paula Adelaide Mattos Santos Moreira possui graduação em Arquitetura e Urbanismo e Licenciatura em Desenho e Plástica, ambas pela Universidade Federal da Bahia - UFBA (1998 e 2014, respectivamente), Especialização em Gestão Informatizada em Recursos Hídricos pela UFBA (2001), Mestrado em Geografia pela UFBA (2004) e Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA (2017). Atua profissionalmente como servidora pública, no cargo de Analista de Reforma e Desenvolvimento Agrário no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. Participa do grupo de pesquisa GeografAR - A Geografia dos Assentamentos na Área Rural (PósGeo UFBA) e do Grupo de Pesquisa Arqpop (PPGAU UFBA). Faz parte, como colaboradora, do corpo docente da Residência Au+E/ UFBA - Assistência Técnica e Direito à Cidade. 
Sumaia Boaventura André Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia - UFBA (1977), Mestrado em Saúde Comunitária (1982), e Doutorado em Medicina e Saúde (2011), ambos pela UFBA. É Professora Titular do Departamento de Medicina Preventiva e Social, da Faculdade de Medicina da Bahia/Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Politicas de Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação médica, Educação e comunicação em saúde, Planejamento em saúde e Modelos assistenciais, Acidentes.
 
Fonte:
http://lattes.cnpq.br/8404355076113726
http://lattes.cnpq.br/7604246909805004
http://lattes.cnpq.br/0082645750265824

Sumário obra: 

Não se aplica

Resumo : 

O texto discorre sobre a técnica construtiva da taipa de mão no Brasil em três distintos segmentos: o pro-cesso histórico, sobre o qual o texto esclarece que a sua origem no Brasil foi proveniente de Portugal através da técnica, com bom acabamento, denominada Tabique e, de países africanos, através da taipa de mão, em versão mais efêmera e rústica, sem maiores acabamentos ou elementos que garantam sua durabilidade ou salubridade, apesar de a terra ser magistralmente utilizada em edificações nesse continente. Desse modo, no período colonial brasileiro, a depender da cultura construtiva local, esta era realizada com primor ou rústica, sendo associada, então, à moradia de pessoas sem recursos. No século XIX, esse aspecto segregador foi ampliado graças ao contexto histórico de valorização da forma de vida européia e desvalorização da cul-tura local, passando a ser mais utilizada nas zonas menos valorizadas das cidades. Entende-se, desse modo, que, as origens do preconceito em relação à taipa de mão remetem à própria participação desta no processo de formação social do país. Atualmente, as edificações resultantes de seu emprego se materializam no ter-ritório nacional em diversos contextos, mas sobretudo, no contexto rural. Seu uso ocorre aí de forma auto-gerida promovendo grande adaptação a diferentes cenários. Esse tipo de moradia é indicativo também de resistência camponesa relacionada à sua permanência no campo, frente ao aspecto da concentração fundi-ária e à consequente inviabilidade de acesso à terra, realidade predominante no Nordeste brasileiro. Esse tema é então discutido no texto, que trata da predominância dessa tipologia em Acampamentos de Traba-lhadores Rurais e da conveniência de sua efemeridade ao ser atribuída à moradia de posseiros de fazendas, justamente para dificultar a aplicação do direito de posse definitiva da terra por usucapião. O segundo seg-mento abordado pelo texto é de grande relevância no combate à precarização da taipa de mão: a questão da doença de Chagas em seu aspecto ambiental. O enfoque segregador da taipa de mão, socialmente for-mado, está associado à visão de que esta técnica de construção é determinante na propagação da doença de Chagas. Entretanto, o texto deixa claro que esta moléstia, na verdade, é um reflexo da forma equivocada com que a população humana explora e ocupa o ambiente, destruindo ecossistemas e determinando a mi-gração de triatomíneos silvestres infectados para as habitações ou o seu peridomicílio. A configuração de vetores domésticos apenas ocorre onde existem condições favoráveis, tais como frestas em paredes de qualquer material, inclusive em bloco cerâmico e em zonas urbanas. As autoras apontam que as ações de melhorias habitacionais podem não ser uma solução decisiva, visto que o controle dirigido ao vetor não é definitivo. O terceiro segmento abordado no texto transcorre sobre políticas públicas brasileiras de habita-ção rural, as quais desprezam qualquer técnica construtiva que não esteja inserida no ciclo de consumo de materiais industrializados. O texto expõe as formas atuais de políticas públicas de habitação rural e se de-bruça sobre as duas mais representativas, PNHR (Programa Nacional de Habitação Rural) e MHCDCh (Me-lhorias Habitacionais para o Controle da Doença de Chagas) - Funasa, ambas ligadas ao Programa Nacional de Desenvolvimento (PAC), constatando que estas servem-se da precarização da taipa de mão e utilizam mecanismos de atrelamento ao uso de materiais construtivos convencionais, impulsionando interesses do mercado da construção civil. Esses programas também não atendem à toda a demanda habitacional vi-gente, além de oferecer programas arquitetônicos muitas vezes inadequados e limitados à adaptação das famílias rurais à sua realidade. Neste sentido, é possível visualizar que o aprimoramento e o conhecimento popular da técnica, pode tornar a taipa de mão um instrumento eficaz para viabilizar moradias de boa qua-lidade a baixo custo e de forma autônoma, trazendo a independência de sujeitos na promoção de uma melhoria de vida, além do uso de materiais menos poluentes e mais acessíveis.

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 12 Julho, 2023 - 18:15
Pesquisador Responsável: 

Alessandra Anunciação

Data da revisão: 
quarta-feira, 12 Julho, 2023 - 18:15
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

Não se aplica.

Autor(es): 

Genoveva Santos Amorim

Onde encontrar: 

https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7105
Acesso em: 16 fev. 2021
 

Referência bibliográfica: 

 AMORIM, Genoveva Santos. Entre viajar e morar: narrativas sobre a territorialidade Kulina. 2019. 301 f. Tese (Doutorado) - Curso de Antropologia Social, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2019.
 

Eixos de análise abordados: 
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Doutora e Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas (PPGAS – UFAM), desenvolveu trabalhos antropoligicos de campo entre os Kulina do Baixo Juruá (AM) e os Katukina do Rio Biá (AM), sendo pesquisadora na área de gestão territórial indígena, etnicidade e territorialidade, sendo também falante da língua Kulina.
 
Fonte:http://lattes.cnpq.br/1214418986518385
 

Sumário obra: 

INTRODUÇÃO
PARTE I – O TERRITÓRIO DA CABEÇA E AS FRONTEIRAS ÉTNICAS
Capítulo 1: Vida e morte do pajé Dami Kulina relacionando os Kulina, os Katukina e os Kanamari
Capítulo 2: Os Kulina, os Deni e os jahua madija
PARTE II – O TERRITÓRIO DO RAMI: AS PLANTAS, OS SERES EXTRA-HUMANOS E OS MORTOS, PROTEGEM E DEMARCAM A TERRA
Capítulo 3: O território do Rami e a volta dos vivos ao local da antiga aldeia Juruapuca
Capítulo 4: A dinâmica de morar no território Kumaru
Capítulo 5: A reocupação Kulina da cidade de Juruá
PARTE III – O TERRITÓRIO COMADE: IMAGEM, CONHECIMENTO E OS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
Capítulo 6: Os processos de educação escolar indígena e o território comade
Capítulo 7: Suicídio, violência e processo de alcoolização
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GLOSSÁRIO
ANEXOS

Resumo : 

