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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Madeira

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Paulo Iroquez Bertussi

Onde encontrar: 
Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Referência bibliográfica: 
BERTUSSI, Paulo Iroquez. “Italian (Brazil s)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World.Cambridge - UK: Cambridge University Press,1997, p. 1693-1694.
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Paulo Iroquez Bertussi é, atualmente, profissional liberal e diretor da empresa Bertussi Design Industrial Ltda.
Informação obtida em: https://www.facebook.com/paulo.bertussi.
Resumo : 
O verbete informa que, durante o último quartel do século XIX, grande número de italianos imigrou do norte da Itália para o Brasil, Argentina e EUA. No Brasil, a maioria teria se localizado no nordeste do Rio Grande do Sul, buscando reproduzir suas tradições construtivas e modo de vida. As primeiras construções eram feitas de alvenaria, com a pedra basáltica abundante na região ou com tijolos artesanais. De início, as casas isoladas no campo eram construções imponentes e grandes para abrigar numerosos filhos. Com o tempo, contudo, o uso da madeira foi o que permitiu a criar a arquitetura que de fato expressa esse momento histórico da imigração. Seu surgimento e desenvolvimento estão ligados à cultura de vinhedos e à preparação doméstica do vinho. A abundância de araucárias foi decisiva nessa mudança. As primeiras casas eram compostas de apenas dois cômodos: cozinha com lareira e sala de jantar onde também se poderia dormir. Os dormitórios eram construídos noutra casa afastada cerca de 20 m, devido ao medo de incêndios. Com o surgimento dos fogões modernos, as cozinhas foram construídas mais próximas dos dormitórios e ligadas a esta edificação por passagem coberta. Em seguida, a cozinha tornou-se um anexo e, por fim, foi incorporada à edificação que contém os quartos de dormir. A casa rural típica tem três andares. O primeiro é parcialmente enterrado e abriga a adega, sendo feito de alvenaria de pedras ou de tijolos e com poucas janelas para manutenção da temperatura. Aí são estocados queijos, salsichas e grãos, além de ferramentas. O segundo pavimento é feito de madeira e tem um cômodo central utilizado como sala de jantar nos domingos e feriados, e outros alinhados em duas alas à esquerda e à direita da entrada principal. No sótão há mais quartos, destinados aos filhos e à estocagem de grãos e outros alimentos que necessitam de ambiente seco. A latrina é sempre construída bem afastada da casa. Os primeiros telhados eram bem inclinados e cobertos com tabuinhas de madeira, denominadas scandole no dialeto local. Depois foram usadas telhas cerâmicas e, por fim, telhas corrugadas de zinco. Portas e janelas eram totalmente em madeira e somente a partir dos anos de 1930 foram dotadas de caixilhos e vidro. A expansão da indústria madeireira foi responsável pela difusão das casas de madeira no meio rural e também urbano. Como as tintas não eram acessíveis, as casas eram sempre na cor natural da madeira. Depois a cal foi usada como tinta. Como não havia conhecimento sobre técnicas e produtos para conservação da madeira, as casas se deterioravam e acabaram sendo substituídas por casas de alvenaria. Ao lado disso, devido à falta de políticas de reflorestamento, as araucárias logo se esgotaram, tornando essas casas testemunhos do passado. O verbete finaliza mencionando o tombamento das casas de madeira de Antônio Prado, um dos últimos conjuntos remanescentes desse período. O verbete é ilustrado com foto de uma casa antiga de alvenaria de pedra.
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 10 Dezembro, 2013 - 12:15
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
segunda-feira, 1 Setembro, 2014 - 12:15
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Bibliografia citada e recomendada:

BERTUSSI, Paulo Iroquez. “Elementos de Arquitetura da Imigração Italiana”. In: Arquitetura no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora Mercado Aberto, 1983.

BERTUSSI, Paulo Iroquez. “Arquitetura Aqui (1875-1950)”. In: Nós os Ítalos Gaúchos. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1996.

POSENATO, Júlio. Arquitetura do Imigrante Italiano no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EDUCS, 1988

ISBN ou ISSN: 

ISBN 85-232-0249-8

Autor(es): 

Cybele Celestino Santiago

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA.

