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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Arquitetura Timbira

Autor(es): 

Maria Elisa Ladeira

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

LADEIRA, Maria Elisa. “Uma Aldeia Timbira”. In: NOVAES, Sylvia Caiuby (Org.). Habitações indígenas. São Paulo: Nobel; Edusp, 1983, p. 11-32. 

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Maria Elisa Ladeira é graduada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo(1973), Desde 1974, dedica-se à pesquisa entre os grupos Timbira do Maranhão e Goiás. Em 1982 defendeu dissertação de mestrado em Antropologia Social na Universidade de São Paulo, possui doutorado em Lingüística pela Universidade de São Paulo(2001). Desde 1975, trabalha na área de educação indígena. É assessora do Centro de Trabalho Indigenista e trabalha na coordenação do Projeto Kraho, vinculado a esta entidade. Atua na Universidade de São Paulo.

Informações obtidas na obra e em:

http://lattes.cnpq.br/8590097551091018

http://www.trabalhoindigenista.org.br

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

A aldeia é elemento fundamental da identidade dos grupos Timbira. De formato circular, está intimamente ligada à sua organização social e seu espaço é determinado pelo modo como as pessoas se movimentam e se relacionam. As categorias espaciais permitem analisar as posições, os deslocamentos e perceber como estes orientam as relações sociais e como essa sociedade se articula. Localizados no cerrado do Maranhão e de Goiás, os Timbira geralmente constroem suas aldeias em lugares planos, em solo não pedregoso e perto da água, onde pode haver roçado. Quando o solo se esgota, a aldeia é reconstruída, próxima a alguma mata ciliar. Isso começou a mudar quando a FUNAI, ao construir escolas, enfermarias etc., obrigou as aldeias a se fixarem num mesmo lugar. As casas Timbira geralmente possuem planta retangular, com um dos lados maiores formando a sua frente e telhado de quatro águas, feito com folhas de babaçu ou inajá. Este mesmo material, com as folhas aplicadas em posição horizontal, constitui as paredes e toda a amarração é feita com cipó. A casa é fechada nos quatro lados, com a porta sempre no lado maior e voltada para o pátio. Na parede do fundo uma porta paralela à principal dá acesso ao “quintal”. Em algumas aldeias, as casas têm coberturas de duas águas, em folhas de piaçava, e porta ao lado do esteio da cumeeira. Atualmente, os Timbira erguem suas edificações em taipa ou até mesmo em adobe. Algumas possuem paredes internas, mas, geralmente, não têm divisões. Um “puxadinho” coberto de palha atrás dessas casas também serve de cozinha, sendo aí onde se passa a maior parte do tempo. No interior, encontram-se jiraus forrados com esteiras de embira ou buriti ou mesmo com cobertas nas noites frias. O jirau não serve somente para dormir, é também banco, mesa ou prateleira. Compõem ainda o interior, cabaças, potes de barro, bancos e toras de buriti para sentar. O círculo das aldeais é formado pelas casas que formam também o pátio denominado de centro da aldeia – local masculino onde se resolvem os conflitos e problemas. Cada casa tem o seu caminho radial para o pátio, o que significa que todas têm o mesmo peso social e que estão relacionadas da mesma maneira com as decisões políticas e religiosas. No círculo externo às casas – a “periferia” – são executadas as tarefas de produção, sendo esta a zona feminina por excelência. Cada casa é uma unidade demarcada que abriga a família elementar e o grupo doméstico, com cada um possuindo seu local de dormir e comer. Sua equidistância em relação ao pátio, assinala sua igualdade nas relações de produção, sendo o gênero o único tipo de distinção. Há duas maneiras de se deslocar na aldeia: atravessando o centro ou percorrendo o seu perímetro. As relações sociais são divididas em parentes e não parentes, e uma família levanta sua casa apenas quando se torna uma unidade produtiva independente. O termo em português que designa o segmento residencial é “rua” ou lugar onde se pode circular livremente. As aldeias Timbira não manifestam nenhuma hierarquia espacial e o seu “concentrismo” revela uma estrutura social em que os homens (pátio) e mulheres (periferia) se complementam e formam a aldeia.

Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 2 Dezembro, 2014 - 11:15
Pesquisador Responsável: 

Estudante bolsista: Amanda Bomfim Pereira

Data da revisão: 
sexta-feira, 26 Dezembro, 2014 - 11:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

Observação: 

Referência bibliográfica recomendada:

LEMOS, Celina Borges. “Timbira (Goiás, Mato Grosso)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.635-1.636.

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Celina Borges Lemos

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

LEMOS, Celina Borges. “Timbira (Goiás, Mato Grosso)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.635-1.636.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Celina Borges Lemos possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas. É professora associada da Universidade Federal de Minas Gerais. Concluiu em 2008 o pós doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Antropologia Urbana, com ênfases em Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo, Cultura Urbana, Conservação e Revitalização do Patrimônio. Tem realizado estudos voltados principalmente para os seguintes temas: arquitetura, artes, museologia, estilo, cultura, estética, centralidades, espaços públicos, serviços na contemporaneidade. Pesquisa atualmente a contribuição e o significado da Arquitetura Mineira entre os séculos XVIII e XXI, tendo por referencias principais as cidades históricas e Belo Horizonte. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/6274768489945780
Resumo : 
A arquitetura tradicional dos Timbira, cujos grupos se localizam em Goiás e Mato Grosso, não difere muito daquelas de outras etnias indígenas. A habitação tem planta retangular e telhado com quatro inclinações, com duas portas nos lados maiores do retângulo, sendo a entrada principal voltada para o pátio central da aldeia. A casa tem estrutura de madeira, é coberta com palha e não há divisões internas. Alguns grupos Timbira também constroem outros tipos de habitação, influenciadas pela arquitetura vernacular rural, em adobe ou “barro”, cobertas com palha, sem divisões internas, mas com uma varanda na frente que é utilizada para cozinhar. Dentro há um jirau que serve de apoio, estante, mesa e outros usos, e o chão é coberto com esteiras. As habitações Timbiras são destinadas a famílias nucleares, que constituem a unidade social produtiva e de consumo, mas podem abrigar as famílias de filhas casadas. O assentamento ou aldeia Timbira é circular, com pátio central ligado às habitações por caminhos privativos. As casas formam o círculo mais externo e, atrás delas, há um outro caminho circular. O centro do círculo é um espaço público, político e simbólico, além de destinado a rituais e cerimônias. A expansão do assentamento somente é possível com a ampliação do círculo, pois representa a estrutura social desse povo e somente através da sua localização, seres humanos e objetos podem ser classificados. O controle da cosmologia também se dá por meio de um centro universal que está simbolizado pelo centro da aldeia. O verbete não contém fotos ou ilustrações. 
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 25 Novembro, 2013 - 11:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
segunda-feira, 2 Junho, 2014 - 10:30
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Referência bibliográfica citada recomendada:

LADEIRA, Maria Eloá. “Uma Aldeia Timbira”. In: NOVAES, Sylvia Caiuby (Org.). Habitações indígenas. São Paulo : Nobel ; Edusp, 1983.

RIBEIRO, Darcy. SUMA Etnológica Brasileira. Petrópolis: Vozes/FINEP, 1986.

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