A autora entende que a partir do estudo sobre a forma de organização territorial Kulina é possível entender os processos de estabelecimento e reocupação dos territórios tradicionalmente ocupados por este povo e entender as questões contemporâneas, como violência, suicídio e alcoolismo entre seus membros, além de suas relações com política e etnicidade. A autora estuda também a relação interétnica entre os diversos grupos e subgrupos (unidades sociais endogâmicas localizadas próximas geograficamente) Kulina, Kanamari, Katukina e Deni, etnias que habitam a região do baixo Juruá. Essa relação é marcada por xamanismo, língua e outros elementos culturais que, ao mesmo tempo que aproximam, mas também distanciam esses grupos, estabelecendo fronteiras étnicas. Os Kulina falam língua própria e geograficamente estão presentes no Peru, no Amazonas e no Acre, nas regiões de várzea no alto, médio e baixo Juruá, e nos rios Jutaí e Purus, ambos no estado do Amazonas. Considerando os limites geográficos estabelecidos pelo sistema de demarcação de terras indígenas, os Kulina estão localizados na Terra Indígena Kumaru (TI Kumaru) do lago Ualá, na margem direita do baixo rio Juruá, próximo à confluência deste com o rio Solimões. É difícil determinar a quantidade de aldeias e seus habitantes pois, pelo sistema de ocupação territorial Kulina, são constantes os movimentos de migração. Este povo entende essas migrações como “passeios”, que provocam alterações significativas tanto no contingente populacional de determinada aldeia como dentro da própria TI e, até mesmo, dentro do estado. O território, na cosmovisão Kulina, é entendido como uma mistura de algo construído e imaginado, dividido como território de morada dos humanos; território dos não-humanos, como a floresta, que é um território de conhecimento; e o território dos extra-humanos, sendo este o território do imaginário xamanista. O jeito de morar Kulina não é determinado por um espaço fixado e sim a partir da transmissão de conhecimentos históricos e da produção de memória e do imaginário coletivo, mas também do construído, como as aldeias e cidades relacionadas à sua trajetória. Dessa forma, o território Kulina seria traçado a partir de aspectos históricos, simbólicos e afetivos. O Kulina pode sair de um território, mas lá ainda permanecem seus mortos (cemitérios), plantas cultivadas (terreiros) e os seres extra-humanos, como o Rami, associado à planta conhecida como ayahuasca, que é utilizada no ritual Kulina em que se ingere um chá alucinógeno para contato com esses seres. A planta utilizada para a preparação do chá a e sua localização na aldeia são de extrema importância na territorialidade Kulina e as ações do Rami são vistas como protetoras e guardiãs do território. Dessa forma, este nunca é abandonado e, por vezes, os Kulina voltarão a ele como forma de reverência. É dessa forma que o território étnico se configura como geografia mítica. Ao chegar em um território anteriormente ocupado, os Kulina são capazes de identificar em meio à floresta os roçados antigos, os cemitérios e, principalmente, onde está plantado o Rami. Ou seja, os Kulina conseguem distinguir todos os seres que foram plantados no local e, desta forma, estabelecem um vínculo permanente com ele. Assim, não é incomum um Kulina possuir três ou mais casas em diversas aldeias com as quais estabelece vínculos deslocando-se entre elas. Essa forma de entendimento contradiz em grande parte o conceito estatal, que associa um grupo de indivíduos a limites geográficos definidos, entendendo a propriedade como sendo particular e fixada e que, além disso, enxerga a Amazônia como um grande vazio a ser explorado. Ou seja, não se compreende a dinamicidade da cultura e da etnicidade Kulina. Essa diferença é motivo de grandes preconceitos e conflitos envolvendo índios e não-índios, sendo este um dos motivos relacionados à violência vivenciada pelos Kulina na cidade de Juruá e no território Juruapuca. O entendimento sobre estes territórios tradicionalmente ocupados e dos quais os Kulina foram expulsos em 1989 pela implantação da Reserva Extrativista do Baixo Juruá, é composto por uma série de narrativas que discorrem sobre a importância da reocupação, iniciada em 2002. Contudo, foram expulsos pela própria Fundação Nacional do Índio (FUNAI), ou seja, pela entidade que deveria protegê-los e auxiliá-los nesse processo, que não compreendeu seus fatores culturais e, depois de diversos conflitos, convenceu-os a fazer uma aldeia próxima ao antigo local. Os Kulina deixam claro que andar pela cidade de Juruá, é andar dentro de uma aldeia Kulina, apesar de todo o preconceito vivenciado por eles na cidade e de todas as tentativas de expulsá-los completamente desse território, inclusive por determinações judiciais. Nesse contexto, a autora discute questões de acesso a políticas públicas e à demarcação de terras e cita que, em reuniões entre autoridades públicas e líderes Kulina, houve incentivos ao agrupamento em um único local para que não mais morassem dispersos. Isso seria, porém, uma tentativa de acabar com um aspecto importante da cultura desse povo, que é a forma de organização territorial. A autora ainda apresenta numerosos casos de descaso dos não-índios para com o território indígena e a ineficiência das políticas públicas para protegê-lo, considerando-se principalmente as terras demarcadas para uso exclusivo dos Kulina. Esse modelo de demarcação de terras, ao mesmo tempo que garante o direito ao uso da terra, também implica a utilização do território por vários subgrupos, impossibilitando ou dificultando os deslocamentos. A autora aponta ainda que a falta de acesso à terra e a condições de reprodução da vida cultural, conduzem a problemas de saúde mental entre os indígenas, levando muitos inclusive a problemas com alcoolismo e ao suicídio. No que se refere aos locais de escolha para ocupação, é possível perceber que, na concepção Kulina, lugar bom de morar é aquele que oferece frutas e demais alimentos de qualidade e quantidade, peixes grandes para pescar, boa caça e proximidade a postos de saúde. Também consideram importante, as pessoas que moram na aldeia (se há hábitos de bebida, brigas e fofocas). Quanto à construção das casas, a autora não trata especialmente deste aspecto, mas cita rapidamente que os Kulina criam animais soltos, como porcos, galinhas, cachorros, entre outros, que costumam ficar na parte inferior das casas, que são elevadas do solo. Dessa forma, comem as migalhas e resíduos de alimentos que passam pelo assoalho. Essa tipologia faz sentido considerando-se que habitam regiões de várzea.
 

Data do Preeenchimento: 
domingo, 14 Março, 2021 - 21:30
Pesquisador Responsável: 

Edmara Paiva Santana

Data da revisão: 
quinta-feira, 18 Março, 2021 - 21:30
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant'Anna

ISBN ou ISSN: 

Não se aplica.

Autor(es): 

Catherine Jacqueline Suzanne Gallois

Onde encontrar: 

Versão em PDF cedida ao grupo ARQPOP pela autora.
 

Referência bibliográfica: 

GALLOIS, Catherine Jacqueline Suzanne. Sentidos e formas do habitar indígena: Entre a mobilidade e sedentarização: Estudo de caso entre os Wajãpi do Amapá. 2004. 187 f. Tese (Doutorado) - Curso de Planejamento Urbano e Regional, Pós Graduação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
 

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Catherine J. S. Gallois é graduada arquiteta e urbanista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (FAU-USP, 2001), onde também realizou curso de mestrado em Planejamento Urbano e Regional (IPPUR, 2004). Também tem aperfeiçoamento em caracterização e conservação da pedra ( ICCROM, 2009 e UFMG/IPHAN, 2014). É doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal Fluminense (2019). Foi docente do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estácio de Sá e atualmente atua na superintendência do IPHAN no Rio de Janeiro elaborando pareceres e orientações técnicas para obras de conservação e restauro de bens tombados pelo IPHAN, entre outras competências.
 
Fonte: http://lattes.cnpq.br/0158695745997720
 

Sumário obra: 

INTRODUÇÃO
Capítulo 1: Fronteiras e Terras Indígenas
Capítulo 2: Wajãpi Rena e Jisyrysyry: O espaço-tempo de uma família Wajãpi
Capítulo 3: Ocupação na Terra Indígena Wajãpi: os espaços-tempos dos grupos locais e das “aldeias centrais”
Conclusão
Bibliografia
Lista de Siglas
Apêndice
 
 

Resumo : 