Referência bibliográfica: 

SANTIAGO, Cybele Celestino. O solo como material de construção. 2 ed ver. Salvador: EDUFBA, 2001.

Eixos de análise abordados: 
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Cybele Celestino Santiago possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (1985), mestrado em Arquitetura e Urbanismo (área de concentração: Conservação e Restauro) pela Universidade Federal da Bahia (1992) e doutorado em Conservação do Patrimônio Arquitetônico pela Universidade de Évora (2001). É professor Associado II da Universidade Federal da Bahia, lecionando na Graduação e na Pós-Graduação. É pesquisadora do grupo de pesquisa NTPR (Núcleo de Tecnologia da Preservação e da Restauração) desde 1986. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: materiais de construção, argamassas antigas, rochas, madeira e terra crua.
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/8320884040894174

Sumário obra: 

PARTE 1 1. Generalidades 2. Solo: formação e origem 3. Textura e estrutura dos solos 4. Composição química e mineralógica dos solos 5. Plasticidade e consistência dos solos PARTE 2 1. O solo como material de construção 2. Adequação dos solos 3. Modos de utilização da terra 4. Características de alguns sistemas 5. Estado hídrico do solo 6. Estabilização dos solos 7. Causas da degradação das construções em terra Bibliografia

Resumo : 

O livro foi elaborado para auxiliar estudantes dos cursos de engenharia e arquitetura a ter contato com o solo como material de construção. Dividido em duas partes, a primeira trata da caracterização química e mineralógica do solo desde a sua origem, com a desagregação das rochas, até sua classificação de acordo com determinadas propriedades, o que é fundamental para a escolha do tipo de solo mais adequado para construção. Nesta primeira parte, destaca-se o item dedicado à identificação táctil e visual dos solos, pois traz informações sobre como identificar os solos de forma prática, o que pode ser útil, por exemplo, para a autoconstrução. A segunda parte trata do solo como material de construção, começando com a descrição do seu emprego na construção de casas em diferentes países e ao longo da história da humanidade. Distingue-se a “construção em terra” e da “construção com terra”, sendo a primeira expressão usada para designar construções resultantes da escavação ou do corte da terra para apropriação desse espaço para a construção, e a segunda, para indicar o uso propriamente dito da terra como material de construção. Neste último caso, o livro mostra que a terra pode ser utilizada para a confecção de coberturas, enchimentos e blocos compactados. Com relação às técnicas construtivas, a autora descreve a taipa de pilão, a taipa de sopapo, a “terra palha”, a “terra derramada”, a confecção de adobes e a terra usada sobre estruturas e como acabamento de paredes. Por fim, a autora informa sobre como se adequar as propriedades de certos solos, tornando-os úteis para construção, por meio da estabilização com cal, betume, cimento ou com o uso de fibras.

Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 31 Julho, 2014 - 21:45
Pesquisador Responsável: 

Sílvia Pimenta d´Affonsêca

Data da revisão: 
segunda-feira, 11 Agosto, 2014 - 21:45
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

Observação: 

Livro com conteúdo básico, com leitura fácil e útil para os oficiais da construção.

ISBN ou ISSN: 

ISBN: 85-85364-02-5

Autor(es): 

Mário Mendonça de Oliveira e Cybele Celestino Santiago

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

OLIVEIRA, Mário Mendonça; SANTIAGO, Cybèle Celestino; LEAL, João Legal. Rudimentos para oficiais de construção e restauração. Rio de Janeiro: ABRACOR,1996.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Mário Mendonça de Oliveira possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (1961) e doutorado em Arquitetura pela Universidade Federal da Bahia - Notório Saber (2001). Atualmente é professor adjunto IV da Universidade Federal da Bahia da qual recebeu o Título de Professor Emérito. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Materiais e Componentes de Construção, atuando principalmente nos seguintes temas: restauração de monumentos, restauração e conservação, restauro, argamassas antigas e conservação do patrimônio. É membro efetivo da Academia de Ciências da Bahia. Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/7052847353691583

