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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Subúrbio

ISBN ou ISSN: 

Não há

Autor(es): 

Andrelino Campos

Referência bibliográfica: 

CAMPOS, Andrelino. Quilombos, favelas e os modelos de ocupação dos subúrbios: algumas reflexões sobre a expansão urbana sob a ótica dos grupos segregados. 2013. Disponível em: <http://nucleopiratininga.org.br/quilombos-favelas-e-os-modelos-de-ocupac.... Acesso em: 11 abr. 2018. 

Eixos de análise abordados: 
Território e etnicidade
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Andrelino de Oliveira Campos é formado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (1980), possui mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). É autor do livro do Quilombo à favela: a produção de "espaço" criminalizado no Rio de Janeiro e, atualmente, é Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana, atuando principalmente com os seguintes temas: questões étnico-raciais, discriminação/preconceitos, planejamento urbano, segregação sócio espacial, sobretudo com espaços favelados na cidade do Rio de Janeiro. É responsável pela disciplina: História do Pensamento Geográfico desde 2000; no momento desenvolve suas pesquisas junto ao grupo que coordena: o Núcleo de Estudos Sociedade, Espaço e Raça.
Informações obtidas em: https://www.escavador.com/sobre/2607815/andrelino-de-oliveira-campos

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

Este artigo expõe, sob a ótica da história e da geografia, o processo de segregação espacial involuntário do Rio de Janeiro surgido a partir da expansão urbana da cidade. Para tanto, o autor considera importante a análise dos espaços de Quilombos, posto que, os considera uma conformação espacial antecedente às favelas. Logo, o artigo se divide em duas partes, na primeira analisa-se a segregação a partir de uma questão étnico-racial, na qual se comparam as relações do Quilombo com o Império e as relações da Favela com a República. Na segunda parte procura-se entender o processo de ocupação e consolidação do subúrbio carioca.  Voltando-se ao passado, à época do Império, entende-se que muitos dos Quilombos se localizavam próximos à cidade e, com a abolição da escravidão em 1888, deixaram de possuir um caráter de luta, permanecendo, porém, a população que ali vivia. Em seguida, esses espaços, assentados em zonas periféricas à cidade, foram acrescidos à zona urbana, recebendo a classificação de Favelas. É assim que, em termos espaciais, a exclusão econômica se transforma em segregação, a partir da separação dos usos do solo urbano. Consequentemente, como a posse de terra se relacionava com a renda de cada indivíduo, os melhores lotes foram distribuídos entre a camada abastada da população. No entanto, a instabilidade relativa ao valor espacial cuidou de transformar as áreas centrais valorizadas, fazendo com que os casarões antigos do século XIX, antes habitados pela classe média e alta, dessem lugar às classes pobres, sendo esses transformados em cortiços. O autor considera que a história da ocupação de espaços urbanos pelos pobres do Rio de Janeiro possui três versões. A primeira e a segunda têm em comum cidadãos retornados de guerras, primeiro a Guerra do Paraguai e segundo a de Canudos. Na do Paraguai foi garantida aos escravos combatentes a alforria, e o retorno dessa população à cidade levou à ocupação de áreas precárias. Já na Guerra de Canudos se permitiu que os retornados ocupassem os morros da Providência e do Santo Antônio, inicialmente, como solução provisória que depois adquiriu caráter permanente. A terceira versão se relaciona com a destruição do chamado Cabeça de Porco, cortiço que abrigava cerca de 4000 pessoas. Esse acontecimento provocou um deslocamento em direção às encostas. Em todos os três casos, a maior a parte da população era negra e já residia naqueles espaços antes da Abolição da escravatura. Assim, pode-se presumir que a discriminação já preexistia às favelas, e que é fundamental buscar respostas na formação socioespacial do sistema escravista, ou seja, nos quilombos.  Após a construção da malha ferroviária do Rio de Janeiro tornou-se possível o surgimento dos chamados subúrbios. A princípio, a ocupação dos subúrbios se dava de forma linear, uma vez que a linha do trem era a guia dessa ocupação. Porém, aos poucos, novas ruas foram criadas por proprietários de terras ou por pequenas companhias loteadoras, dando sequência a um desenvolvimento urbano radial. Nesse momento configuram-se dois modelos de segregação: o primeiro se refere à ocupação da elite junto à área central, visto que, a mobilidade no meio urbano era limitada morar no centro era uma necessidade. O segundo modelo é o processo inverso, a alta sociedade se desloca para as áreas periféricas deixando o centro para moradia da população de baixa renda. Considerando os aspectos tratados, é importante considerar a dimensão econômica do fenômeno da segregação induzida, apesar de não ser determinante para contar a história dos grupos segregados. É necessário, ainda, reconhecer que a segregação não findou, e que há muito a ser feito no sentido de compreendê-la.
 

