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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Arquitetura popular

ISBN ou ISSN: 

85-99542-02-8

Autor(es): 

Antonio Luiz Dias de Andrade

Onde encontrar: 

Bibliotecas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Referência bibliográfica: 

ANDRADE,Antonio Luiz Dias de. "Aldeia de Carapicuiba". In: MORI,V.H.,SOUZA, M.C.S., BASTOS, R.L e GALLO, H. (orgs) Patrimônio: Atualizando o Debate. São Paulo: 9ª SR/IPHAN, 2006, p. 24-32.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Antonio Luiz Dias de Andrade (1948-1997) formou-se em Arquitetura na FAU-USP onde também realizou os cursos de mestrado e doutorado e atuou como professor a partir de 1976. Dirigiu a Superintendência do IPHAN em São Paulo de 1978 a 1994, atuando também no período como Conselheiro do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico Arquitetônico e Turístico de São Paulo – Condephaat. Pesquisador da arquitetura e das técnicas construtivas, especializou-se em restauração e conservação do patrimônio edificado, tendo realizado vários projetos e obras neste campo, além de publicado trabalhos relativos à preservação do patrimônio cultural e à arquitetura vernacular do Vale do Paraíba. Este artigo é uma reedição. 
Sumário obra: 

Não se aplica

Resumo : 
O estudo dialoga com antiga pesquisa realizada por Luis Saia, em 1938, sobre a Aldeia de Carapicuíba, localidade tombada pelo IPHAN que pertencente ao município de mesmo nome localizado na região metropolitana de São Paulo. Trata-se de estudo arquitetônico de caráter tipológico que contém também uma abordagem histórica e de cunho etnográfico, neste último aspecto, influenciada pelo estudo de Pierre Bourdieu sobre a casa Cabila e pelos de Carlos Lemos relativos ao uso social dos espaços na arquitetura tradicional brasileira. Contém ainda interessante documentação gráfica e fotográfica sobre a arquitetura popular produzida no local. O estudo objetiva mostrar como transformações econômicas, sociais e culturais impactam o espaço arquitetônico e urbano, podendo ser “lidas” através dos traços e estratos que deixam nesses espaços. A Aldeia de Carapicuíba foi escolhida como objeto de estudo por ser o único exemplo de aldeamento jesuítico que manteve por mais tempo padrões pré-estabelecidos de organização social e por existirem dados acessíveis relativos à natureza das atividades aí desenvolvidas. O autor inicia o texto descrevendo a implantação espacial e a situação atual do assentamento, ressaltando a permanência do partido jesuítico baseado na grande praça central circundada por habitações – o terreiro –, tendo em um dos lados, em posição de destaque, a capela. Descreve também as novas ocupações em torno deste núcleo, tanto no que toca às atividades produtivas como habitacionais. Assinala que embora as habitações sejam externamente semelhantes, dois tipos distintos de organização interna prevalecem a despeito da adoção comum da estrutura independente de madeira com vedações de taipa ou pau-a-pique: um que denomina de “erudito” e que identifica como decorrente de uma interpretação popular da casa típica do século XIX, organizada ao longo de um corredor central com distribuição clara de funções; e outro que caracteriza como simples justaposição de cômodos, sem evidência de “plano racional” de organização. Outros traços comuns das casas do terreiro seriam o partido que se acomoda à declividade do terreno e as coberturas em duas águas com cumeeira paralela à testada do lote. O autor comenta ainda o uso dos quintais como locais de serviço domésticos, preparação de alimentos, pequenos cultivos e criação de animais. Sobre as casas de construção mais recente, localizadas em loteamentos próximos do núcleo inicial, ressalta o padrão de implantação distinto do tradicional e caracterizado por cortes no terreno; a organização interna que tem como traço distintivo a sobreposição de funções; e o emprego de sistemas construtivos e materiais de construção variados como alvenaria de tijolos, blocos de concreto, folhas de zinco, placas de fibrocimento e lajes pré-moldadas. Por fim, são descritos os dois tipos de casas isoladas existentes em torno do núcleo central: as casas menores e mais antigas que não diferem das existentes no terreiro da aldeia e as casas maiores construídas mais recentemente em lotes maiores para lazer e recreio. O estudo conclui que a partir de um agenciamento padrão mais antigo, os espaços internos das habitações foram sendo reorganizados conforme as novas ordens sociais que surgem, as diferenças culturais e as disponibilidades econômicas. 
Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 6 Março, 2014 - 13:00
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
sábado, 30 Agosto, 2014 - 13:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Bibliografia indicada:

BOURDIEU, Pierre. La Maison Kabile ou Le Monde Renversé. In: Echanges et communications – Mélanges offerts à C. Lévi-Strauss l’occasion de son 60e nniversaire.

Paris/La Haye: Mouton, 1970, p. 739-758. 
 
LEMOS, Carlos. Pesquisas sobre habitação popular – 1964-1965. São Paulo: FAU/USP, 1976.

SAIA, Luis. Aldeia de Carapicuíba – original datilografado, 1938.

ISBN ou ISSN: 

Não há essa informação.