Cybele Celestino Santiago possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (1985), mestrado em Arquitetura e Urbanismo (área de concentração: Conservação e Restauro) pela Universidade Federal da Bahia (1992) e doutorado em Conservação do Patrimônio Arquitetônico pela Universidade de Évora (2001). É professor Associado II da Universidade Federal da Bahia, lecionando na Graduação e na Pós-Graduação. É pesquisadora do grupo de pesquisa NTPR (Núcleo de Tecnologia da Preservação e da Restauração) desde 1986. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: materiais de construção, argamassas antigas, rochas, madeira e terra crua. Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/8320884040894174

João Legal Leal é arquiteto, graduado pela Universidade Federal da Bahia e técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Sumário obra: 

Introdução

Conhecimentos gerais

Técnica de Carpintaria

Técnica de Cantaria

Técnica de Estuque

Uso de Resina na Conservação

Resumo : 

O livro é dedicado a artesãos e oficiais que trabalham na área da construção civil. Na primeira parte traz um pequeno relato sobre patrimônio cultural com o intuito despertar esses profissionais para a importância do seu trabalho. Em seguida, contém informações gerais sobre geometria e as formas geométricas direcionadas para cálculos de área e volume. Os conceitos básicos da representação gráfica também são explicados, com vistas ao entendimento do projeto arquitetônico e ao aprimoramento do trabalho desses profissionais nos canteiros de obra. O segundo capítulo do livro trata do ofício de carpinteiro, com informações sobre as características da madeira como material de construção, usos, tipos de corte e emendas. O terceiro capítulo trata da técnica da cantaria e começa com a caracterização, identificação e classificação dos diversos tipos de rochas. O ofício de canteiro é também detalhado, mostrando-se as diferentes maneiras de lavrar a pedra, as diversas ferramentas utilizadas e as técnicas de restauração de cantarias em edifícios históricos. No capítulo referente ao estuque, os autores descrevem as características e propriedades dos materiais utilizados – cal, gesso e cimento - e as técnicas para sua consolidação e restauração com o uso de materiais como resina e fibra de vidro. Por fim, a última parte traz um estudo sobre as resinas, classificando-as e especificando suas propriedades químicas e físicas, sua aplicação na conservação de edifícios históricos, outras utilidades e modos corretos de utilização.

Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 31 Julho, 2014 - 21:45
Pesquisador Responsável: 

Sílvia Pimenta d´Affonsêca

Data da revisão: 
segunda-feira, 11 Agosto, 2014 - 21:45
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

Observação: 

Livro com conteúdo básico, com leitura fácil e útil para os oficiais da construção.

ISBN ou ISSN: 

972-96547-0-0

Autor(es): 

Armando Reis Moura

Onde encontrar: 

Acervo Prof. Daniel J. Mellado Paz.

Referência bibliográfica: 

MOURA, Armando Reis. Espigueiros de Portugal. Parque Natural da Ria Formosa/Instituto da Conservação da Natureza, 1993.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Armando Reis Moura (1931-), português, formado em Ciências Pedagógicas, Ciências Geológicas e Ciências Biológicas, é geólogo e biólogo, além de investigador do patrimônio marítimo. Foi diretor do Departamento de Ciências Biológicas do Instituto de Investigação Científica de Moçambique, e foi professor da Universidade de Aveiro, no Departamento de Biologia. Possui várias obras publicadas sobre fósseis e animais marinhos, e algumas sobre arqueologia naval, embarcações tradicionais e espigueiros. 
Informações obtidas na própria obra. 
Sumário obra: 