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 11 Abril, 2018 - 14:30
Pesquisador Responsável: 

Lais Souto Novaes

Data da revisão: 
quinta-feira, 19 Abril, 2018 - 14:30
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant'Anna

ISBN ou ISSN: 

13: 978-0-7506-6657-2 ou 10: 0-7506-6657-9

Autor(es): 

Paul Hereford Oliver

Onde encontrar: 

Disponível em pdf na Internet, em inglês.

Referência bibliográfica: 

OLIVER, Paul. “Individualizing Dunroamin”. In: OLIVER, P. Built to meet needs: cultural issues in vernacular architecture. Oxford: Architectural Press, 2006, pp. 333-348.

Eixos de análise abordados: 
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University, de 1978 a 1988, e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como editor da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). A enciclopédia reúne pesquisas e estudos sobre arquitetura vernacular em todas as regiões do mundo, sendo a principal referência sobre o tema com esta abrangência até o momento. O texto em exame é datado de 1982 e está publicado na coletânea em referência na parte que trata da transmissão das técnicas construtivas tradicionais. 

Resumo : 
O artigo trata dos subúrbios ingleses, de sua arquitetura e de como os habitantes adaptaram e personalizaram suas habitações. Oliver recorda que os subúrbios ingleses sempre foram alvo de desprezo, preconceito e desqualificação por parte da crítica de arquitetura e do público, embora tenham surgido de uma notável política de solução do déficit habitacional, de provisão de moradias higiênicas e de erradicação dos cortiços vitorianos, realizada entre as duas grandes guerras. Ressalta que os CIAM condenaram os subúrbios como um dos grandes males do século XX. Odiadas por arquitetos e urbanistas, as edificações suburbanas eram vistas como mal desenhadas e planejadas, vulgares e de gosto individualista. Segundo Oliver, parte dessa propaganda buscava abrir caminho para os blocos modernistas que, a partir dos anos 1950, foram construídos por todo o país. Registra como a autoconstrução foi inibida na Inglaterra e explica o sucesso das casas semi-geminadas dos subúrbios pela quantidade de opções e de detalhes estilísticos que era oferecida pelos incorporadores e pela possibilidade de modificação que ofereciam, ainda que cosmética. Observa que a personalização é fruto de um desejo individual de enraizamento no espaço novo, que começa, em geral, no terceiro ano quando as casas precisam ser pintadas. Outro meio de personalização é dar nome às casas que evocam a região de origem dos moradores; pavimentar jardins; fazer canteiros e povoar o exterior com figuras de gnomos e outras. Essas pequenas figuras funcionariam, segundo Oliver, como pequenos falos para marcar território. Os vitrais também seriam formas de personalização e o estudo do seu simbolismo revelaria muito das aspirações e desejos dos seus donos, assim como os interiores e os objetos de decoração. Oliver avalia que no centro dos ataques às casas suburbanas estava seu suposto individualismo, visto então como anti-social pelo pensamento modernista. Nos blocos modernistas, por exemplo, qualquer meio de individualização estava excluído no interior e no exterior. Apesar disso, os subúrbios floresceram e sobreviveram e mesmo os construídos nos anos 1920 jamais se tornaram locais de criminalidade, ao contrário dos conjuntos habitacionais do governo e dos blocos modernistas. Oliver reconhece que o desemprego e falta de equipamentos comunitários pesaram nesse desfecho, mas a humanização e a transformação de alguns desses blocos, teria, na sua opinião, melhorado o quadro. Acha, por fim, que o sucesso das casas suburbanas tem a ver com a disponibilidade de terreno, a configuração dos assentamentos, sua proximidade com meios de transporte e serviços públicos. Essa defesa tem o objetivo de chamar a atenção dos arquitetos para a importância da escolha e do design que facilita a personalização. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 10 Agosto, 2012 - 11:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 11:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Autor(es): 

Dinah Guimaraens e Lauro Cavalcanti

Onde encontrar: 

Acervo Profa. Marcia Sant’Anna

Referência bibliográfica: 

GUIMARAENS, Dinah & CAVALCANTI, Lauro. Arquitetura kitsch suburbana e rural. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1979.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Dinah Tereza Papi de Guimaraens é Professora do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo e Professora Adjunta III do Departamento de Arquitetura da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense-UFF. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula - USU (1978) fez extensão universitária em Semiótica Visual com o professor Umberto Eco (1979). Possui mestrado em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional - UFRJ (1992), mestrado em História Antiga e Medieval pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais - UFRJ (1992), doutorado em Antropologia Social do Museu Nacional - UFRJ (1998) e pós-doutorado em Antropologia pela University of New Mexico (1999). É pesquisadora avançada do PROARQ (Programa de Pós-Graduação de Estudos em Museus) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - FAU - UFRJ. Até março de 2009, foi professora da Faculdade de Comunicação Social da UNESA, integrando o Núcleo de Referência em Conservação e Restauração de Bens Culturais, o curso de Fotografia e sendo conteudista do curso virtual Estética e Arte Contemporânea da Universidade Estácio de Sá. Tem experiência em arquitetura e urbanismo; preservação e conservação de bens culturais nas áreas de cultura material e imaterial, artes visuais e objetos etnográficos; museologia e museografia; produção cultural; semiótica; antropologia cultural e estética; cultura indígena, afro-brasileira e popular, mídia digital e curadoria de artes plásticas. Além da obra objeto desta ficha, publicou, juntamente com Lauro Cavalcanti, Arquitetura de Motéis Cariocas: Espaço e Organização Social (1980, 2007), além de Museu de Artes e Origens: Mapa das Culturas Vivas Guaranis (2003). 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/2261328991405752
 