Autor(es): 

Lúcio Costa

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

COSTA, Lucio. “Documentação Necessária”. In: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n° 01, Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde: Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1937, pp 31-39.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa (1902-1998) foi arquiteto e urbanista, com papel decisivo na Arquitetura Moderna brasileira, no ensino de Arquitetura e Urbanismo e na relação estabelecida entre a arquitetura vernacular nacional e a produção contemporânea. Formou-se como arquiteto na Escola Nacional de Belas Artes, em 1924. Foi nomeado para dirigir a mesma instituição em 1930. Foi um dos autores do projeto do edifício-sede do Ministério da Educação e da Saúde Pública – MESP (1936-43), co-autor do Pavilhão Brasileiro na Feira Universal de New York, em 1939, e autor do Plano-Piloto de Brasília (1957). Foi funcionário e diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. O artigo foi publicado pela primeira vez no número 01 da Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1937. 
Sumário obra: 

Não se aplica

Resumo : 
Este artigo é um dos primeiros a ressaltar e louvar a origem popular da arquitetura civil do Brasil, do período colonial até a primeira década do século XX. É também um elogio à arquitetura moderna, definida por Costa como herdeira e ponto culminante do processo natural de evolução desta tradição popular portuguesa, “amolecida” no Brasil e preservada por mestres de obras vistos, muitas vezes, como incultos. Define esta arquitetura como “arte do povo” e de uma “rudeza acolhedora”, presente nas construções rurais, que associa à virilidade e às qualidades da “raça” portuguesa. Seria uma arquitetura “sem afetação”, desenvolvida “naturalmente”, com proporções justas, “sem make-up” e com “saúde plástica perfeita”. Para sua longa permanência teriam contribuído dificuldades materiais, a mão de obra inicialmente “bisonha” de índios e negros e a distância, esta responsável pelo “atraso” com relação à metrópole e pelo desinteresse por inovações. Para descrever essa arquitetura e suas qualidades, Costa focaliza o tema da casa. Além de grande valor arquitetônico, a casa teria importância na formação dos arquitetos pelas lições construtivas e espaciais que dá, as quais deveriam ser absorvidas com a ajuda dos “homens de ofício”, isto é, daqueles que garantiriam a exatidão técnica e a objetividade que a caracterizam. Um foco especial é colocado sobre as “casas pequenas”, de “três a cinco sacadas e porta de banda”, como as encontradas nas velhas cidades mineiras. As casas térreas “de pouca frente e muito fundo”, telhado de duas águas e cumeeira paralela à rua também são mencionadas e, por fim, também a “casa mínima” ou “do colono”, pois continuaria ainda viva em todo o país apesar do seu aspecto frágil. Feitas de “pau do mato próximo” e da terra do chão como “casas de bicho”, abrigam toda a família e fazem parte da terra como “o chão que continua”. Por isso, seria respeitável, digna e seu processo de confecção é visto como engenhoso: barro armado com madeira; piso elevado do chão; paredes caiadas para evitar humidade e barbeiro. Costa defende que este tipo de construção seja adotado para residências de verão e casas econômicas de um modo geral. Recomenda ainda estudar: os sistemas e processos de construção; as diferentes soluções de planta e suas variações regionais; os telhados simples que se “esparramam como asa de galinha” sobre alpendres, puxados e dependências; os forros de saia e camisa; as esquadrias cujo número aumenta com o tempo, até o surgimento da varanda; e, por fim, o mobiliário. Costa observa que até 1910 os mestres de obra estavam no bom caminho, pois seguiam essa tradição portuguesa de “não mentir”, utilizando materiais modernos como o ferro em escadas, colunas e perfis, com soluções plásticas tão modernas quanto as de Le Corbusier. Avalia que essas normas foram abandonadas, gerando a “confusão” que caracterizaria a arquitetura dos anos 1920 e 30, em razão do mal ensino da arquitetura, com sua confusa bagagem “técno-decorativa”, e do aparecimento do cinema que, difundindo imagens de bangalôs, castelos e outras, teria criado novos desejos na população. O texto é ilustrado com vários desenhos de Costa que acompanham as afirmações contidas no artigo. 
Data do Preeenchimento: 
domingo, 4 Maio, 2014 - 09:45
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 11:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Autor(es): 

Alejandra Hernández Muñoz

Onde encontrar: 
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – UFBA
Referência bibliográfica: 
MUÑOZ, Alejandra Hernández. Santo Antônio - Um Passo Além do Boqueirão. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, UFBA - Salvador, 2002. 
Eixos de análise abordados: 
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Alejandra Hernández Muñoz é uruguaia e residente em Salvador/BA desde março de 1992. É arquiteta e urbanista graduada em 1997 na Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAU/UFBA) e mestre em Desenho Urbano pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo PPGAU/FAU/UFBA. De sua atividade profissional como arquiteta, entre 1997 e 2007, destaca-se a elaboração e consultoria de diversos projetos de paisagismo e recuperação ambiental, bem como a coordenação dos Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano dos municípios baianos de Camamu, Simões Filho, Camaçari e Madre de Deus. No âmbito acadêmico, desde 1998, vem desenvolvendo atividades docentes e de pesquisa sobre arte e arquitetura. Foi professora substituta de História e Teoria da Arquitetura na FAU/UFBA entre 1998 e 2001 e, desde 2002, é professora assistente de História da Arte na EBA/UFBA. Enquanto responsável pela disciplina de História da Arte Contemporânea desenvolve pesquisas na graduação sobre Arte Latino-americana, Artes Audiovisuais, Arte e Inconsciente, Arte e Erotismo. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/0998313478730536
Sumário obra: 
1. Introdução 
1.1.Crescimento das cidades brasileiras nos anos 90 
1.2.Cidade Central como categoria de análise 
1.3.Centro Histórico dentro da Cidade Central 
2. Metodologia 
2.1.Considerações gerais 
2.2.Paisagem Urbana Histórica como tema de análise 
2.3.Limites entre estudo e proposta 
2.4.Referências metodológicas 
2.5.Estruturação do levantamento e da análise 
3. A Cidade Central de Salvador 
3.1. Processo Urbano: da fundação de Salvador até meados do sec. XX 
3.2. Processo Urbano: de meados do sec. XX até hoje
3.3. Delimitação da Cidade Central 
3.4. Decadência e valorização da centralidade desde os anos 50 
4. Santo Antônio além do Carmo 
4.1.Delimitação da área 
4.2.Estudos existentes sobre a área 
4.3.Análise do ordenamento visual 
4.4.Alternativas para a área 
Resumo : 
A dissertação analisa a “Cidade Central” de Salvador a partir do conceito de “paisagem histórica urbana” enquanto resultado formal da relação entre sítio, construções, pessoas e atividades no tempo. Considerando o crescimento da cidade e a migração de funções centrais, a autora analisa também as intervenções de revitalização da zona central da cidade, que pautaram-se na expulsão de moradores e no fortalecimento de atividades turísticas, bem como na introdução de novos elementos. O bairro de Santo Antônio Além do Carmo é tomado como exemplo de “paisagem histórica urbana”, estudando-se sua formação, estrutura urbana, principais construções e desenvolvimento. No capítulo 4, a formação das “estruturas populares” é analisada, identificando-se três elementos: os espaços individuais das moradias; as articulações (ruas, becos, passagens de pedestres) e os espaços de reunião comunitária (praças, largos, igrejas). Esta ocupação do bairro, ao longo de quatro séculos e meio, resultou num tecido edificado muito denso no topo da colina, tendo as encostas verdes como elemento fundamentais da identidade do conjunto. A dissertação contém fotos, mapas e esquemas mostrando as formas de ocupação e uso do solo nesta região. As tipologias das edificações, no decorrer dos anos, são identificadas, mas não se entra em detalhes técnicos. 
Data do Preeenchimento: 
sábado, 30 Março, 2013 - 14:45
Pesquisador Responsável: 