A tese tem como objeto de estudo as configurações socioespaciais associadas ao “habitar indígena” Wajãpi (grupo indígena que habita a região do Amapá) em condições de fronteiras – tanto políticas quanto culturais- e os sentidos e formas de habitar marcados pela mobilidade tradicional do modo de vida Wajãpi e a pela sedentarização provocada pelas políticas indigenistas implementadas no seu território indígena. Para compreender a organização territorial, é necessário compreender os modos de vida indígena, a começar pelo conceito de mobilidade vinculado à necessidade de buscar novos recursos quando o sítio ocupado se exaure. Esse tipo de organização territorial tradicional, denominada jisryrysyry, baseia-se em percursos realizados no interior de regiões sem contornos claramente definidos, onde cada grupo empreende suas trajetórias de forma autônoma. Nesse contexto, aldeias são sucessivamente abandonadas e refeitas em outros lugares, associadas a isto, a tradição da residência unixorilocal, em que cada novo casal mora na casa dos pais da esposa, depois no mesmo pátio, em seguida se afasta para outras aldeias e, por fim, cria novos assentamentos. Três elementos compõem a organização territorial Wajãpi: o pátio, jardim e lugar de convívio social; as roças, locais de cultivo; e as casas. Sobre casas, a autora deixa claro que suas estruturas, forma, e materiais se adaptam muito bem à mobilidade das famílias e à disponibilidade de matérias-primas, como cipós para amarrações de palha para cobertura. São abertas de todos os lados, e a proteção contra intempéries se dá através do prolongamento das coberturas em balanço, criando espaços semipúblicos de transição entre a área mais íntima e o pátio. Há três tipos de casa: a Casa Jura, de maior duração e tempo de permanência, com piso elevado, que nunca é usada como cozinha, tendo no máximo uma pequena área com algumas funções de cozinha; a casa yvy’o, térrea, que admite as mesmas configurações da Casa Jura porém sem elevação do piso; e a Casa Tapaina, habitação com caráter provisório, contendo apenas alguns piquetes e uma cobertura. Essas três estruturas podem ter funções diversas e possuem normalmente uma outra menor próxima, a casa de cozinha, sendo esta térrea. Construídas por seus próprios donos, as casas têm muitos aspectos construtivos em comum mas também particularidades, como as proporções das partes construtivas. Os telhados, por exemplo, são sempre em duas águas, mas em alguns casos uma das extremidades é arredondada, formando um semicírculo quando há matéria-prima para isso. A autora ressalta a importância da mobilidade para a recriação da floresta primitiva e de seus ecossistemas. O ciclo de vida de uma aldeia é determinado pelo ciclo agrícola de uma roça - em torno de 4 a 5 anos - e pela falta de determinadas espécies para caça e de matérias-primas necessárias à vida cotidiana, como lenha e a disponibilidade de materiais de construção. Ou seja, a disponibilidade de recursos e o esgotamento ambiental nas proximidades da aldeia são os critérios que definem a necessidade de mudança e abertura de novas roças em locais com bons solos e quantidade e qualidade de caça e materiais de construção. O processo de sedentarização dos Wajãpi começou com a construção da rodovia Perimetral Norte (BR-210), em 1970, que adentra seu território por 30kms. Essa história também é marcada pela intrusão de garimpeiros em 1973/74. Com o amplo programa de pacificações implementado pela FUNAI para a construção da rodovia, assim como para a proteção dos indígenas contra epidemias trazidas pelos garimpeiros, institui-se um processo de dependência e sedentarização crescente, associado a um processo de transformação de identidade e cosmovisão, que envolveu o processo de mudança do que significa território Wajãpi. Os locais de instalação de Postos Indígenas de Atração (PIA) da FUNAI, onde também foram instalados escolas e postos de saúde, foram denominados de ‘aldeias centrais’, e constituíram polos de atração de famílias indígenas em busca de proteção ou apoio. Nesse momento, outros fatores começaram a ser importantes na escolha dos locais das novas aldeia, como a proximidade à essas ‘aldeias centrais’, assim como às regiões de fronteira, que passaram a ser ocupadas para evitar a invasão da terra demarcada. Isso culminou em um modelo de sedentarização, que contrasta com a mobilidade da ocupação tradicional. Deve-se comentar, entretanto, que esse processo de sedentarização implicou graves impactos na cultura Wajãpi e na manutenção da floresta primitiva que, depois de muito tempo de utilização do mesmo solo, este se torna infértil e a floresta já não se recompõe nesse local. Houve também mudanças nas matérias-primas utilizadas na construção de casas nas aldeias centrais velhas, devido ao esgotamento dos materiais tradicionais na região, o que levou à substituição por outros menos resistentes, com menor eficiência e durabilidade, como as telhas brasilit, assim como a utilização de espécies vegetais antes proibidas. Além destes aspectos, os problemas da sedentarização se tornaram visíveis na quantidade de lixo produzida e alastramento de doenças nos grupos locais. Apesar disso, essa ainda é a tendência da maior parte dos Wajãpi, e poucas famílias estão engajadas no processo de mobilidade tradicional, assim como poucos grupos estão de fato fiscalizando os limites da terra indígena por estarem concentrados nas proximidades das aldeias centrais. Considerando as condições de fixação em aldeias centrais velhas (aldeias cuja ocupação se deu por mais tempo do que o ciclo tradicional de ocupação), ressalta-se que algumas famílias passaram a ocupar novas aldeias, onde há disponibilidade de recursos, ocupando também, alternadamente, a aldeia central velha, onde há acesso a políticas assistenciais. Desejam, portanto, estar próximas às políticas assistenciais, mas entendem também que esse processo de fixação desconstrói sua própria identidade. Essa consciência contribuiu para a construção de uma estratégia de concentração e descentralização da ocupação, assim como definição de locais estratégicos para implantação de aldeias centrais, que permite atender a todas as regiões do território indígena e às aldeias secundárias. Assim, famílias podem ter acesso mais rápido à infraestrutura das aldeias centrais e viver e manter suas roças em aldeias periféricas. Esse modelo, porém, nada tem a ver com a ocupação territorial tradicional Wajãpi. A autora comenta ainda as dificuldades enfrentadas nesse processo de planejamento coletivo da organização territorial, visto que os Wajãpi consideram também aspectos de identidade histórica de ocupação de cada grupo em determinado território e, uma ‘aldeia central’ e sua região não coincidem exatamente com a região de ocupação tradicional de um grupo local. Isso implica em uma nova noção de região baseada em fronteiras, diferente daquela definida pelos percursos, de quando praticavam sua territorialidade de forma autônoma. Além disso, a organização coletiva tornou-se necessária já que agora há um território definido para todos os grupos Wajãpi. Ou seja, a territorialidade já não se dá de forma autônoma.
 

Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 5 Janeiro, 2021 - 21:15
Pesquisador Responsável: 

Edmara Paiva Santana

Data da revisão: 
quinta-feira, 14 Janeiro, 2021 - 21:15
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant'Anna

ISBN ou ISSN: 

Não se aplica.

Autor(es): 

Márcia Vieira da Silva

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

SILVA, Márcia Vieira da. Reterritorialização e Identidade do povo Omágua-Kabeba na aldeia Tururucari-Uka. 2012. 176 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Geografia, Instituto de Ciências Humanas e Letras - ICHL, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2012.
 

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Márcia Silva é indígena de etnia Omágua/Kambeba, e também conhecida como Márcia Wayna Kambeba (nome e etnia indígena). A autora é geógrafa pela Universidade do Estado do Amazonas e mestre pela Universidade Federal do Amazonas. Seu foco de pesquisa no campo da geografia é a territorialização e reterritorialização, assim como o processo de ressignificação da etnia Omágua/Kambeba que foi tida como extinta por quase todo o Século XX. Também é poeta, compositora, cantora e fotógrafa registrando a vivência, o território e a identidade não apenas do povo Omágua/Kambeba mas também de outros povos indígenas.
 
Fonte:https://www.recantodasletras.com.br/autores/marciakambeba
 

Sumário obra: 

INTRODUÇÃO
Capítulo 1: Território e Identidade numa abordagem da Geografia Cultural
Capítulo 2: Povo Omágua/Kambeba: Do Território a Desterritorialização
Capítulo 3: Aldeia Tururucari-Uka: Reterritorialização e Identidade do povo Omágua/Kambeba
Considerações Finais
Referências
 

Resumo : 