Espigueiros

I. Apresentação

II. Prefácio

III. Diretoria

IV. Introdução

V. Panorama bibliográfico

VI. O milho

VII. Definições

VIII. Origens

IX. Evolução dos Espigueiros

X. Estrutura dos Espigueiros

XI. Tipologia dos Espigueiros

XII. Distribuição geográfica dos Espigueiros

XIII. Que futuro?

XIV. Glossário dos Espigueiros

XV. Iconografia

XVI. Bibliografia

XVII. Índice Geográfico do Noroeste de Portugal

XVIII. Índice Iconográfico

XIX. Índice Geral

O Autor

  1. Dados Biográficos

  2. Lista dos Trabalhos

  1. Lista dos Trabalhos

Resumo : 
Livro farto em fotos, com glossário minucioso, farta bibliografia e mapa com distribuição dos tipos gerais. Realiza também um panorama bibliográfico, com destaque para autores como Ernesto Veiga de Oliveira e Fernando Galhano. Como tipo geral, o espigueiro é uma construção para armazenamento de grãos que se distribui do Mar Negro à Península Ibérica, em cujo noroeste existe em maior quantidade e diversidade. Sua distribuição apresenta estreita coincidência com a linha de 1000 mm de precipitação anual, que vai de Portugal às Astúrias. Em Portugal, encontram-se nas terras altas do Minho e Douro Litoral, na parte ocidental de Trás-os-Montes e nas Beiras setentrionais e ocidentais. O espigueiro está vinculado à cultura dos cereais – em particular, a do milho – e ao complexo rural, junto com a eira e a sequeira ou alpendre. O ponto de parte é a chegada do milho grosso ou “maiz” em Portugal, entre 1515 e 1525, já presente nos campos do Mondego e, em 1531, em Lamego, no que Orlando Ribeiro chama de “revolução do milho”. O milho maiz substituiu o milho miúdo no Minho, Douro e Beiras, dada a sua maior produtividade e ao uso de sua palha como forragem. Tal mudança implicou em mudanças na quantidade, forma e tipo dos espigueiros. Em Portugal, as propriedades se constituíam de pequenas parcelas, com uso intensivo e regadio, com uma população numerosa e dispersa em aldeias autossuficientes. As casas possuíam anexos ligados à produção de grãos - eira, alpendre, ou sequeiro, e o espigueiro – com a função de secar e guardar o grão como alimento para entressafra e como sementes para o próximo cultivo. Nesse armazenamento, se fazia necessário o combate contra a umidade, problema recorrente na região das culturas de regadio, e contra insetos, aves granívoras e roedores. A sequeira corresponde a uma grande construção de estrutura dispendiosa, junto às eiras, com portadas grandes para abrir em dias de sol, viradas para o Sul, e parte posterior ripada, para circulação de ar. Já o espigueiro, geralmente em forma de paralelepípedo, é uma construção elevada, com pés com mós, ou mesas, para impedir a ascensão de roedores, faces laterais com ripado estreito para impedir a entrada de aves granívoras e garantir ventilação, telhado de duas ou quatro águas e porta instalada no topo. Moura especula sobre suas possíveis origens, sugerindo que vieram de antigos canastros, de “cestaria dura”, feitos de varas de castanheiro, salgueiro e outras plantas, provavelmente já elevados antes da vinda dos Romanos. A primeira representação gráfica de um espigueiro aparece no séc. XIII e a primeira descrição, em castelhano, no final do séc. XVII. Esboça, ainda, uma evolução dos espigueiros galaico-portugueses. Os primeiros seriam grandes cestos, de forma circular, com paredes inclinadas para fora, de cestaria ou cestaria dura, usados desde o neolítico e chegando até nossos dias. Menciona ainda os “cabaços”, de formato oblongo ou retangular, recentemente desaparecidos. A romanização, no séc. II a.C, trouxe cereais mais produtivos de outros recantos do Império e levou ao uso da madeira e a adoção da forma retangular, com exemplares que também sobreviveram. A “petrificação”, ou substituição da madeira pelo granito, é etapa incerta e, atualmente, registram-se espigueiros em tijolo e concreto armado. Em seguida, Moura descreve, em linhas gerais, a estrutura dos espigueiros que é constituída de “assento” e “corpo”. O assento possui: alicerces, ou “socos”, com fundações enterradas ou não; “pés”, para expor ao vento e afastar os grãos da umidade e dos animais, dispostos em pontaletes e pares ou como muros transversais; e “mesas” ou “mós”, respectivamente peças retangulares ou circulares, para bloquear a ascensão de animais. O corpo é composto por: “base”, formada por duas peças de pedra ou madeira, únicas ou ementadas, e “grade” ou “soalho”, também de pedra ou madeira; “esqueleto”, estrutura composta por colunas, prumos, lintéis, padieiras da porta e frechais; “paredes”, que são de pedra, de madeira, em ripados diversos (horizontal, vertical ou oblíquo), ou outros materiais modernos; “portas” e “postigos”; “escoras”; e “telhado”, com duas ou quatro águas, de palha de centeio, telha de todos os tipos ou de pedra que, por sua vez, pode ser lousa, micaxisto, piçarra ou granito. O autor estabelece ainda uma tipologia, dividindo os espigueiros em estreitos, largos, altos, de tijolo e cimento e incorporados. Os espigueiros estreitos, unidirecionais, são divididos naqueles de parede vertical e de parede inclinada, e subdivididos naqueles em pedra, em pedra e madeira ou somente de madeira, com ripado vertical e com ripado horizontal (podendo ter ou não cárpea e guarda-vento). Os espigueiros largos, por sua vez, possuem planta quadrada e, embora com cobertura única, têm dois compartimentos retangulares e corredor central. São também divididos nos de paredes verticais (de pedra e madeira ou exclusivamente de madeira) e nos de paredes inclinadas. Os espigueiros altos, já desaparecidos, se desenvolvem em altura, sobre uma base precária. Cada um desses tipos se desenvolve em outros tipos nomeados a partir de localidades, a exemplo dos de Gondomar, Um aspecto fundamental é que a presença ou ausência de certos materiais não são condicionantes para as escolhas construtivas ou para a adoção dos tipos. 
Data do Preeenchimento: 
sábado, 12 Outubro, 2013 - 12:15
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quarta-feira, 18 Junho, 2014 - 13:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