Estudante bolsista: Adaléia Freire

Data da revisão: 
domingo, 20 Julho, 2014 - 14:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

13: 978-0-7506-6657-2 ou 10: 0-7506-6657-9

Autor(es): 

Paul Hereford Oliver

Onde encontrar: 

Disponível em pdf na Internet, em inglês.

Referência bibliográfica: 

OLIVER, Paul. Built to meet needs: cultural issues in vernacular architecture. Oxford: Architectural Press, 2006. 475 pp.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University e de 1978-1988 e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como coordenador da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). O livro Built to Meet Needs é uma coletânea, editada pela primeira vez em 2006, que reúne textos, artigos e conferências do autor, elaborados entre os anos de 1980 e 2002. 

 

Sumário obra: 

Acknowledgements vii

List of illustrations xi

Introduction xxi

Part I: Defining the field

1 - Why study vernacular architecture? (1978) - 3

2 - The importance of the study of vernacular architecture (1993) - 17

3 - Problems of definition and praxis (1999) - 27

Part II: Cultures and contexts

4 - Learning from Asante (2000) - 47

5 - Cultural traits and environmental contexts: Problems of cultural specificity and cross-cultural comparability (1999) - 55

6 - Huizhou and Herefordshire: A comparative study (2001) - 69

7-  Tout confort: Culture and comfort (1986) - 87

Part III: Tradition and transmission

8 - Vernacular know-how (1982) - 109

9-  Earth as a building material today (1983) - 129

10 - Handed down architecture: Tradition and transmission (1989) - 143

11-  Technology transfer: A vernacular view (2003) - 163

Part IV: Cultures, disasters and dwellings

12 - The cultural context of shelter provision (1978) - 185

13 - Earthen housing and cultures in seismic areas (1984) - 197

14 - Factors affecting the acceptability of resettlement housing (1984) - 223

15 - Rebirth of a Rajput village (1992) - 247

Part V: Conservation and continuity

16 - Conserving the vernacular in developing countries (1986) - 267

17 - Re-presenting and representing the vernacular: The open-air museum (2001) - 287

18 - Perfect and plain: Shaker approaches to design (1990) - 315

Part VI: Suburbs and self-builders

19 - Individualizing Dunroamin (1992) - 333

20 - Round the houses (1983) - 349

21 - Kaluderica: High-grade housing in an illegal settlement (1989) - 365

Part VII: Meeting the challenge of the twenty-first century

22 - Tradition by itself (2000) - 383

23 - Ethics and vernacular architecture (2000) - 395

24 - Necessity and sustainability: The impending crisis (2002) - 411

Conferences and publications - 427

Index - 431

Resumo : 
Nesta obra o autor ressalta a grande variedade existente de formas construídas no campo da arquitetura vernacular, em decorrência da diversidade dos ambientes, economias, tecnologias, capacidades herdadas, estruturas familiares e sociais, sistemas simbólicos e de crenças das várias sociedades humanas. Essa variedade expressa também as diferentes demandas e valores inerentes a cada cultura. Este livro é uma reunião de artigos, conferências e estudos feitos por Oliver a partir dos anos de 1980, os quais organiza por temas. A obra, contudo, não é uma tentativa de classificar e descrever em detalhe as formas da arquitetura vernacular em todo o mundo como foi feito na Encyclopidia of Vernacular Architecture of the World, também coordenada pelo autor, ou no seu livro Dwellings: The Vernacular House World-Wide, ambos ainda não editados no Brasil. Alguns capítulos deste livro, contudo, são dedicados a certas idéias introduzidas nesses outros livros e que aqui são mais desenvolvidas. O autor declara na Introdução que o principal objetivo dessa publicação é considerar os fatores culturais que sustentam a arquitetura vernacular. O livro está organizado de acordo com os seguintes temas: 1) “Definindo o campo”, onde estão reunidos textos que tratam de questões conceituais como a definição e aplicação do termo “arquitetura vernacular”; 2) “Culturas e contextos”, onde se relacionam traços culturais e aspectos ambientais com as tradições construtivas; 3) “Tradição e transmissão” onde são trabalhadas questões relacionadas à transmissão e à continuidade das tradições construtivas; 4) “Culturas, desastres e moradias” que comenta as atitudes governamentais e da população sobre a questão da moradia diante e em conseqüência de desastres naturais; 5) “Conservação e continuidade”, que aborda as questões culturais relacionadas à continuidade e à conservação da arquitetura vernacular; 6) “Subúrbios e autoconstrutores” que trata das expressões da arquitetura vernacular constituídas pelas manifestações de individualidade que estão presentes na arquitetura dos subúrbios e nas experiências de autoconstrução; 7) “Enfrentando o desafio do século XXI” onde se identifica o lugar e o papel da arquitetura vernacular nas políticas de diminuição do déficit habitacional e se defende a participação das culturas afetadas por essas políticas. Cada uma dessas partes do livro é composta por textos elaborados em períodos distintos. Todos os textos dessa coletânea são fartamente ilustrados com desenhos e fotografias sobre arquitetura popular em todo o mundo, especialmente na África, Ásia e Europa, mas também na América Latina. Para efeito deste guia de fontes, 12 artigos considerados importantes para a abordagem de questões ligadas aos eixos de pesquisa aqui privilegiados foram fichados de modo independente. 

