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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Taipa de Pilão

ISBN ou ISSN: 

Sem dados.

Autor(es): 

Luís Saia

Onde encontrar: 

Acervo Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 

Saia, Luís. Notas sobre a arquitetura rural paulista do segundo século. In: Saia, L. (1978). A Morada Paulista. 2ed. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1978, pp.61-117.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Luís Saia (1911-1975) nasceu em São Carlos, São Paulo, e formou-se na Escola Politécnica de São Paulo em 1948. Trabalhou no IPHAN e tem, entre suas obras principais, A Casa Bandeirista (uma interpretação), de 1955, e Morada Paulista, de 1971.

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O texto apresenta um tipo de residência rural paulista, solução arquitetônica típica para fazendeiros mais abastados do séc. XVII, a partir de 12 exemplares estudados. O sítio escolhido para essas construções era à meia-altura da paisagem, buscando-se proteção do vento Sul, com a fachada principal a Norte ou Nordeste. O edifício assentava-se sobre um plano, e quando o terreno era inclinado, apelava-se a plataformas artificiais. A planta era um retângulo, esquema fechado que definia nesse tipo de construção sua característica arquitetônica, plástica e funcional. Havia sempre uma faixa fronteira formada pelo alpendre ladeado pela capela e quarto de hóspede. Esse elemento controlava o intercâmbio com o mundo, servindo de albergue para receber empregados e os demais recintos para visitas, resguardando-se a família e separando-a do trabalho. A função receptiva era denunciada pela maior riqueza e cuidado na capela e quarto de hóspedes, marcado pelos cabides e bancos fixos. A capela abria-se para o alpendre, recebendo ali o público enquanto a família assistia aos ofícios do interior da casa, separada por tabiques gradeados. O interior apresentava maior variedade, marcado pela vida austera, com escassos móveis. Seguia-se àquela faixa fronteira uma sala na parte central da planta com quartos de dormir perimetrais, mantendo-se as divisões das paredes presentes na faixa frontal. Ao fundo, havia também um alpendre ou pequenos compartimentos. Enquanto a sala era de telha vã, os quartos e cômodos perimetrais eram cobertos com forro, o que formava um sótão que era aproveitado como depósito. No quarto de hóspede e da capela os forros eram mais trabalhados. Não havia uma cozinha, sequer nos alpendres de serviço. Mantinha-se os costumes indígenas, dados os escravos nativos, muitos no serviço doméstico. O preparo dos alimentos se dava fora, em tripeças. Os alicerces da casa eram de taipa de pilão, com profundidade de 50 cm, e as paredes igualmente erguidas com essa técnica eram de 40 a 60 cm de espessura, com peças longitudinais internas de madeira para travar a construção. A longevidade dos vestígios testemunha a excelência do barro, ao qual, quando não era bom, juntava-se capim ou crina de animal. As paredes exteriores ganhavam revestimento com outro tipo de barro e os beirais do telhado eram amplos e contra a ação das chuvas. Os telhados de quatro águas não tinham tesouras, no máximo, travessas. Essas peças não eram lavradas e os maiores cuidados iam para as peças menores, geralmente de canela preta. Aproveitando-se das grossas paredes de taipa, armários embutidos eram providenciados nas salas e nos quartos. Se nas plataformas fronteiras das residências o piso era de pedra, no chão do alpendre, da sala, dos quartos e serviços, era de terra socada. Assoalho surgia apenas no quarto de hóspede e na capela, porém apodrecia rapidamente por ser assentado diretamente no solo. As paredes internas e externas ganhavam pintura branca, de cal ou tabatinga. Já as peças de madeira recebiam cores, enquanto a pintura decorativa estava reservada à capela, em especial aos forros. O autor ensaia ainda reflexões sobre o processo de ocupação do território e sobre o fim desse tipo arquitetônico com o ciclo do ouro nas Minas Gerais. Coteja ainda a sede de fazenda seiscentista do interior paulista com as fazendas do litoral, delineando suas características e ressaltando, assim, o contraste entre ambas.

Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 9 Março, 2021 - 16:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 23 Março, 2025 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

Observação: 

Originalmente publicado na Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional n.8. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1944.

Autor(es): 

Sylvio de Vasconcellos

Onde encontrar: 
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA 
Referência bibliográfica: 

Vasconcellos, Sylvio de. Arquitetura no Brasil - Sistemas construtivos.  Revisão e notas: Suzy de Mello. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 1979. 