972-667-145-0

Autor(es): 

Benjamim Pereira

Onde encontrar: 

Acervo da Prof. Márcia Sant´Anna

Referência bibliográfica: 

PEREIRA, Benjamim. Sistemas de Serração de Madeiras. Lisboa: INIC – Instituição Nacional de Investigação Científica/ Centro de Estudos de Etnologia, 1990.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Benjamim Enes Pereira (1928), antropólogo português, fez parte da equipe fundadora Museu Nacional de Etnologia. Autor de obras indispensáveis ao conhecimento da cultura material tradicional portuguesa, em particular as que resultaram das linhas de investigação do Centro de Estudos de Etnologia e do Museu Nacional de Etnologia, o seu percurso profissional é também marcado pela importância que cedo conferiu ao uso da imagem, fotográfica e em movimento, na documentação das realidades sociais, especialmente com vista ao seu uso em contexto museológico. Dentre suas obras, destaca-se a Bibliografia Analítica da Etnografia Portuguesa, editada em 1965 pelo Instituto de Alta Cultura. 
Sumário obra: 
Introdução 
Serração braçal 
Inventos de engenhos de serração 
Engenhos de serração hidráulicos 
Engenhos de serração movidos a vento 
Conclusão 
Bibliografia 
Autor e data das fotografias 
Índice
Resumo : 
Obra farta em fotos e ilustrações de Fernando Galhano e Manuela Costa que trata das técnicas tradicionais de serração de madeira. Começa-se reconhecendo a proeminência da madeira, como material privilegiado, na História. Entre suas vantagens, assinala-se as grandes dimensões de suas peças, a sua abundância em várias partes do globo, o trabalho (corte, talho, preparo) e o transporte (rolagem e flutuação) fáceis. Assim, era material primordial da era eotécnica, base dos principais instrumentos de caça, da tecnologia agrícola, dos meios de transporte (barcos, trenós e carros), de pontes e fortificações, crucial nos processos mecânicos de transformação – em moinhos e motores, equipamentos têxteis, tornos e prensas – além de seu importante papel no universo ritualístico, na estatuária e em máscaras. Tão versátil que ainda estava presente quando da ascensão da metalurgia, no séc. XIX. Duas seriam as formas de construção em madeira encontradas na Europa. Uma, com estrutura em esqueleto com montantes e traves, onde havia florestas abertas e luminosas de árvores de folhagem na Alemanha, Suíça, França, Inglaterra e sul da Escandinávia. Outra, com paredes autoportantes de toros ou pranchões horizontais, onde havia densas florestas de coníferas como na Rússia, Finlândia, Escandinávia, Europa Central e Alpes. Ao sul da Europa, com árvores mais escassas, apareceria outro tipo de construção. Portugal apresenta três áreas florestais, com predomínio de distintos tipos de árvore. O pinheiro bravo domina no oeste atlântico, em área delimitada ao norte pelo rio Minho e, ao sul, pela embocadura do Sado, avançando para o interior pela vertente ocidental da cadeia montanhosa do centro do país. Árvores de folha caduca, carvalhos e castanheiros, predominam nas terras altas, Serra Minhota, Trás-os-Montes, Beiras Interiores, até as serras de São Mamede, Sintra e Monchique. No Sul, no Alentejo e no sudeste da Beira Baixa, seria a área do Quercus, de folha perene, montados de sobreiro e azinheiro. Tais zonas florestais teriam correspondência arquitetônica. No sul, apelou-se ao emprego de abóbadas e chãos ladrilhados, enquanto nas regiões ricas em madeira, nortenhas, despontou uma arquitetura em madeira, com uso amplo em pavimentos, armação de telhados, portas e janelas. Após uma rápida história das serras a partir da