 

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 6 Agosto, 2012 - 20:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 
Considerando os eixos da pesquisa que orientam a seleção de obras para o Guia de Fontes sobre Arquitetura Popular foram fichados 13 textos, os quais comporão fichas específicas subordinadas e numeradas a partir desta. 
Autor(es): 

Jaqueline Tyrwhitt

Onde encontrar: 

Acervo da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA 

Referência bibliográfica: 

TYRWHITT, Jaqueline. Chios. In LEWIS, Davis (org.). La Ciudad: problemas de diseño y estructura. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1968.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Mary Jaqueline Tyrwhitt (1905-1983) foi uma arquiteta, paisagista e planejadora urbana anglo-grega, além de jornalista e educadora. Foi Professora da Graduate School of Design no Department of City Planning and Landscape Architecture, da Universidade Harvard, por muitos anos até sua aposentadoria. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu, por sete anos, como Diretora de Pesquisa e de Estudos da School of Planning and Research for Regional Development. A partir de 1941 trabalhou junto à Association for Planning and Regional Reconstruction no mapeamento de estatísticas sociais e no planejamento da reconstrução pós-guerra. A partir de 1951, mudou-se para o Canadá onde lecionou na School of Graduate Studies, de Toronto, para as Nações Unidas na Índia, entre 1953-54, até assumir sua posição na Universidde Harvard. Mudou-se para a Grécia quando de sua aposentadoria, em 1969, onde foi nomeada editora do jornal Ekistics, publicado pelo arquiteto Constantine Doxiades. Tyrwhitt é reconhecida como uma participante direta do grupo de pessoas que formatou o Movimento Moderno no pós-guerra. Forjou uma síntese altamente influente entre o bio-regionalismo regionalismo de Patrick Geddes e o modernismo europeu, participando do Mars Group, a facção britânica dos CIAM. A autora teria ainda desempenhado um papel importante na revitalização de uma rede de estudiosos preocupados com uma abordagem humanística e ecológica para o planejamento urbano e regional no pós-guerra, conectando Ocidente e Oriente. 
Resumo : 
O texto é a apresentação de um estudo sobre quatro aldeias na ilha egéia de Chios, as mais conservadas dentre as que são fortificadas: Mesta, Olympoi, Pirghi e Kalamoti. Interessariam para a opinião moderna por três aspectos: seu caráter “megaestrutural” e flexível, sua diferenciação de usos nos vários níveis e a singularidade de seus centros comunais. A forma urbana e a estrutura de cada unidade seriam indissolúveis. A unidade global é dada pela grossa muralha de pedra, que é, por sua vez, parte do sistema estrutural unitário das aldeias, totalmente baseado em abóbadas de berço contíguas. O sistema estrutural determina a largura máxima de cada construção, de no máximo 5 metros, mas não sua profundidade, que varia entre 12 e 30 metros. As alturas e larguras são invariáveis, asseguradas pela tradição e situadas na escala humana. As abóbadas de berço geram unidades de planta retangular, alinhadas ortogonalmente ou paralelas, em alguns casos, às ruas retilíneas das aldeias. Esse resultado seria mais nítido em Kalamoti. A aldeia, uma grande construção compacta, é dividida funcionalmente em seus pavimentos. O nível térreo é usado como depósito oucomércio, enquanto as moradias ficam ao nível superior, irradiadas a partir de um pátio aberto, avançando e cobrindo as ruas, ainda dentro do mesmo sistema de abóbadas. Devido ao sistema construtivo, as paredes de cada nível não necessitam coincidir com as dos demais, o que raras vezes ocorre. Os terraços planos são interligados, servindo desde aos varais e jogos das crianças, até o refrescar-se à noite e, algo característico, para a fuga dos habitantes e refúgio na torre alta, a fortaleza em épocas de crise. Tal fortaleza, hoje centro comunal, distingue-se do restante da aldeia e destaca-se da continuidade construída por uma área livre ao seu redor, plenamente iluminada e contrastando com a penumbra reinante. A forma atual das aldeias é resultado do mandato genovês sobre a ilha, quando as construções de madeira foram eliminadas em favor do uso da pedra, a muralha foi adotada e a torre alta empregada contra as incursões de piratas sarracenos. O sistema construtivo parece ser de grande antiguidade e a distribuição funcional dos pisos é comum em outras áreas do Egeu, o que a autora atribui a razões climáticas: brisas mais constantes na parte superior. Aponta ainda a similaridade tipológica com núcleos pré-históricos em estudos arqueológicos da área do mediterrâneo, como Chatal-Huyuk (atual Turquia) e Beersheba (atual Israel). Considera, portanto, as aldeias de Chios como síntese entre formas remotas de vida, tradições construtivas e idéias renascentistas.
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 21 Maio, 2012 - 17:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
terça-feira, 24 Junho, 2014 - 11:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