Lauro Augusto de Paiva Cavalcanti é arquiteto, antropólogo e escritor. Escreveu vários livros sobre arquitetura, estética e sociedade e organizou diversas coletâneas sobre o assunto. É conselheiro da Casa Lucio Costa e da Fundação Oscar Niemeyer. Membro do conselho editorial do Iphan, é também diretor do Paço Imperial e professor da Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi/Uerj). Possui graduação em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1987) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1993). Atualmente é técnico em preservação cultural IV do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e professor adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Teoria da Arquitetura, atuando principalmente nos seguintes temas: arquitetura moderna, arquitetura, artes plásticas e arte. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/8455994720243644

 

Sumário obra: 
Introdução 
O Kitsch
Cultura Popular, vanguarda e Kitsch
Kitsch x funcionalismo 
Arquitetura Kitsch
Pesquisa de Campo 
 Tabelas 
 Kitsch como visão de mundo 
 Kitsch como visão poética 
 Kitsch visionário 
 Kitsch religioso 
 Kitsch com influência da arquitetura moderna 
Bibliografia 
Resumo : 
O livro trata do kitsch como um fenômeno cultural característico da transição de um código estético popular/vernacular/primitivo para outro mais oficial/tecnológico/erudito, decorrente da ascensão social de segmentos de média e baixa renda. Os autores também definem o fenômeno kitsch como a possibilidade de uma resposta antropofágica (no sentido oswaldiano do termo) das massas à cultura de elite, podendo, a partir dessa mescla e desse choque, surgir uma terceira realidade cultural. Nesta obra o kitsch é ainda tratado como produto de um processo semelhante ao que faz surgir vanguardas artísticas, sendo que estas colocariam mais ênfase no processo de criação e o kitsch, por sua vez, carregaria na reação emotiva. A relação com as vanguardas não se esgotaria, contudo, nessa semelhança etiológica, pois o kitsch seria também fornecedor de “estilemas” (elementos desencadeadores ou caracterizadores de linguagem ou expressão artística) para as vanguardas, já que ambos manteriam relação fundamental com a novidade. Os autores distinguem um kitsch passivo e um ativo. O passivo resultaria do consumo exacerbado de uma classe média em ascensão que colecionaria objetos industrializados que imitam os da elite, sem nenhuma intervenção ou personificação. Já o kitsch criativo resultaria do mencionado processo antropofágico de apropriação e reinterpretação de elementos da “cultura oficial”. Ao abordarem o kitsch como atitude criativa, que teria seu próprio código de estruturação do mundo e da sociedade, os autores assinalam que o fenômeno deve ser compreendido sempre em articulação com a estratificação social e com os processos culturais e econômicos próprios da sociedade pós Revolução Industrial. Assim, estaria ligado à elevação do consumo e também à crise da obra de arte como objeto único. A arquitetura kitsch é definida pelos autores também como uma arquitetura de transição entre uma arquitetura oficial e uma arquitetura de cunho popular. Dessa face popular, da autoconstrução e da espontaneidade, a arquitetura kitsch traria a inventividade na elaboração de espaços individualizados que transmitem a visão de mundo e a marca do seu criador. Manteria ainda o impulso e o instinto da concepção do abrigo próprio, inclusive como resposta às imposições tecnológicas, e a utilização de meios artesanais de produção mesmo numa realidade industrializada. Da arquitetura oficial, a arquitetura kitsch se apoderaria de elementos que adaptaria ao seu próprio repertório estético, como os da arquitetura moderna e os tecnologicamente sofisticados, “devolvendo-os” depois como outro produto estético que, eventualmente, pode revitalizar a arquitetura oficial por meio de sua potência de criação e de transgressão dos códigos da elite. A arquitetura kitsch, em decorrência do seu caráter de produto de afirmação social e de processo de personificação, exibe sempre um uso excessivo de materiais decorativos; a aplicação de processos construtivos sem o conhecimento de seus princípios; o uso variado e rico de materiais de construção; o uso excessivo da cor, empregada, geralmente, em tons berrantes e contrastantes; e grande diversidade em função do processo de personificação/individualização do espaço. O livro, que ilustrado com fotografias e croquis, se apoia em pesquisa realizada pelos autores na cidade do Rio de Janeiro e em alguns de seus subúrbios durante o ano de 1978. 
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 27 Dezembro, 2011 - 13:30
Pesquisador Responsável: 

Márcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 13:30
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

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