Idade da Pedra, mostrando-se modelos históricos e interpretando-se a iconografia existente, aborda-se a situação em Portugal. As Grandes Navegações foram a grande demanda que definiram a serração no país, inclusive com políticas reais para fornecimento e trato da madeira. Para abastecimento dos estaleiros, recorreu-se, principalmente, aos Pinhais de Leiria, grande mata nacional cuja serração atraiu e fixou gente, propiciando mesmo sua especialização nessa tarefa. O transporte da madeira se dava em geral pelos rios, mas também em, alguma medida, por meio de carros de bois. Em seguida, e este é o cerne da obra, descreve-se as três formas de serração tradicional: braçal, hidráulica e eólica. A serração braçal era preponderante até a aparição das serras em fita de efeito contínuo, dada a fragilidade dos sistemas mecânicos tradicionais e as limitações da rede viária. Executava-se por pares de indivíduos – unidade laboral chamada “serra” – que se embrenhava nas florestas, em trabalho itinerante e imprevisível, vivendo temporariamente em abrigos elementares, de costaneiras e ramos de árvores. O trabalho se desempenhava no local da derrubada, com corte em toras, descascamento e alinhamento, necessitando de sincronia, força e experiência, onde o papel de comando era, também, o de maior esforço. Os engenhos de serração hidráulica, por sua vez, aparecem em documentos do início do séc. XV, com rápida difusão, propagando-se para as ilhas atlânticas, em especial o arquipélago da Madeira, que tinham abundância de madeiras boas e de veios d´água aproveitáveis. Estão especialmente localizados entre os rios Douro e Minho, no Noroeste do país – dotado de excepcional rede hidrográfica e intensas manchas de arvoredo junto de rios ou ribeiros. Com frequência, ficavam ao lado da casa do proprietário, em geral, numa construção em pedra, de planta triangular, com rodas alimentadas por desvios dos rios ou por meio de açudes. Estas construções são pequenas, ao alcance de qualquer um, com maquinário elementar e de fácil construção. O modelo de organização do empreendimento é simples, onde um só indivíduo podia mantê-lo operando. Com produção de baixo nível econômico, não há sucesso da técnica em quadro de exploração capitalista. Ao contrário, é empregada em exploração do tipo familiar, com pluriemprego, sempre subsidiária de outras operações, como instalações de moagem, e com emprego de pouco capital. Seu manuseio é realizado pelo proprietário ou criado e, em alguns casos, por diaristas. Quanto aos engenhos de serração eólica, há menção a um exemplar apenas, montado por técnicos holandeses no tempo de D. João V, sem muita informação a respeito do exemplar, embora com registros que dão conta de uma estrutura técnica e administrativa complexa. A coexistência de tais sistemas nem sempre foi pacífica. Ao contrário, as medidas legais se davam sempre em detrimento da serração braçal, com proteção às serrações mecânicas. Apesar da chegada tardia em Portugal, a serração mecânica industrial foi responsável pela extinção dos sistemas tradicionais. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 3 Maio, 2013 - 11:15
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 19 Junho, 2014 - 12:15
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

Autor(es): 

Sylvio de Vasconcellos

Onde encontrar: 
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA 
Referência bibliográfica: 

Vasconcellos, Sylvio de. Arquitetura no Brasil - Sistemas construtivos.  Revisão e notas: Suzy de Mello. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 1979. 