0-385-07487-5

Autor(es): 

Bernard Rudofsky

Onde encontrar: 

Acervo Prof. Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 
RUDOFSKY, Bernard. The Prodigious Builders: notes toward a natural history of architecture with special regard to those species that are traditionally neglected or downright ignored. New York & London: Harcourt Brace Jovanovich, 1977.
Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Bernard Rudofsky (1905 - 1988)foi um arquiteto americano, nascido na Morávia, que ficou conhecido também por ser escritos, colecionador, professor, designer e historiador social. Obteve seu doutorado na Áustria, após trabalhar na Alemanha, Itália e vários outros países, inclusive o Brasil onde abriu um escritório nos anos 1930, projetando diversas residências em São Paulo. Radicou-se nos EUA a partir 1941, vivendo em Nova Iorque até sua morte. Ensinou em Yale, no MIT, na Universidade Waseda em Tóquio e na Royal Academy of Fine Arts de Copenhagen. Ficou conhecido por organizar uma série de exposições polêmicas no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MOMA) nos anos 1940, 50 e 60. A obra em exame foi publicada pela primeira vez em 1977.
Sumário obra: 

Introduction with asides

A note on the illustrations

In praise of caves

Brute architecture

When architecture was all play and no work

Mobile architecture

Storehouses, cereal and sepulchral

Strongholds

The vanishing vernacular

The vernacular obliquely appraised

The importance of trivia

The call of the Minotaur

Homage to the squatte

Block lust Note on “Architecture Without Architects”

Resumo : 
Bernard Rudofsky segue com a tônica de seu livro anterior – Architecture without Architects –, agora com um princípio ordenador. Ainda assim, esta obra carece de consistência em vários aspectos. Inclui a arquitetura feita por profissionais para os deuses ou para o poder temporal com fins monumentais e considera também artefatos como as pipas gigantes do Japão. Inclui ainda obras feita por animais como cupinzeiros e formigueiros, colméias e vespeiros, covas de toupeiras, diques de castores e ninhos de pássaros. Por fim, inclui formações geológicas que evocam a arquitetura Mas esse ordenamento não é acidental, já que Rudofsky critica a separação da arquitetura em três áreas estanques: aquela feita por arquitetos, a “atrasada” da pré-história e povos primitivos, e feita por animais “estúpidos” mas engenhosos. Ele chega a incluir formações geológicas que evocam a arquitetura. No corpo do texto, apresenta digressões diversas e o recurso a figuras mitopoéticas e da literatura (a Arca de Noé, o Cavalo de Tróia, o Labirinto do Minotauro) sem precauções metodológicas, colecionando exemplos, reais e imaginários, dos temas que aborda. Um dos temas são as cavernas, abordadas por meio de exemplos diversos. Outro tema é a “arquitetura selvagem”, expressa na ideia e na prática de viver nas árvores, oportunidade em que discorre sobre os hábitos dos primatas e, a seguir, dos animais construtores. Conclui este tópico abordando obras feitas para animais, como o columbário ou pombal. Aborda também a arquitetura sem fins de abrigo ou sem propósito conhecido como terraços e platôs artificiais; a arquitetura megalítica e os edifícios com fins astronômicos. Em vários momentos, salienta o impulso de construir. Outros tópicos tratados são os da “arquitetura móvel”, dos sepulcros e depósitos de alimentos, das fortalezas. No tópico “labirintos”, aborda pedreiras e formações geológicas. Quanto à arquitetura vernacular, ressalta sua aparente simplicidade, mas complexidade real, arriscando hipóteses sobre sua antiguidade. Neste âmbito, aborda a arquitetura rural e sua crescente distância em relação à cidade. Elogia a vida comunal e registra sua extinção com o surgimento de museus a céu aberto para preservar seus exemplares. Ao mencionar os recursos bioclimáticos, acusa a perda do contato com os dons da natureza e destaca a arquitetura aberta ao clima benfazejo, bem como os recursos de captura do vento nas áreas abertas, em terraços e pátios, além das proteções contra o sol, como toldos e pérgolas. Na zona temperada, ressalta o uso do calor dos animais, da cozinha e as técnicas de calefação. Destaca ainda os vários tipos de janelas: basculantes, balcões, musharrabiehs e fachadas de vidro. Trata também do “invasor” que, em vez de gerar escombros imprestáveis como as demolições atuais, reutilizava lugares abandonados ou os usava como matéria-prima. Dá atenção especial à formação de tecidos urbanos a partir de anfiteatros, palácios e aquedutos. Finaliza falando da construção na pedagogia infantil, ressaltando o uso ocidental dos blocos de Friedrich Fröbel, que se fundariam numa premissa falsa – da espontaneidade da criança pela geometria e não pelas coisas heterogêneas – e estimulariam a construção monolítica e a demolição súbita. Contrasta isso com os povos africanos - Etiópia, Congo, Libéria, Uganda – onde a imitação em miniatura do ambiente construído se faz de outro modo e gera outros comportamentos. 
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 11 Setembro, 2012 - 16:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 22 Junho, 2014 - 16:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

0-385-07487-5

Autor(es): 

Bernard Rudofsky

Onde encontrar: 