A tese tem como objeto de estudo o processo de reterritorialização e de reconstrução identitária do povo Omágua/Kambeba não apenas considerando-se o conceito clássico de território utilizado na Geografia, mas a partir do conflito político vivenciado pela aldeia Tururucari-Uka, localizada no município de Manacapuru (AM) e do estudo das relações entre território, cultura e identidade no sentido de resistência e reafirmação étnica desse povo. Considerando a relação íntima entre identidade étnica e o lugar de vivência, a autora aborda vários conceitos de território e identidade propostos por diversos teóricos tendo como base os processos históricos do povo Omágua/Kambeba. Historicamente habitando uma área de várzea, os Omágua/Kambeba fizeram vários deslocamentos ao longo do tempo na região do Alto e Médio Solimões sempre habitando as margens e ilhas dos rios, sujeitas a inundações anuais, sendo por isso conhecidos como o Povo das Águas. Os Omágua/Kambeba se destacam nos séculos XV e XVI principalmente como povo de grande influência e relevância nessa região, sendo considerados por vários viajantes nesse período como o povo de maior desenvolvimento social e cultural por seus rituais e costumes ou pelo grande desenvolvimento territorial. Dos séculos XV ao XVIII, a autora aponta um território organizado em Aparia Maior, cujo representante tinha autoridade do Rio Amazonas ao Rio Napo, e Aparia Menor, a região do Rio Napo (Equador). Houve um processo de migração desse povo no sentido Equador-Manaus, o que exigiu adaptabilidade a nichos ecológicos muito diversos daqueles das várzeas e ilhas do Alto Amazonas, principalmente para o grupo que se instalou em Manaus. O que ainda sobrevive do povo Omágua/Kambeba são cinco aldeias, o que já mostra a perda de expressão deste considerando-se a importância e representatividade que tiveram no passado e, no ano da pesquisa (2012), 11 famílias moravam na aldeia Tururucari-Uka, totalizando cerca de 40 pessoas. Com a quase extinção desse povo, muito do seu território foi perdido, restando apenas um pequeno fragmento do que outrora foi o povo Omágua/Kambebaa, e que ainda não é homologado, havendo ainda brigas por posse desse território. Sendo o foco do trabalho um estudo de territorialidade, a autora trata apenas de alguns aspectos no que se refere à organização espacial e à habitação desse grupo, sem detalhar essa organização ou suas técnicas construtivas. No que se refere à organização política da aldeia, a autora aponta a figura do Tuxuaua, ou Zana, representante e chefe da aldeia, guardião da memória do povo e responsável por ensinar os costumes às próximas gerações. A autora deixa claro ao longo da dissertação que tudo o que envolve essa etnia é carregado de simbolismos e significados, sejam relações sociais, culturais e espaciais ou modo de vida, isso envolve inclusive partilhas, como o almoço, que é sempre realizado na casa do Zana da aldeia, sendo esta a representação da centralidade política da aldeia, demonstrando o papel de importância do Zana sobre os demais indígenas da aldeia. Existe apenas um roçado na aldeia onde todos trabalham em conjunto e assim, a partilha e a reciprocidade são muito fortes tanto na produção de alimentos quanto no manejo dos recursos naturais, como a água. Sobre a aldeia, as casas são em madeira, utilizando-se em especial o cedro, com cobertura em palha de palmeiras. A escolha do local e a construção dependem da autorização do Zana. Uma casa tem espaço interior suficiente para abrigar toda a família e é orientada por um eixo perpendicular à margem do rio. No interior há lugar para fogo, redes e objetos utilizados na vida cotidiana. No que se refere a distribuição espacial das casas, a autora apresenta discordâncias que levam ao entendimento de que durante os séculos XVI, XVII e XVIII o ordenamento das casas acontecia de forma linear à margem do rio. Já no caso da aldeia Tururucari-Uka, esse ordenamento acontece de forma que de uma casa seja possível ver a outra, formando uma rede de comunicação visual em círculo. A primeira casa avistada ao chegar à aldeia é a do Tuxaua, guardião da memória do povo e representante da aldeia. Há uma casa de farinha, que no início da pesquisa (2010) era simples, construída em barro e com cobertura em palha, porém houve uma intervenção da empresa Petrobrás em 2011 que a reconstruiu utilizando materiais estranhos à construção indígena, ou seja, em alvenaria e cobertura em telhas tipo brasilit. No sentido da territorialidade, os Omágua/Kambeba possuem uma noção clara de controle populacional, controlando a quantidade de pessoas que podem morar na aldeia para que não se esgotem os recursos naturais ali disponíveis, utilizando também recursos para que o local da roça possa ser utilizado de forma não exaustiva que degrade a floresta. Frente ao processo de territorialização e reterritorialização do povo Omágua/Kambeba, que devido a massacres e escravização, foram quase extintos e perderam representatividade, muito de sua história e identidade étnica e territorial se perdeu.A atual geração vive um processo que a autora define como “etnogênese” ou “reetinização” através do qual tenta resgatar e reafirmar sua identidade étnica que se perdeu por diversos motivos, como preconceito e subalternidade dos indígenas com relação ao branco que por muitos séculos os escravizaram e negaram sua cultura. A autora destaca ainda a necessidade de valorização desse patrimônio identitário, como a língua natal e os grafismos, desenhos representativos na pele, cerâmicas, roupas e demais objetos, que vêm se desgastando ou pela inoperância dos agentes governamentais de preservação patrimonial ou pela não transmissão desses saberes às novas gerações da aldeia.
 

 

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 15 Fevereiro, 2021 - 21:15
Pesquisador Responsável: 

Edmara Paiva Santana

Data da revisão: 
quinta-feira, 18 Fevereiro, 2021 - 21:15
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant'Anna

ISBN ou ISSN: 

978-9929-778-74-0

Autor(es): 

Carol Cordeiro, Raphael Brandão, Douglas Brandão, Luciane Durante, Ivan Callejas e Emelli da Guarda

Referência bibliográfica: 

CORDEIRO, C. C. M.; BRANDÃO, R. P.; BRANDÃO, D. Q.; DURANTE, L. C.; CALLEJAS, I. J. A.; GUARDA, E. L. A. Taipa de mão em Barra do Bugres, Brasil: aspectos culturais e construtivos em habitação remanescente de quilombo. In: Seminário Iberoamericano de Arquitectura y Construcción con Tierra, 18, 2018, La Antigua Guatemala, Guatemala. Anais... La Antigua Guatemala: USAC-CII / PROTERRA, 2018, p. 488 – 496.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Carol Cardoso Moura Cordeiro graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade do Estado da Bahia e fez especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal do Mato Grosso. É Mestra em Engenharia de Edificações e Ambiental pela UFMT e integrante do Grupo Multidisciplinar de Estudos de Habitação. Atualmente realiza pesquisa voltada para construções vernáculas, meio ambiente e empreendimentos de interesse social.
Informações disponíveis: https://www.escavador.com/sobre/277741753/carol-cardoso-moura-cordeiro
 
Raphael Pinto Brandão é graduando em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Mato Grosso. Atualmente é pesquisador voluntário (VIC) do Laboratório de Tecnologia e Conforto Ambiental (LATECA) da UFMT.
Informações disponíveis: https://www.escavador.com/sobre/8532067/raphael-pinto-brandao
 
Douglas Queiroz Brandão graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Mato Grosso em 1986. Possui mestrado em Engenharia Civil (1997) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2003). Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Mato Grosso, ministrando disciplinas da área de Construção Civil para os cursos de Engenharia Civil (Graduação) e Engenharia de Edificações e Ambiental (Mestrado).
Informações disponíveis: https://www.escavador.com/sobre/393193/douglas-queiroz-brandao
 
Luciane Cleonice Durante possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Mato Grosso, em 1993, especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho (1994), mestrado em Educação pelo Instituto de Educação (2000) e doutorado em Física Ambiental pela UFMT (2012). Atualmente é Professora Adjunta IV do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia da UFMT, docente do Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT), Coordenadora do Laboratório de Tecnologia e Conforto Ambiental (LATECA) do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da FAET/UFMT, Vice Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Tecnologia e Arquitetura Ambiental (GPTAA) e membro do Grupo de Pesquisa em Dinâmica Ambiental e Tecnologia (GPDAT). 
Informações disponíveis: http://lattes.cnpq.br/3288386869580332
 
Ivan Júlio Apolônio Callejas é graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Mato Grosso, em 1995. É mestre em Engenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas (1998) e doutor pelo programa de pós-graduação em Física Ambiental na área de conforto ambiental da UFMT (2012). Atualmente é professor Associado I da UFMT, atuando no Departamento de Arquitetura e Urbanismo e no Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental (PPGEEA). Atua também como colaborador do curso de Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (PROFNIT). 
Informações disponíveis: https://www.escavador.com/sobre/3955988/ivan-julio-apolonio-callejas
 
Emeli Lalesca Aparecida da Guarda é graduada em Arquitetura e Urbanismo, em 2017, na Universidade de Cuiabá, mestre em Engenharia de Edificações e Ambiental (2019) na Universidade Federal de Mato Grosso e doutoranda em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente, participa de pesquisas do Laboratório de Tecnologia e Conforto Ambiental (LATECA) da UFMT e da Universidade de Brasília. Além de atuar como pesquisadora de doutorado no Laboratório de Conforto Ambiental (Labcon/UFSC). 
Informações disponíveis: https://www.escavador.com/sobre/224538590/emeli-lalesca-aparecida-da-guarda
 