Eixos de análise abordados: 
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Sylvio de Vasconcellos (1916-1979) era arquiteto e autor de inúmeros estudos, artigos e obras bibliográficas sobre o Barroco Mineiro e a formação dos primeiros povoados em Minas Gerais. Foi Professor Titular da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais e Chefe da Coordenadoria Regional do IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no mesmo estado. 
Sumário obra: 
Cap 1 – Estrutura 
Cap 2 – Vedações 
Cap 3 – Pisos 
Cap 4 – Forros 
Cap 5 – Vãos 
Cap 6 – Coberturas 
Cap 7 – Escadas 
Cap 8 – Armários 
Cap 9 – Pinturas 
Referências Bibliográficas
Resumo : 
O livro trata dos sistemas construtivos tradicionais com ênfase nas edificações históricas de Minas Gerais, sem, no entanto desprezar as outras regiões do país. Com ilustrações e fotografias, descreve as técnicas construtivas de cada etapa da construção, em linguagem bastante acessível, identificando e denominando todos os seus elementos constitutivos. O capitulo 1 trata das estruturas das construções desde os alicerces e fundações até as paredes, informando que estas podem ser simples vedações ou também ter função estrutural. O autor explica e detalha os processos de execução de paredes estruturais, feitas em diversas técnicas tradicionais de construção, tais como: taipa de pilão (com alicerce também em taipa de pilão) e alvenarias de pedra, de adobes e de tijolos, além de também descrever a construção de estruturas autônomas, principalmente as estruturas de madeira, detalhando modos de encaixe, dimensões, tratamento e nomenclatura das peças de acordo com a função. No capítulo 2, o autor trata das vedações, sendo que estas algumas vezes desempenham também, ainda que parcialmente, função estrutural. Explica a execução de diferentes tipos de vedações - pau a pique, tijolos, estuque e tabiques - e de estruturas mistas. Identifica, denomina e caracteriza as diferentes partes que constituem os sistemas de vedação, destacando também os elementos decorativos que os compõem, como, por exemplo, as platibandas e frontões, entre outros. Com relação aos pisos (capítulo 3), o autor descreve exemplos utilizados em diversas épocas e conjunturas, como os feitos em terra batida, em lajotas (de barro, cerâmicas e hidráulicas), em tabuado (com os diferentes tipos de encaixe), além daqueles executados com lajeados, seixos rolados, mármore, parquet e tacos, explicando os usos, a execução, os diferentes tipos de material e as dimensões das peças de cada um deles. O capitulo 4, trata dos diferentes tipos de forro, com bastante ênfase nos de madeira. O autor detalha e classifica os forros de acordo com as formas, os encaixes e uniões das peças de madeira. Trata ainda dos forros executados com outros materiais como tijoleira e gesso. No capítulo 5, referente aos vãos, estuda as diversas aberturas como: portas, janelas, seteiras e óculos, definindo e denominando as partes que os compõem, assim como as esquadrias e outros elementos utilizados para as suas vedações, detalhando os tipos de encaixe, as tipologias e as ferragens utilizadas. No estudo das coberturas (capitulo 6), o autor analisa diferentes tipos de tesouras e as sambladuras que podem ser feitas para a união das peças de madeira, os esforços a que cada peça está submetida, o entelhamento e as soluções usadas como acabamento das telhas e beirais. As escadas (capitulo 7) são estudadas a partir dos diferentes tipos encontrados na arquitetura, analisando-se os materiais usados na construção, a forma como se desenvolvem, o número de lances e o direcionamento que as caracterizam. Assim como ocorre nos outros capítulos, o autor identifica, nomeia e exemplifica as peças e elementos componentes das escadas. Por fim, o livro traz ainda dois pequenos capítulos: um sobre armários fixos (capitulo 8), muito utilizados na arquitetura colonial para guarda de mantimentos e louças, normalmente feitos nos rebaixos das paredes ou nos desvãos das escadas; e outro (capitulo 9) dedicado às pinturas das edificações e dos seus elementos constitutivos, especialmente a pintura dos forros, onde descreve, além das técnicas empregadas, os materiais (orgânicos e minerais) usados como base para as tintas. O livro é bastante ilustrado com fotografias e desenhos, o que facilita a compreensão dos temas tratados. 
Data do Preeenchimento: 
sábado, 6 Abril, 2013 - 10:00
Pesquisador Responsável: 

Sílvia d´Affonsêca

Data da revisão: 
domingo, 31 Agosto, 2014 - 10:00
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

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