Acervo Prof. Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 

RUDOFSKY, Bernard. Architecture Without Architects: a short introduction to non-pedigreed architecture. Garden City, New York: Doubleday & Company Inc., 1964.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Bernard Rudofsky (1905 - 1988) foi um arquiteto americano, nascido na Morávia, que ficou conhecido também por ser escritos, colecionador, professor, designer e historiador social. Obteve seu doutorado na Áustria, após trabalhar na Alemanha, Itália e vários outros países, inclusive o Brasil onde abriu um escritório nos anos 1930, projetando diversas residências em São Paulo. Radicou-se nos EUA a partir 1941, vivendo em Nova Iorque até sua morte. Ensinou em Yale, no MIT, na Universidade Waseda em Tóquio e na Royal Academy of Fine Arts de Copenhagen. Ficou conhecido por organizar uma série de exposições polêmicas no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) nos anos 1940, 50 e 60. A obra em exame é a transposição para livro, em primeira edição, da exposição homônima que Rudofsky organizou no MOMA entre 1964 e 65. 
 
Resumo : 
A exposição - Architecture Without Architects – apresentada no MoMA – Museum of Modern Art de 9 de novembro de 1964 a 7 de fevereiro de 1965 foi promovida pelo Departamento de Exposições Itinerantes, sob auspícios do Conselho Internacional do MoMA, e preparada e projetada por Bernard Rudofsky, então Consultor do Departamento de Arquitetura e Design. A pesquisa que a fundamentou foi financiada pelo John Simon Guggenheim Memorial Foundation e pela Ford Foundation. O conteúdo escrito do livro se encontra, sobretudo, na Introdução, onde explica-se os objetivos do programa e o que se pode extrair da variada amostragem apresentada na exposição. Rudofsky fala de arquitetura sem-pedigree, incluindo, nominalmente, o vernacular, o anônimo, o espontâneo, o indígena, o rural. O rigor terminológico não é seu objetivo e o ponto de partida de sua crítica é a limitação do ensino da arquitetura no Ocidente, que se daria a partir de um conjunto seleto de culturas, em área restrita do globo (Europa, partes da Anatólia e do Egito) e em épocas mais recentes. Esse conjunto seria igualmente restrito no plano social, lidando com moradias de deuses verdadeiros e falsos, príncipes de nobreza ou riqueza e nunca aquelas das pessoas comuns. O objetivo da exposição é romper essa estreiteza de limites. Rudofsky levanta o que se tem a aprender com estes procedimentos construtivos moldados ao longo de centenas de anos, em aspectos que antecipariam e mesmo superariam a arquitetura contemporânea. Em primeiro lugar, corresponderiam a um tipo de arquitetura cujo acento é o da empresa comunal, em vez do arquiteto individual, em construções que se amoldam ao meio natural, em vez de querer conquistá-lo, escolhendo, às vezes, os sítios mais difíceis e as formas de execução mais complexas. A beleza dessas obras, antes vista como acidental, é resultado de um raro bom senso ao lidar com problemas práticos, o que produz formas que pareceriam eternamente válidas. Muitas soluções ditas primitivas, segundo Rudofsky, antecipariam soluções atuais de pré-fabricação e padronização de componentes construtivos, de confecção de estruturas móveis e flexíveis, de condicionamento de ar, controle de temperatura, elevadores. Sobretudo, a humanidade e a solidariedade cívica que expressariam em vários recursos, em especial, nas arcadas mediterrâneas. A catalogação e exposição das obras, na exposição e no livro, não seguem um padrão discernível. São incluídas grandes obras de remodelagem do terreno; situações onde a natureza é vista como arquiteto, em cavernas e árvores; engenhos e maquinismos sem engenheiros; e edifícios que não são propriamente para os homens, como necrópoles, armazéns de alimentos, construções simbólicas e instrumentos astronômicos. Incluem-se não somente construções, mas subtrações, nas obras troglodíticas. Arregimentam-se virtuosismos técnicos: obras em lugares inauditos, como topos e flancos de montanhas íngremes e ilhas; soluções engenhosas de conforto ambiental e padrões e formas complexas criadas pela repetição de unidades elementares. Rudofsky lista formas não-convencionais de arquitetura: arquitetura aquática, em cidades de canais e embarcações, e a arquitetura nômade e móvel. Elenca ainda uma série de situações com técnicas e resultados formais específicos: fortificações, muralhas, torres; arcadas, ruas cobertas e semi-cobertas; palafitas, construções de madeira e de gramíneas e tetos verdes; formas primitivas e outras que se mimetizam com a paisagem. 

 

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 28 Maio, 2012 - 16:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
domingo, 22 Junho, 2014 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna.

ISBN ou ISSN: 

13: 978-0-7506-6657-2 ou 10: 0-7506-6657-9

Autor(es): 

Paul Hereford Oliver

Onde encontrar: 

Disponível em pdf na Internet, em inglês.

Referência bibliográfica: 

OLIVER, Paul. “Handed down architecture: Tradition and transmission”. In: OLIVER, P. Built to meet needs: cultural issues in vernacular architecture. Oxford: Architectural Press, 2006, pp. 143-162.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University, de 1978 a 1988, e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como editor da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). A enciclopédia reúne pesquisas e estudos sobre arquitetura vernacular em todas as regiões do mundo, sendo a principal referência sobre o tema com esta abrangência até o momento. O texto em exame é datado de 1982 e está publicado na coletânea em referência na parte que trata da transmissão das técnicas construtivas tradicionais. 

