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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Cortiço

ISBN ou ISSN: 

9788576173595

Autor(es): 

Mauricio de Almeida Abreu

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFBA.

Referência bibliográfica: 

ABREU, Mauricio de Almeida. Reconstruindo uma história esquecida: origem e expansão inicial das favelas do Rio de Janeiro. In: Escritos sobre espaço e história / organização Fania Fridman, Rogério Haesbaert. – 1. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2014, p. 421-450.

Eixos de análise abordados: 
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Maurício de Almeida Abreu (1948-2011) graduou-se em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1970), concluiu mestrado (1973) e doutorado (1976) em Geografia pela Ohio State University. Foi professor titular do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde coordenou o Núcleo de Pesquisas de Geografia Histórica. Sua produção científica foi veiculada no Brasil e no exterior. Em 2011 recebeu a Medalha Pedro Ernesto da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o prêmio Milton Santos da ANPUR e o Prêmio da Academia Brasileira de Letras pelo seu livro "Geografia Histórica do Rio de Janeiro: séculos XVI e XVII". O Instituto Pereira Passos e a ANPEGE concederam seu nome a prêmios de melhor tese. Sua experiência na área de Geografia teve ênfase principal em Geografia Urbana e Geografia Histórica, notadamente no que ser refere à cidade do Rio de Janeiro.

Informações obtidas em: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783046Z0

Resumo : 

O escrito tem por objetivo recuperar a história da origem e expansão inicial das favelas do Rio de Janeiro, concentrando a atenção no período entre o final do século XIX e as três primeiras décadas do século XX, de modo a resgatar toda uma história de luta pelo direito à cidade. O interesse pelo tema surgiu a partir do desconhecimento em torno dele, dificultado pelo processo laborioso de obtenção de informações, e pela grande difusão que tiveram dois trabalhos publicados nos anos 1960, que sustentam dados equivocados relacionados ao aparecimento dessas ocupações. Segundo o autor, esses trabalhos pecam ao sustentar que esse tipo de ocupação só teria se tornado peça evidente no cenário carioca a partir de 1940; e são eles: “Aspectos humanos da favela carioca”, publicado em 1960 pela Sagmacs (Sociedade de Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais); e “Favelas do Rio de Janeiro – evolução, sentido”, de Lucien Parisse, 1969. Essa falha pode ser explicada pelos primeiros momentos de existência das favelas não ter sido acompanhado do seu reconhecimento legal, o que se deu a partir dos anos 40. O presente estudo carece de imagens, contendo apenas um desenho, e teve a imprensa como principal fonte, mas também contou com informações retiradas de arquivos. Ao dar início à explanação da sua tese, o autor aborda o quadro brasileiro e da cidade do Rio de Janeiro no final do século XIX e início do século XX, uma vez que analisar esse período é de fundamental importância para o entendimento do desenvolvimento urbano dessa cidade. Nessa análise temporal, o autor trata dos anos finais do Brasil Império, marcado pelos cortiços, como algo fundamental para a compreensão da história da cidade, e os primeiros anos do Brasil República, marcados pela transição entre sistemas de governo. Esse período de transição deixou como saldo a Reforma Pereira Passos (1903-1906), que esboçou o futuro da cidade. Segundo o autor, para entender o processo de formação das favelas cariocas, é necessário resgatar a relação existente entre essa reforma e o combate aos cortiços realizado no final do século XIX. Na virada do século, o Rio de Janeiro enfrentava constantes epidemias que assolavam a população, e instituições como a Inspetoria de Higiene Pública e a Academia de Medicina defendiam que os cortiços eram os grandes responsáveis por essas chagas, respaldando a guerra às habitações coletivas. O texto traz os argumentos higienistas que na época foram usados para legitimar a retirada dos cortiços do centro da cidade, assim como as consequências desse ato e os interesses que estavam por trás deles, resultando nas primeiras manifestações daquilo que, mais tarde, se consagrou com o termo “favela”. Com isso, o autor demonstra que o aparecimento dessas ocupações se dá anteriormente à Reforma de Pereira Passos. Apesar de já existir uma política de combate às habitações coletivas, foi com essa reforma que ela se concretizou, agravando, de uma vez, o problema da moradia. O autor se dedica então a explorar, em linhas gerais, o processo de expansão das favelas e a razão pela qual elas permaneceram no cenário carioca. Segundo ele, não há dúvidas que foi a partir do Morro da Providência que o termo incorporou-se ao cotidiano da cidade. Há indícios que a ocupação nesse morro iniciou entre 1893 e 1894, logo após a destruição do Cabeça de Porco, um dos cortiços mais populosos da cidade e que se situava no seu sopé. Esse quadro, por sua vez, reflete aquele instaurado nos tempos de cortiço, no qual a população carente da cidade necessitava que a moradia tivesse baixo custo e que se localizasse perto da sua fonte de emprego. Além de analisar a questão socioespacial, o autor explora a luta de resistência das favelas contra as ações do Estado nos anos subsequentes, e os diversos olhares que para elas foram lançados no decorrer do tempo. Nesse ponto, o texto descreve o olhar da imprensa para essas ocupações, que oscilava entre o apoio e a condenação, e também o do modernismo brasileiro, tendo esse último contribuído para sua permanência e sua ressignificação.  

Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 8 Setembro, 2015 - 12:15
Pesquisador Responsável: 

Estudante bolsista: Camila Contreras Novaes

Data da revisão: 
domingo, 27 Setembro, 2015 - 12:15
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

Autor(es): 

Lílian Fessler Vaz

Onde encontrar: 
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA
 
Referência bibliográfica: 
VAZ, Lilian Fessler. Contribuição ao Estudo da Produção e Transformação do Espaço da Habitação Popular - As Habitações Coletivas no Rio Antigo. Dissertação de Mestrado em Ciências (Planejamento e Urbanismo Regional) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1985. 
Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Lílian Fessler Vaz possui graduação no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (1967), mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela UFRJ (1985), doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela USP (1994) e pós-doutorado na Fondation Maison des sciences de l’ homme (MSH), de Paris (2002). Atualmente é professora colaboradora voluntária do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo PROURB/FAU/UFRJ, consultora do CNPq, da CAPES e de outras instituições. Foi coordenadora do PROURB (gestão 2008-2009 e 1998-2000), membro da diretoria da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional - ANPUR (gestão 2011-2013 e 1998-1999), da comissão editorial da Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais da ANPUR, coordenadora de convênios CAPES/DAAD e ProCultura CAPES/MinC e membro de convênios internacionais CAPES/COFECUB e CAPES/DAAD. Tem experiência na área de Planejamento Urbano, Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Cultura Urbana, Habitação e História da Cidade e do Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: urbanismo, história urbana, cultura urbana, habitação e Rio de Janeiro. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/1992208829900917
Sumário obra: 
1. O RIO DE JANEIRO NO PERÍODO DA TRANSIÇÃO 
2. AS CASAS – O ESPAÇO DA HABITAÇÃO 
3. A CRISE DA HABITAÇÃO NO RIO DE JANEIRO 
4. AS HABITAÇÕES COLETIVAS 
5. UM ESTUDO DE CASO: O CABEÇA DE PORCO 
6. CONCLUSÃO - REFLEXÕES 
Resumo : 
A autora investiga o espaço da habitação popular na cidade do Rio de Janeiro, no século XIX, num período de transição econômica e social marcado pela intensificação da divisão social do trabalho, o que gerou transformações profundas no espaço arquitetônico e urbano. A pesquisa tem como objeto a habitação popular coletiva, ou cortiço, que é analisado quanto à sua arquitetura, significados, conteúdos, evolução e determinações incidentes. O cortiço é abordado como tema da história do Rio de Janeiro, assinalando-se o desprezo com que foi tratado pela história da arquitetura. Uma das intenções deste estudo é resgatar as características desta habitação popular, para além das que foram apontadas pelos médicos e sanitaristas. Para tanto, foram investigados aspectos comumente não abordados da moradia popular e sua estreita ligação com as transformações urbanas. A dissertação descreve o contexto histórico do Rio, o funcionamento da cidade, como espaços foram surgindo e como as habitações foram se modificando e propiciando transformações no sentido do habitar, em termos formais, funcionais, técnicos e estéticos. Antes de analisar o cortiço, a autora aborda as várias tipologias existentes de habitação popular: térreas e sobrados, habitações coletivas, estalagens, casas de cômodos e a “avenida” de casas enfileiradas. Descreve o uso, a permanência, a disposição dos espaços e as mudanças que foram ocorrendo nessas habitações populares tradicionais e mostra em desenhos como era o seu uso. O surgimento das habitações coletivas é descrito e aponta-se que a tipologia assume vários nomes, correspondendo a diferentes formas arquitetônicas, sendo o mais comum o cortiço, que também é visto como símbolo do século XIX. Textos da época que conceituam o cortiço são mencionados e são feitas comparações entre o cortiço e a senzala, pontuando-se suas diferenças. São ainda ressaltadas as semelhanças e diferenças entre estalagem e cortiço e detalhado o surgimento de outras denominações e modalidades ou variações de habitações coletivas, como a casa de cômodos e a “avenida”. Segundo a autora, para se estudar as habitações coletivas que existiam no Rio de Janeiro, é preciso considerar o próprio nome dado à habitação, que indica, por um lado, o grupamento de moradores e, por outro, o uso coletivo de uma série de equipamentos. O cortiço, a estalagem, a casa de cômodos e as“avenidas” podem também ser vistos como resistências às transformações em curso, especialmente à especialização funcional da área central de negócios do Rio de Janeiro e à segregação social no espaço.
Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 15 Agosto, 2013 - 13:00
Pesquisador Responsável: 

Estudante bolsista: Adaléia Freire

Data da revisão: 
quinta-feira, 10 Julho, 2014 - 13:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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