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O artigo apresenta um estudo sobre o uso da taipa de mão em uma habitação remanescente de quilombo no município de Barra do Bugres, no Mato Grosso. Com o Movimento Bandeirista, os portugueses levaram as técnicas com terra para as construções no interior do Brasil. Em Barra do Bugres, segundo os autores, o uso da taipa de mão retrata um conhecimento empírico, passado entre as gerações, além de ser uma técnica que possibilita a autoconstrução, a integração entre as pessoas durante a execução e, principalmente, por ser realizada com materiais autóctones têm um baixo custo. Na zona rural do município em estudo localiza-se o Território Quilombola Vão Grande composto por cinco comunidades: Baixio, Camarinha, Morro Redondo, Vaca Morta e Retiro. A habitação em estudo, construída em 1970, encontra-se em Morro Redondo. A partir da observação in loco e entrevista com o morador mais velho da residência foram obtidas algumas análises sobre a edificação em taipa de mão e madeira. Um dos primeiros aspectos observados foi à presença de um altar católico na sala, que, segundo o morador, foi uma tradição apreendida dos antepassados e replicada por todos da comunidade como forma de proteção à família. Em relação à espacialidade, a casa é composta por três blocos separados, sendo que o primeiro abriga a sala e os quartos; o segundo a cozinha e a despensa e o terceiro, o banheiro construído recentemente e localizado mais distante dos outros blocos. A taipa de mão está presente nos dois primeiros que têm a estrutura feita com troncos de árvores nativas, apresentando os pilares enterrados, paredes de vedação formadas por entramados de madeira amarrados com cipó e recobertos com a terra local acrescida de casca de feijão para aumentar a resistência. Além da cobertura em palha, que, conforme a tradição foi retirada ainda verde durante a lua minguante pelo proprietário. O piso é feito da própria terra e está acima do nível do terreno para evitar entrada de água. Já o bloco do banheiro foi construído com tábuas de madeira e telhas de fibrocimento, porém é composto apenas pelo chuveiro. Esse aspecto afeta a sustentabilidade da habitação, pois, apesar de a construção não gerar resíduos e utilizar materiais autóctones, todos os dejetos produzidos pelos moradores são eliminados diretos na natureza, reflexo também da falta de saneamento básico na região. Em relação ao conforto ambiental, foi observado que a sensação térmica interna permaneceu menor que a externa, em função da terra das paredes que retém a umidade, dos grandes beirais que protegem as paredes do sol e da cobertura em palha que permite a passagem do ar e funciona como isolante térmico. Apesar das poucas esquadrias, outras técnicas para ventilação cruzada são utilizadas, como o entramado da parede não ser preenchido com terra até o topo e as aberturas serem em paredes opostas. Na cozinha, algumas paredes são compostas apenas de madeiras verticais, permitindo frestas para liberação da fumaça. Em relação à estética da casa, o morador tem interesse em colocar materiais de acabamento, pois prefere melhorá-la e ampliá-la do que morar em uma casa de alvenaria que afirma ser desconfortável. Os autores reafirmam que a taipa de mão tem um significado cultural nessa região. As construções têm um viés sustentável por conta dos materiais utilizados, mas a falta de saneamento básico é um fator crítico. Além disso, a taipa de mão foi considerada adequada ao clima da região, mas algumas adaptações, como acabamento interno e externo e a adequação aos critérios de habitabilidade poderiam contribuir para a manutenção da tradição local.

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 2 Setembro, 2019 - 08:45
Pesquisador Responsável: 

Melissa Torres de Amorim

Data da revisão: 
terça-feira, 26 Novembro, 2019 - 08:45
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

Não se aplica

Autor(es): 

Margaret Lica Chokyu

Referência bibliográfica: 

CHOKYU, Margaret Lica. Regras do espaço informal: a gramática da Forma na Rocinha. 2017. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Programa de Pós-graduação em Arquitetura, Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de janeiro.
 

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Margaret Chokyu possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela FAU/UFRJ (1997) e mestrado em Arquitetura - PROARQ - FAU/UFRJ (2006) na área de concentração de História e Preservação do Patrimônio Cultural. Atualmente é professora assistente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo no Departamento de Análise e Representação da Forma da UFRJ. Atuou entre 1998 e 2007 como arquiteta e urbanista, realizando projetos residenciais, comerciais e de urbanismo de comunidades. Entre 2008 e 2009 foi arquiteta do Escritório Técnico da Universidade (ETU/UFRJ), na Divisão de Preservação de Imóveis Tombados (DIPRIT), onde foi chefe da seção de projetos. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em História e Preservação do Patrimônio Cultural, atuando principalmente nos seguintes temas: arquitetura, arquitetura de museus, restauração, movimento moderno e urbanismo.
Informações obtidas em: https://www.escavador.com/sobre/7243293/margaret-lica-chokyu-renteria
 

Sumário obra: 

INTRODUÇÃO

  1. GRAMÁTICA DA FORMA
  2. A ROCINHA
  3. A GRAMÁTICA NA ROCINHA

CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 

Resumo : 

A vasta tecnologia disponível nos dias atuais, e as suas ferramentas digitais, possibilitam à arquitetura mudanças relativas à prática projetual e a elaboração de desenhos. Sendo assim, uma das áreas de investigação da arquitetura que pode se beneficiar desses avanços é a da Habitação de Interesse Social (HIS). Isso porque as tecnologias podem ser empregadas de modo a reduzir os custos de produção e auxiliar no desenvolvimento de novas formas, técnicas e materiais construtivos. Portanto, este trabalho aborda o conceito da Gramática da Forma como sendo uma boa ferramenta para auxiliar a elaboração de projetos de HIS, personalizados e produzidos em massa. A Gramática da Forma é um formalismo computacional que pode ser aplicado à arquitetura e urbanismo, especialmente, na análise da forma arquitetônica e urbanística, pois permite o desenvolvimento de metodologias objetivas na identificação de tipos ou grupos arquitetônicos. Logo, para que esse conceito seja aplicado é fundamental que se faça a análise de exemplos existentes, e que a partir deles se busque padrões, os quais servirão para a definição de regras e parâmetros a serem utilizados em projeto. Assim sendo, a hipótese levantada por esta tese é a de que apesar de as habitações informais aparentarem falta de unidade em sua composição volumétrica, há nelas um padrão de composição que leva em consideração as necessidades da família, o sítio e respostas a problemas que se repetem nas construções. Os projetos baseados na Gramática da Forma poderão, portanto, segundo Chokyu, contemplar as individualidades de cada núcleo familiar e, agilizados pela rapidez da tecnologia, minimizar custos, ainda assim adotando um partido arquitetônico. Em vista disso, entendendo a relevância desta ferramenta, o objetivo deste trabalho foi o de definir uma Gramática da Forma para as edificações de caráter residencial de uma área específica da Favela da Rocinha (maior assentamento informal do país), Rio de Janeiro. Para a execução deste trabalho, as suas edificações foram examinadas tanto no que diz respeito à articulação dos interiores, quanto às volumetrias, e ainda quanto à relação dessas residências com a via limítrofe. Apesar da aparente falta de qualidade das edificações, a Autora conseguiu verificar que as soluções construtivas são reflexo de condições impostas pelo sítio e pela situação financeira dos moradores. Além disso, as residências são elaboradas e construídas de maneira espontânea, por vezes baseadas em tradições orais, e, também, verticalizadas, uma vez que não há espaço livre para a ampliação horizontal. Conclui-se, portanto, que a forma das edificações é resultado do processo de ocupação do território e da adaptação à topografia, o que gera um agrupamento de morfologia complexa, associado a um conjunto urbano bastante denso. A análise da Rocinha permitiu o estabelecimento de regras que se propõem a formular novas soluções construtivas, além de viabilizar a elaboração de projetos personalizados para cada família. Foram analisadas no total nove residências, em cinco edificações, todas assentadas na área estudada, sendo quatro delas residenciais, (duas unifamiliares e duas multifamiliares) e uma de uso misto, todas variando de quatro a seis pavimentos. O trabalho de definição da Gramática da Forma teve início com a descrição dos elementos característicos encontrados no corpus da análise. Para tanto, os imóveis foram medidos, fotografados, desenhados, sempre observando os elementos visíveis in loco, como a composição volumétrica, as proporções e as distâncias, pois, por meio dessas observações, poderiam ser estabelecidas as regras de construção. As regras indicam as condições às quais as relações espaciais devem obedecer e são aplicadas algoritmicamente sobre a forma inicial. Durante a formulação da Gramática, as regras foram testadas para verificar possíveis erros de formulação. Também foram realizados os diagramas em árvore, que demonstram as várias formas e sequências em que as regras definidas podem ser aplicadas, mostrando os diversos caminhos e resultados possíveis. A pesquisa deixou evidente características relativas às edificações que permitiram estabelecer 46 regras. Entre estas cabe destacar as mais recorrentes: cem por cento das casas têm a porta de entrada localizada na sala de estar; com a exceção de quitinetes, todas as residências apresentam a cozinha desmembrada da sala; há sempre pelo menos um banheiro na residência; é comum a falta de relação entre as plantas dos pavimentos de uma mesma construção, na maior parte dos casos, o único elemento comum às planta é a escada; a “laje”, na cobertura, é um elemento diferencial, uma vez que funciona como quintal, área de lazer e também área de serviços. Muitas das construções possuem mais de 3 pavimentos sem que haja uma preocupação com a composição das fachadas. É como se as fachadas fossem resultado do arranjo interno e também da condição financeira dos moradores. Muitas das casas apresentam balanços nas lajes, que extrapolam as paredes das fachadas em aproximadamente 35 centímetros. Sempre há pequenos vãos entre as casas e é por onde passam as tubulações hidro sanitárias. Algumas das casas possuem varanda e as caixas d’água são elementos muito visíveis e marcantes quando se vê as casas do alto. Todas as escadas têm dimensionamento fora dos parâmetros estabelecidos pela fórmula de Blondel e, geralmente, são estreitas, íngremes e de abertura mal dimensionada no encontro com a laje superior. As estruturas das casas são superdimensionadas e capazes de suportar alvenarias colocadas em pontos diferentes com relação ao pavimento imediatamente inferior. Os levantamentos realizados nas residências da Rocinha fizeram entender como é dada a articulação dos espaços e dos volumes das edificações, sempre de acordo com a realidade do orçamento familiar e procurando atender às necessidades dos moradores. A identificação da gramática construtiva das residências estudadas permitiu verificar que suas características correspondem a soluções obtidas nos diagramas construídos teoricamente. A Gramática da Forma, portanto, demonstrou ser vantajosa no sentido de propor soluções para a questão da moradia, uma vez que parte da busca de padrões de composição criados pelos próprios usuários e permite a percepção de soluções recorrentes.
 