Resumo : 
Neste artigo, Oliver ressalta a importância da transmissão da tradição e também da sua mudança na produção da arquitetura vernacular, embora sejam raros os estudos sobre o tema. Para ele, contudo, não haveria “construção tradicional” ou um campo mais amplo da “arquitetura tradicional”: o que existiria seriam edificações que englobam ou comportam tradições, mas incluem também inovações e mudanças. Mudanças que podem ocorrer de modo súbito e brutal como nos casos de conquista militar, conversão religiosa, édito real ou introdução de nova tecnologia, ou, mais comumente, de modo lento e decorrente de processos de empréstimo e troca entre sociedades vizinhas, portanto, por difusão no espaço. No primeiro caso, apesar dos conflitos com as tradições existentes, as mudanças súbitas também tendem a se tornar, elas mesmas, tradições aceitas. Para o autor, entretanto, é mais importante entender como a tradição tem continuidade do que o que ela é. Avalia que sua transmissão é freqüentemente oral e que sempre envolve contato humano. Critica a idéia de que a transmissão de se dê apenas por meio da oralidade e informa que pouco se estudou sobre seus mecanismos, extensão e tipos. Cita então os estudos de Jan Vansina, historiador e antropólogo belga, que propõe uma tipologia do processo de transmissão oral baseada em critérios que incluem objetivo, significância, forma e maneira de transmissão. Além disso, divide esse tipo de transmissão em cinco categorias: Fórmulas, Poesia, Listas, Contos e Comentários, algumas com subcategorias e todas com um certo número de tipos. Embora o próprio Vansina considere sua categorização um esboço, Oliver acha que serve para demonstrar a diversidade de tipos de transmissão e que cada um tem sua utilidade e fornece um tipo específico de informação, embora não sejam os únicos meios de transmissão oral. De todo modo, considera-os pertinentes para o entendimento dos tipos de transmissão oral envolvidos na construção de edificações e no seu uso e, para demonstrar isso, cita alguns exemplos. Critica, por fim, a idéia de geração associada à transmissão, pois a geração que transmite difere muito de acordo com idade, gênero, papel e função e ressalta que, na transmissão, a ocasião também é significativa; algumas tradições são transmitidas em segredo, outras em circunstâncias formais ou rituais. Ressalta, por fim, que a transmissão de tradições não se dá somente por meio da oralidade, mas também por meio de mímicas, músicas, canções, gestos, pinturas, entalhes e modelos reduzidos. Algumas dessas formas teriam especial importância para a passagem de conhecimentos sobre construção, decoração, ocupação e uso. No seu estudo se deve levar em conta o ambiente, os recursos e a economia, além dos padrões de assentamento, a localização, a organização espacial, a estrutura social e o tipo de família, território e patrimônio. 
Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 9 Agosto, 2012 - 16:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
domingo, 1 Julho, 2012 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

ISBN ou ISSN: 

13: 978-0-7506-6657-2 ou 10: 0-7506-6657-9

Autor(es): 

Paul Hereford Oliver

Onde encontrar: 

Disponível em pdf na Internet, em inglês.

Referência bibliográfica: 

OLIVER, Paul. “Vernacular know-how”. In: OLIVER, P. Built to meet needs: cultural issues in vernacular architecture. Oxford: Architectural Press, 2006, pp. 109-127.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University, de 1978 a 1988, e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como editor da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). A enciclopédia reúne pesquisas e estudos sobre arquitetura vernacular em todas as regiões do mundo, sendo a principal referência sobre o tema com esta abrangência até o momento. O texto em exame é datado de 1982 e está publicado na coletânea em referência na parte que trata da transmissão das técnicas construtivas tradicionais. 
Resumo : 
O texto aborda o tema das técnicas construtivas e nele Oliver explicita outra definição: “arquitetura vernacular – ou abrigo – engloba todo o campo da construção tribal, folclórica, camponesa, popular e dos setores urbanos informais” (p. 109). Situa a tecnologia vernacular no vasto território cognitivo que inclui a totalidade do conhecimento necessário tanto para a construção e como para o assentamento humano. Inclui os conhecimentos sobre os recursos naturais e materiais, sobre como utilizá-los, cultivá-los ou repô-los, a confecção e a seleção de ferramentas para o trabalho, o que implicaria a produção de métodos, técnicas e o aprendizado de habilidades específicas e especializadas. Embora possa conter processos enriquecedores de especialização, a tecnologia vernacular não é vista pelo autor como uma forma de superar dificuldades, mas como modo de lidar com as dificuldades e limitações com as quais o artesão trabalha. Seriam características dessa construção: o baixo uso de técnicas de conversão de energia e o uso de energia muscular ou muscular assistida. Ressalta que os equipamentos mecânicos usados na construção de palácios e catedrais não foram utilizados na construção doméstica e a que a tração animal, o vento e a água, tradicionalmente utilizados para o transporte de materiais pesados e como fonte de energia para moer grãos, jamais foram usados para objetivos de construção. Atribui esse fato às necessidades mais urgentes de sobrevivência. Observa que a tecnologia vernacular resulta de um processo longo de tentativa e erro, de adaptação aos materiais disponíveis e às condições do ambiente, que sempre chega a uma solução que funciona, ainda que não seja sofisticada ou perfeita. Portanto, tem méritos e falhas. Falhas como a facilidade de apodrecimento e de proliferação de insetos, dentre outras, explicariam, por exemplo, a substituição de coberturas de palha por telhas metálicas corrugadas na arquitetura vernacular, material que já seria característico do “vernacular moderno” na África e na América Latina. Contudo, identifica o uso do concreto armado na construção vernacular como “perigoso”, pois o construtor não dominaria seus princípios construtivos e não poderia se apoiar na tradição de longa duração das técnicas tradicionais. No meio urbano, o vernacular adquiriria um novo know how: ao invés de tirar os materiais de construção da terra e da natureza, retira-o da própria cidade. Para Oliver a arquitetura das barriadas e favelas é um “vernacular emergente” que corresponde à construção de um novo know how adequado ao modo de vida e às condições urbanas. A tecnologia vernacular não seria, portanto, um fenômeno único e deve ser abordada sem preconceitos, segundo a cultura que a produz e utiliza e segundo sua eficiência. Mais do que preservar algo que está desaparecendo, o valor do estudo da arquitetura vernacular estaria na possibilidade de contribuir para a solução do déficit habitacional no mundo, o qual seria impossível resolver apenas com meios “modernos”. Assim, estudar os méritos e as falhas da construção vernacular seria importante para que se possa ampliar o uso dessa tecnologia e realizar de modo consistente e não destrutivo a transferência de know how. 
Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 9 Agosto, 2012 - 16:15
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