Eixos de análise abordados: 
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Sylvio de Vasconcellos (1916-1979) era arquiteto e autor de inúmeros estudos, artigos e obras bibliográficas sobre o Barroco Mineiro e a formação dos primeiros povoados em Minas Gerais. Foi Professor Titular da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais e Chefe da Coordenadoria Regional do IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no mesmo estado. 
Sumário obra: 
Cap 1 – Estrutura 
Cap 2 – Vedações 
Cap 3 – Pisos 
Cap 4 – Forros 
Cap 5 – Vãos 
Cap 6 – Coberturas 
Cap 7 – Escadas 
Cap 8 – Armários 
Cap 9 – Pinturas 
Referências Bibliográficas
Resumo : 
O livro trata dos sistemas construtivos tradicionais com ênfase nas edificações históricas de Minas Gerais, sem, no entanto desprezar as outras regiões do país. Com ilustrações e fotografias, descreve as técnicas construtivas de cada etapa da construção, em linguagem bastante acessível, identificando e denominando todos os seus elementos constitutivos. O capitulo 1 trata das estruturas das construções desde os alicerces e fundações até as paredes, informando que estas podem ser simples vedações ou também ter função estrutural. O autor explica e detalha os processos de execução de paredes estruturais, feitas em diversas técnicas tradicionais de construção, tais como: taipa de pilão (com alicerce também em taipa de pilão) e alvenarias de pedra, de adobes e de tijolos, além de também descrever a construção de estruturas autônomas, principalmente as estruturas de madeira, detalhando modos de encaixe, dimensões, tratamento e nomenclatura das peças de acordo com a função. No capítulo 2, o autor trata das vedações, sendo que estas algumas vezes desempenham também, ainda que parcialmente, função estrutural. Explica a execução de diferentes tipos de vedações - pau a pique, tijolos, estuque e tabiques - e de estruturas mistas. Identifica, denomina e caracteriza as diferentes partes que constituem os sistemas de vedação, destacando também os elementos decorativos que os compõem, como, por exemplo, as platibandas e frontões, entre outros. Com relação aos pisos (capítulo 3), o autor descreve exemplos utilizados em diversas épocas e conjunturas, como os feitos em terra batida, em lajotas (de barro, cerâmicas e hidráulicas), em tabuado (com os diferentes tipos de encaixe), além daqueles executados com lajeados, seixos rolados, mármore, parquet e tacos, explicando os usos, a execução, os diferentes tipos de material e as dimensões das peças de cada um deles. O capitulo 4, trata dos diferentes tipos de forro, com bastante ênfase nos de madeira. O autor detalha e classifica os forros de acordo com as formas, os encaixes e uniões das peças de madeira. Trata ainda dos forros executados com outros materiais como tijoleira e gesso. No capítulo 5, referente aos vãos, estuda as diversas aberturas como: portas, janelas, seteiras e óculos, definindo e denominando as partes que os compõem, assim como as esquadrias e outros elementos utilizados para as suas vedações, detalhando os tipos de encaixe, as tipologias e as ferragens utilizadas. No estudo das coberturas (capitulo 6), o autor analisa diferentes tipos de tesouras e as sambladuras que podem ser feitas para a união das peças de madeira, os esforços a que cada peça está submetida, o entelhamento e as soluções usadas como acabamento das telhas e beirais. As escadas (capitulo 7) são estudadas a partir dos diferentes tipos encontrados na arquitetura, analisando-se os materiais usados na construção, a forma como se desenvolvem, o número de lances e o direcionamento que as caracterizam. Assim como ocorre nos outros capítulos, o autor identifica, nomeia e exemplifica as peças e elementos componentes das escadas. Por fim, o livro traz ainda dois pequenos capítulos: um sobre armários fixos (capitulo 8), muito utilizados na arquitetura colonial para guarda de mantimentos e louças, normalmente feitos nos rebaixos das paredes ou nos desvãos das escadas; e outro (capitulo 9) dedicado às pinturas das edificações e dos seus elementos constitutivos, especialmente a pintura dos forros, onde descreve, além das técnicas empregadas, os materiais (orgânicos e minerais) usados como base para as tintas. O livro é bastante ilustrado com fotografias e desenhos, o que facilita a compreensão dos temas tratados. 
Data do Preeenchimento: 
sábado, 6 Abril, 2013 - 10:00
Pesquisador Responsável: 

Sílvia d´Affonsêca

Data da revisão: 
domingo, 31 Agosto, 2014 - 10:00
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

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