 

Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 1 Maio, 2018 - 17:30
Pesquisador Responsável: 

Laís Souto Novaes

Data da revisão: 
quinta-feira, 17 Maio, 2018 - 17:30
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant'Anna

ISBN ou ISSN: 

Não se aplica

Autor(es): 

Patrícia Helena Turola Takamatsu

Referência bibliográfica: 

 
TAKAMATSU, Patrícia Helena Turola. Arquitetura vernacular: estudo de caso Vila do Elesbão/ Santana- AP. Belo Horizonte (Minas Gerais), 2013. (Dissertação de mestrado). Escola de Arquitetura. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
 
 
 

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 

 
Patrícia Takamatsu possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009) e Mestrado Interdisciplinar em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, pela Universidade Federal de Minas Gerais (2013). Atualmente cursa o doutorado em Urbanismo, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e é professora assistente da Universidade Federal do Amapá. Atua nas áreas de ambiente construído, urbanismo e tecnologias da arquitetura e urbanismo, dentre outras áreas afins.
Informações obtidas em: https://www.escavador.com/sobre/5536958/patricia-helena-turola-takamatsu
 

Sumário obra: 

1. INTRODUÇÃO
2 ARQUITETURA VERNACULAR E PATRIMONIO CULTURAL
2.2 O CASO BRASILEIRO: WEIMER (2005)
2.2.1 Os tipos brasileiros de Weimer
2.3 CARTA DO PATRIMÔNIO VERNÁCULO
2.5 O DEVER CONSTITUCIONAL DE “PRESERVAR/CONSERVAR”
2.6 O PAPEL DO POPULAR NO PRESERVAR/CONSERVAR
2.7 MOTIVAÇÕES DE PRESERVAR/CONSERVAR
2.8 PRESERVAR/CONSERVAR E SEUS ENTRELAÇAMENTOS COM O VERNACULAR
2.9 CRÍTICAS A PATRIMONIALIZAÇÃO CONSIDERADA NECESSÁRIA A PRESERVAÇÃO/CONSERVAÇÃO
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DA VILA DO ELESBÃO.
3.1. ÁREA DE ESTUDO
3.2 CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA
3.3 ESTRUTURA URBANA
3.4 CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA
3.5 CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA
3.6 CARACTERIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL
4 ANÁLISE METODOLOGICA DA VILA DO ELESBÃO
4.1 RESULTADOS
5 DISCUSSÕES FINAIS
 
 

Resumo : 

Esta dissertação busca definir, a partir da identificação de padrões homogêneos, características que definam a arquitetura vernacular como algo singular, tendo como pano de fundo o debate acerca da preservação patrimonial/cultural e seus parâmetros limitados. Para isto, a autora focalizou seus estudos na Vila Elesbão, assentamento parcialmente em palafitas, localizado na zona metropolitana de Macapá (AP), onde observa-se processo de expansão e segregações espaciais que se confrontam com a conservação do patrimônio existente. No segundo capítulo, a autora trata da essência da arquitetura vernacular e dos significados da preservação cultural, descrevendo, no terceiro capítulo, a metodologia utilizada no estudo da Vila Elesbão. No quarto capítulo, analisa os resultados encontrados e, por fim, no quinto capítulo, apresenta suas conclusões. A dissertação tem argumentações baseadas em Carter e Crowley, Günter Weimer e na Carta sobre o Patrimônio Vernáculo Construído aprovada na 12ª Assembleia Geral do ICOMOS. Em “Convite à arquitetura vernacular”, Carter e Cromley, alicerçam-se na cultura para defender que a arquitetura vernacular é uma manifestação das ações humanas e seus comportamentos, e sua investigação deve pautar-se na história oral, em documentos escritos e no edifício, analisando-o da escala urbana à escala local, a partir da escolha de um objeto modelo. Em “Arquitetura Popular brasileira”, Weimer destaca como características relevantes dessa arquitetura a simplicidade, adaptabilidade, criatividade e a plástica dos materiais utilizados, sendo estas resultado da tradição cultural de quem a produz. As tipologias ribeirinhas em palafitas, definidas por Weimer como casas de mangue e casas de pântano, são caracterizadas mediante croquis e plantas relativas ao assentamento estudado. Em consonância com esses autores, a Carta sobre o Patrimônio Construído Vernáculo enfatiza os valores estéticos atribuídos à arquitetura vernacular e sua relevância enquanto instrumento de registro da história da sociedade. A autora defende que a preservação do patrimônio vernáculo deve levar em consideração o contexto urbano e não somente avaliá-lo a partir dos parâmetros arquitetônicos em si. A ocupação da Vila do Elesbão (AP) inicia-se em 1950 com famílias vindas do Pará, atraídas pela oportunidade de emprego devido à expansão da zona portuária e à exploração de minérios. Depoimentos de moradores afirmam que os primeiros habitantes dividiram suas glebas de terra para morar e produzir, mas que, após serem vendidas, deram lugar às casas e passarelas de comunicação em palafitas construídas artesanalmente. Na vila, destaca-se como produção cultural a carpintaria naval indígena, o que, por si só, demandaria uma atuação pública de preservação por tratar-se de uma atividade referencial para a região que envolve boa parte da população local, conforme levantamento feito pelo IPHAN, já que o transporte fluvial foi, por muito tempo, a única forma de acesso a esta comunidade. Deste modo, a autora analisa os estaleiros, embarcações, passarelas e residências que foram construídas mediante este saber. Em seu levantamento de campo, durante um ano, a autora também coletou dados socioeconômicos de moradores e carpinteiros por meio de ficha elaborada a partir dos critérios de Carter e Cromley, bem como de inventários de conhecimento do IPHAN. A autora procurou apreender as características básicas das edificações, objetivando criar uma relação entre os fenômenos de ocupação e a arquitetura desenvolvida na Vila, e relacioná-la com as ipologias ribeirinhas definidas por Weimer. Para isto, analisa os seguintes aspectos: tempo da construção, tipo de vedação, caimento do telhado, o sentido das ripas, existência de alpendre, composição da fachada, tipologias de portas e janelas, divisão interna, quantidade de quartos, presença de palafitas e tipo de acesso. Após a análise desse conjunto de aspectos, a autora concluiu que o tempo de construção e a localização são as principais variáveis que organizam as tipologias encontradas. As edificações mais próximas dos estaleiros, por não serem nem tão antigas, nem tão novas, possuem adaptações individuais da tradição construtiva ribeirinha. Já as edificações mais próximas da terra, que também são as mais recentes, ignoram totalmente essa tradição, são verticalizadas e podem ser de uso misto (residencial e comercial). Analisando morfologicamente as edificações estudadas, a autora definiu quatro tipologias típicas de planta baixa. São estas: a tipologia 0 corresponde a edificações sem divisão interna; a tipologia RET a plantas com cômodos simétricos e retangulares; a tipologia IRR também possui divisões retangulares, mas estas não têm relações harmoniosas entre si; e, por fim, a tipologia Z corresponde a uma planta retangular com detalhes em chanfros ou curvas em algumas quinas de paredes formando corredores. Os dados analisados são ilustrados com fotografias, gráficos e plantas. A autora destaca, a partir dos resultados obtidos, que a arquitetura vernacular da Vila Elesbão possui valor individual e cria sentido a partir de um contexto urbano, possuindo uma dimensão histórica que a torna transcendente. No que diz respeito à preservação, compreende-se esta arquitetura vernacular como um patrimônio, devendo-se dar a ela importância e a devida atenção à sua manutenção, além de medidas de segurança que garantam sua conservação futura.