ISBN ou ISSN: 

9788425212314

Autor(es): 

Jean Paul Loubes

Onde encontrar: 
Acervo da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA 
Referência bibliográfica: 

LOUBES, Jean-Paul. Arquitectura Subterránea: aproximación a un habitat natural. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1985.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Jean-Paul Loubes (1946) é antropólogo, arquiteto e poeta. Dedicou-se especialmente ao estudo do espaço da China, que percorreu por duas décadas. É autor de diversas obras sobre este país e de filmes documentários. Ensina na Escola de Arquitetura de Bordeaux e na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris. 
 
Sumário obra: 

1. La Ficción en la Arquitectura Subterránea: de la realidad a la imagen

1.1. Cyrano de Bergerac: la imagen positiva del urbanismo subterráneo

1.2. Herbert George Wells: la imagen negative

1.3. Edouard Utudijan: una teoría urbanística que sigue la ficción de Wells

1.4. Julio Verne: urbanismo subterráneo “aceptado”

2. Orígenes de la Arquitectura Subterránea

2.1. El abrigo bajo las rocas

2.2. Las cavernas naturales

2.3. Viviendas excavadas en el terreno

3. Arquitectura Animal y Trogloditismo

3.1. Generalidades sobre la arquitectura animal

3.2. Trogloditismo animal

3.3. Los insectos

3.4. Los mamíferos 

4. Tipologia de las Formas Troglodíticas

4.1. Arquitectura de modificación de emplazamientos y configuraciones naturales

4.2. Arquitecturas sustractivas

4.3. Arquitecturas de terraplenado

4.4. Soluciones mixtas e intermédias

5. El Hábitat Troglodítica en la Península Ibérica

5.1. El hábitat troglodítica en Aragón

5.2. Tipologia de las cuevas aragonesas

5.3. Viviendas troglodíticas en Andalucia

5.4. Adaptación climática

6. Los Trogloditas de Túnez

6.1. Viviendas trogloditas elementales

6.2. Los trogloditas laterales

6.3. Viviendas excavadas lateralmente

6.4. Viviendas excavadas verticalmente

7. Urbanismo Troglodítico en Capadocia

7.1. Condiciones geológicas y climáticas

7.2. Orígenes del poblamiento troglodítico

7.3. Tipología del hábitat troglodítico en Capadocia

8. El Habitat Troglodítico en China

8.1. El clima del Shensi Norte

8.2. La ocupación del terreno

8.3. Viviendas excavadas en formas de cueva

8.4. El hábitat rural contemporánea en China

9. Urbanismo Troglodítico: tipología de las agrupaciones

9.1. Agrupaciones lineales: los pueblos-acantilado

9.2. Agrupaciones en circos

9.3. Pueblos en superfície

9.4. Pueblos y agrupaciones subterráneos

Resumo : 
O livro trata exclusivamente da arquitetura subterrânea ou, mais especificamente, da troglodítica, com ênfase no desempenho térmico como principal motivo para reinterpretar esta que é das mais antigas modalidades de habitar humano. Aborda, em capítulos iniciais, a arquitetura subterrânea no imaginário literário e seus símiles no mundo natural, em especial as obras de insetos e mamíferos, e suas similaridades técnicas, como as propriedades e recursos térmicos e higrométricos. A arqueologia mostra ocupações pré-históricas nas cavernas por meio da arte parietal. A aparição do fogo nesse morar primitivo exigiu as primeiras adaptações, com soluções para a exaustão da fumaça. Exemplos dessa arquitetura troglodítica existem em todo o mundo: África subsaariana, Ásia, Oriente Médio e Américas. O autor, a partir dessa diversidade de exemplos, estabeleceu uma tipologia formal dessa arquitetura, dividida inicialmente em: configurações naturais, arquitetura substrativa e arquitetura de terrapleno. Dentre as configurações naturais, encontram-se as cavernas naturais; abrigos sob rochas; moradias entre rochas e moradias encostadas às rochas. Dentre as arquiteturas substrativas, elenca as escavações em formações acima do solo; a escavação horizontal de paredes; a escavação vertical no terreno (estas em forma de saco, em fossa e semi-enterradas) e a escavação vertical somada à horizontal. Na arquitetura de terrapleno, identifica a construção e terrapleno; as construções semienterradas sobrepostas e o talude reconstruído após construção em vários níveis. A obra é farta em ilustrações, com análises de plantas demonstrando as funções, a mecânica térmica, as fases de construção e escavação e o nomadismo cotidiano interior à moradia. Os lugares cujas obras são estudadas situam-se na Península Ibérica, Túnis, Capadócia e China. O autor também arrisca o estabelecimento de uma tipologia dos agrupamentos, identificando povoados em despenhadeiros, em anfiteatros, escavados e os agrupamentos subterrâneos. No fim, mostra uma série de projetos contemporâneos que mantêm a estratégia subterrânea e seus benefícios. 

 

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 6 Junho, 2012 - 16:15
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
sexta-feira, 27 Junho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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