 

Data do Preeenchimento: 
sábado, 1 Junho, 2019 - 18:45
Pesquisador Responsável: 

Zara Rodrigues

Data da revisão: 
segunda-feira, 3 Junho, 2019 - 18:45
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

Não há essa informação.

Autor(es): 

Johanna Martha Kopte e Ana Louro

Onde encontrar: 

Acervo da professora Mariely Cabral de Santana.

Referência bibliográfica: 

KOPTE, Johanna Martha; LOURO, Ana. Um estudo de olaria no contexto do folclore – São Paulo: Conselho Estadual de Artes e Ciências Humanas, 1979.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Não foram encontradas informações sobre as autoras na internet. No livro, há, contudo, a informação de que foram alunas da Escola de Folclore de São Paulo, em 1975. Tudo indica também que esta é a primeira edição da obra em foco.

Sumário obra: 

Histórico
O tijolo no passado
Pesquisa de campo
Olarias na periferia da Grande São Paulo
Cortesia e relacionamento
Nomenclatura e tecnologia popular, material, utensílios, água, pipa
Manjarra, tração animal, picador e paço
Banca, forma, inscrição, arco
Banquinha, tabuletas, forno, portas do forno, observação especial sobre o barro
Definição das diferentes mãos de obra
Tecnologia
Contagem e classificação dos tijolos
Modificação da topografia do terreno
Olaria de tração elétrica, olarias em extinção e aberturas de novas olarias, blocos de cimento, material e utensílios
Comparação de tecnologia e nomenclatura usadas nas diferentes olarias pesquisadas na periferia da Grande São Paulo
Dimensão dos tijolos
Aspecto
Constituição do tijolo
Tijolo à vista
Cerâmica – Jundiaí – S. Paulo
Levantamento em Sorocaba
Levantamento em Itapeva
Extinção de olarias em zonas agrícolas
Tijolos no Museu de Iguape
Tijolo antigo em São Vicente
Levantamento em Minas Gerais
Levantamento em Santa Catarina
Levantamento no Rio Grande do Sul
Levantamento no Norte e Nordeste
Alagoas e Pernambuco
Rio Grande do Norte
Considerações sobre a composição do barro
Barreiros levantados
Secagem, cozimento e caieiras
Dimensão de diferentes tijolos
Medidas atuais
Formas, arco
Amassamento do barro
Manjarra e galpões
Oleiros, vida, situação social
A estabilidade da olaria
Origem dos fornos e sua difusão
Construções de tijolos à vista no século II
Modernização da tecnologia do tijolo no século XX
Olaria na Áustria
Manjarra na Áustria
Tijolos artesanais na Espanha
Tijolos artesanais na França
Tijolos artesanais em Portugal
Tijolos artesanais na Inglaterra
Tijolos artesanais nos Estados Unidos da América do Norte
Tijolos artesanais na África
Tijolos artesanais no Líbano e casas na Turquia, Iêmen, Índia
América Central e América Latina
Referência sobre o primeiro tijolo cozido em São Paulo (Piratininga)
Comparação e conclusão     

Resumo : 

A obra se dedica a abordar as olarias e detalhar essa tecnologia artesanal com observância rigorosa à nomenclatura utilizada no meio, apresentando como principal referência a pesquisa de campo realizada pelas autoras. Boa parte das informações trazidas advém dessa pesquisa e parece ser o conteúdo mais relevante de todo texto. A obra está organizada em duas partes, uma em que se descreve os dados coletados em campo, e outra em que se faz um breve panorama sobre o surgimento dos fornos, sua difusão, e o feitio dos tijolos em outras partes do mundo. As informações levantadas em campo foram obtidas através de visita a museus e a olarias, e tratam de questões acerca da nomenclatura, da tecnologia, do sítio e de ordem social. Essas informações são, por sua vez, organizadas em três conjuntos: um primeiro, introdutório, em que trata da nomenclatura, da matéria prima e dos componentes da tecnologia de um modo geral, situando o leitor no processo de fabricação; um segundo, mais específico, que traz as informações coletadas em cada uma das localidades pesquisadas; e um terceiro, que volta a tocar em assuntos relacionados à confecção do produto, só que de modo mais aprofundado e tecendo comparações entre as olarias visitadas. No que diz respeito à tecnologia, faz-se uma espécie de passo a passo da confecção dos tijolos, traz-se informações acerca da sua contagem e classificação, e das modificações na topografia dos barreiros, causadas pela extração da matéria prima. Inicialmente, a pesquisa foi realizada em cinco municípios da periferia da Grande São Paulo, se estendendo para outras localidades do Estado e para outras regiões: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte. Sobre as olarias localizadas nesses Estados, se traz informações como: data de fundação; composição do tijolo, características, dimensões e modo de preparo; instalação da olaria; tecnologia usada; abastecimento de água; utensílios; proprietário do terreno ou arrendatário; e condição de vida dos oleiros, em termos de moradia, jornada de trabalho e grau de escolaridade. Nesta primeira parte do estudo, são feitas ainda comparações entre os dados obtidos em campo, aprofundando-se os seguintes aspectos: composição do barro; barreiros levantados; secagem, cozimento, fornos e caieiras; dimensões dos tijolos; formas; arco; amassamento do barro; manjarras (peça de madeira que faz parte do conjunto destinado à mistura do barro) e galpões; oleiros, vida e situação social; e estabilidade local da olaria. A obra deixa entender nessa primeira parte que sua principal função é compilar informações sobre o funcionamento de algumas olarias no Brasil, de modo que se crie um pequeno registro. A segunda parte do texto é bastante superficial e sucinta. Basicamente, as autoras trazem um breve histórico da origem dos fornos e sua difusão na Europa e nos Balcãs, uma pequena nota sobre a modernização da tecnologia do tijolo no século XX (em que relatam a descoberta da máquina compressora do barro, a padronização dos tijolos, e o uso de revestimentos nas peças), e uma descrição das olarias e tijolos artesanais em alguns países. Essa descrição é muito mais breve, comparada à das olarias brasileiras, e não segue um padrão quanto à informação obtida nos diferentes casos. Os países e localidades abordadas são: Áustria, Espanha, França, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos, África, Líbano, Turquia, Iêmen, Índia, América Central e América Latina. Após esse levantamento, são realizadas comparações entre a situação das olarias pesquisadas no Brasil e o desenvolvimento da técnica no mundo. As autoras concluem que o forno de dois compartimentos, aperfeiçoado pelos romanos, é largamente usado no Brasil e países Latinoamericanos; e que o conjunto da pipa e manjarra, existente em todas as partes do Brasil, é, devido à falta de materiais originais e a uma grande capacidade de improvisação, uma cópia rústica da máquina automática para fabricar tijolos. Por fim, a obra é ilustrada com algumas fotografias. 

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 26 Agosto, 2015 - 11:30
Pesquisador Responsável: 

Estudante bolsista: Camila Contreras Novaes

Data da revisão: 
quarta-feira, 16 Setembro, 2015 - 11:15
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

Não há esta informação

Autor(es): 

Thalita Lins do Nascimento e Maria Angélica da Silva

Onde encontrar: 

Acervo de Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 

NASCIMENTO, Thalita Lins do e SILVA, Maria Angélica da. A Memória Moderna e a Casa Popular na Contemporaneidade: possibilidades, permanências e devires. In: Anais do 5º Seminário DOCOMOMO N/NE. Fortaleza: Departamento de Arquitetura e Urbanismo/ UFC, 2014. 1 CD-ROM.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Thalita Lins do Nascimento tem graduação em Letras Português e suas Respectivas Literaturas pela UFAL (2011) e em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Alagoas (2013). É atualmente Mestranda do Programa de Pós-Graduação Dinâmicas do Espaço Habitado (DEHA/FAU/UFAL), com dissertação iniciada em 2013 com o título atual de Arquitetura moderna e popular em Palmeira dos Índios, Alagoas, sob orientação da prof. Maria Angélica da Silva.

Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/9648548754862651

 

Maria Angélica da Silva é arquitetura e urbanista formada pela UFMG, possui mestrado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (1998) e estágio de pós-doutoramento na Universidade de Évora em 2006 e 2009. É professora associada da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFAL e coordena o Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem desde 1998. Em 1991 publicou Arquitetura Moderna – a atitude alagoana 1950-1964, onde trata, entre outras coisas da arquitetura popular de feição modernista.

Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/0004923271744434

Sumário obra: 

Não se aplica

Resumo : 

O artigo, com fotos e croquis de perspectivas e plantas, parte do estudo da modernização das fachadas das casas de meia morada em duas pequenas cidades no agreste alagoano, Palmeira dos Índios e Quebrangulo. As casas de meia morada são uma tipologia da arquitetura popular do Nordeste, marcante ainda hoje nas cidades do interior desta região. Na tipologia colonial de urbanização com lotes uniformes, estreitos e compridos, chama-se meia morada aquelas edificações que, mais estreitas, possuem um número mínimo de portas e janelas com porta e corredor de acesso lateral. Muitas cidades do interior nordestino são simples arruamentos, compostos inteiramente com tais unidades geminadas. Nos anos 1950 e 60, Palmeira dos Índios e Quebrangulo receberam conjuntos habitacionais da DE/COHAB – AL, prédios públicos e residências em estilo modernista e cinemas, vistos como símbolos do progresso. As casas de meia morada, a partir de então, passaram por um processo de “modernização”, com mudanças apenas no sentido bidimensional das fachadas, geometrização dos elementos em argamassa e, no interior, preservando-se a planta original e seus usos. A fachada, ocultando por platibandas os telhados de duas águas (com cumeeira paralela à fachada frontal, em sua maioria, mas também com cumeeira perpendicular), opera como comunicação da modernidade. Os recursos se concentram na platibanda e na moldura das aberturas, por meio de mudanças de cor, revestimentos, material das esquadrias, entre outros. A autora encontra certas regras de composição. Inicialmente, a divisão da fachada em três partes: parte inferior, corpo e platibanda. Na platibanda concentram-se a maioria dos recursos plásticos, como azulejos, frisos horizontais e verticais, figuras geométricas, escalonamentos e recortes. Ali também se encontra o que popularmente se chama de “gigante”, elemento vertical central, de alvenaria ou argamassa, que ressalta a individualidade da moradia. No corpo da fachada, as aberturas e, em alguns casos, também os frisos, normalmente recebem apenas pintura. A parte inferior distingue-se, geralmente, pelo revestimento diferente – pedra, azulejo, cerâmica, chapisco - ou pela cor, como no gigante. A maior variação nos acabamentos ocorre na base ou na platibanda e, com isso, a “modernização” concorre para a personalização da residência. A planta é tradicional, com uma sala na entrada, dois ou três quartos em seqüência, a partir de um corredor estreito e, ao fundo a cozinha, o quintal e o banheiro, que fica do lado de fora, sendo depois incorporado ao bloco da casa. O quintal é um espaço fundamental, com o plantio de verduras, hortaliças, flores, espécies medicinais, milho e feijão; a criação de alguns animais para abate – galinhas e perus, e, para muitos, lugar de lembranças. Igualmente importante é a cozinha, onde destacam-se, ainda, utensílios tradicionais, como as panelas sempre postas à vista. A autora pesquisou casas cujos moradores são oriundos da zona rural, muitos idosos, e encontrou a vivência rural em algo preservada nas casas urbanas. Fundamental, ainda, são os hábitos comuns nordestinos do acúmulo de objetos afetivos nos outros cômodos, como retratos ao longo das paredes, e da presença símbolos religiosos, entre eles, altares domésticos com santos da casa, além dos presentes no quarto de dormir.

Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 20 Novembro, 2014 - 12:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 20 Novembro, 2014 - 12:45
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Paulo Iroquez Bertussi

Onde encontrar: 
Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Referência bibliográfica: 
BERTUSSI, Paulo Iroquez. “Italian (Brazil s)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World.Cambridge - UK: Cambridge University Press,1997, p. 1693-1694.
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Paulo Iroquez Bertussi é, atualmente, profissional liberal e diretor da empresa Bertussi Design Industrial Ltda.
Informação obtida em: https://www.facebook.com/paulo.bertussi.
Resumo : 
O verbete informa que, durante o último quartel do século XIX, grande número de italianos imigrou do norte da Itália para o Brasil, Argentina e EUA. No Brasil, a maioria teria se localizado no nordeste do Rio Grande do Sul, buscando reproduzir suas tradições construtivas e modo de vida. As primeiras construções eram feitas de alvenaria, com a pedra basáltica abundante na região ou com tijolos artesanais. De início, as casas isoladas no campo eram construções imponentes e grandes para abrigar numerosos filhos. Com o tempo, contudo, o uso da madeira foi o que permitiu a criar a arquitetura que de fato expressa esse momento histórico da imigração. Seu surgimento e desenvolvimento estão ligados à cultura de vinhedos e à preparação doméstica do vinho. A abundância de araucárias foi decisiva nessa mudança. As primeiras casas eram compostas de apenas dois cômodos: cozinha com lareira e sala de jantar onde também se poderia dormir. Os dormitórios eram construídos noutra casa afastada cerca de 20 m, devido ao medo de incêndios. Com o surgimento dos fogões modernos, as cozinhas foram construídas mais próximas dos dormitórios e ligadas a esta edificação por passagem coberta. Em seguida, a cozinha tornou-se um anexo e, por fim, foi incorporada à edificação que contém os quartos de dormir. A casa rural típica tem três andares. O primeiro é parcialmente enterrado e abriga a adega, sendo feito de alvenaria de pedras ou de tijolos e com poucas janelas para manutenção da temperatura. Aí são estocados queijos, salsichas e grãos, além de ferramentas. O segundo pavimento é feito de madeira e tem um cômodo central utilizado como sala de jantar nos domingos e feriados, e outros alinhados em duas alas à esquerda e à direita da entrada principal. No sótão há mais quartos, destinados aos filhos e à estocagem de grãos e outros alimentos que necessitam de ambiente seco. A latrina é sempre construída bem afastada da casa. Os primeiros telhados eram bem inclinados e cobertos com tabuinhas de madeira, denominadas scandole no dialeto local. Depois foram usadas telhas cerâmicas e, por fim, telhas corrugadas de zinco. Portas e janelas eram totalmente em madeira e somente a partir dos anos de 1930 foram dotadas de caixilhos e vidro. A expansão da indústria madeireira foi responsável pela difusão das casas de madeira no meio rural e também urbano. Como as tintas não eram acessíveis, as casas eram sempre na cor natural da madeira. Depois a cal foi usada como tinta. Como não havia conhecimento sobre técnicas e produtos para conservação da madeira, as casas se deterioravam e acabaram sendo substituídas por casas de alvenaria. Ao lado disso, devido à falta de políticas de reflorestamento, as araucárias logo se esgotaram, tornando essas casas testemunhos do passado. O verbete finaliza mencionando o tombamento das casas de madeira de Antônio Prado, um dos últimos conjuntos remanescentes desse período. O verbete é ilustrado com foto de uma casa antiga de alvenaria de pedra.
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 10 Dezembro, 2013 - 12:15
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
segunda-feira, 1 Setembro, 2014 - 12:15
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Bibliografia citada e recomendada:

BERTUSSI, Paulo Iroquez. “Elementos de Arquitetura da Imigração Italiana”. In: Arquitetura no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora Mercado Aberto, 1983.

BERTUSSI, Paulo Iroquez. “Arquitetura Aqui (1875-1950)”. In: Nós os Ítalos Gaúchos. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1996.

POSENATO, Júlio. Arquitetura do Imigrante Italiano no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EDUCS, 1988

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