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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Goiás

Autor(es): 

Jônatas Nunes Barreto

Referência bibliográfica: 

BARRETO, Jônatas Nunes. Implantação de infra-estrutura habitacional em comunidades tradicionais: O caso da comunidade quilombola Kalunga. Orientador: Rafael Sanzio Araújo dos Anjos. 2006. 121 p. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade de Brasília, Brasília, 2006. 

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Jônatas Barreto é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília (1984) e possui Mestrado em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo dessa universidade (2006), e MBA em Gerenciamento de Projetos na Construção Civil, pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia Avançada (IBTA), São Paulo (2013). Tem experiência na área de restauro de edificações e logradouros históricos, com trabalhos realizados para a Unesco, IPHAN e Programa Monumenta, em várias cidades históricas brasileiras. 

 

Informações obtidas em:  

https://www.escavador.com/sobre/5555532/jonatas-nunes-barreto 

 

Sumário obra: 

Apresentação  

  1. Conceitos, Procedimentos Metodológicos e Fundamentos Históricos  
  1. A Comunidade Quilombola Kalunga 
  1. Dados sobre a Infraestrutura Habitacional da Comunidade  
  1. Conclusões e recomendações  

 

Resumo : 

A dissertação tem como foco a implantação da infraestrutura habitacional no Quilombo Kalunga, em Goiás. Para isso, o autor divide o texto em quatro capítulos, sendo o primeiro correspondente a uma contextualização de conceitos, metodologias e fatos históricos.  Nele, o autor levanta o caminho percorrido para conceituar a palavra Quilombo, com dados sobre o seu surgimento e desdobramentos contemporâneos. Trata ainda da identidade étnica da população negra e da discussão em torno do termo Comunidade Tradicional. No tocante à espacialidade, explica como irá se apropriar dos conceitos de Paisagem, Tipologia e Infraestrutura Habitacional, com a intenção de utilizar esses termos não apenas no viés físico, mas também levando em conta as influências socioculturais sobre eles. Por fim, o capítulo apresenta um breve panorama dos quilombos no Brasil, abordando desde as condições do seu surgimento até a sua resistência e reconhecimento atual.   
No Capítulo Dois, o autor concentra as informações sobre o Quilombo Kalunga, trazendo, logo no início, mapas territoriais e o histórico das primeiras ocupações do local. Em sequência, discorre sobre o início dos estudos acadêmicos antropológicos sobre os Kalunga tema, nos anos 1970. Esses estudos teriam sido importantes no processo de tombamento e demarcação territorial do quilombo, pois a antropóloga Mari de Nasaré Baiocchi, responsável pela pesquisa, enviou ao Estado de Goiás a proposta que culminou na criação do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga. Com o andamento do processo de demarcação, a comunidade sofreu pressões vindas de fazendeiros que invadiram o território e expulsavam quilombolas do território com uso de violência e ameaças, o que se deu até o fim do processo.  Barreto descreve então as diversas serras e rios que fazem parte desse território e que são essenciais para a forma como se organizam os lotes e casas. A comunidade se fragmenta em diversos povoados, acompanhando o relevo e, principalmente, a rede hidrográfica que banha o quilombo. No Capítulo Três, é mostrada uma visão espacial mais aprofundada. O autor descreve como as casas quilombolas se camuflam no relevo e na vegetação, o que é atribuído à necessidade de se ocultar dos olhos dos capitães do mato no início da formação da comunidade. Observa também que muitos dos povoados possuem um número muito baixo de habitações, o que caracteriza o o território quilombola por uma baixa densidade demográfica. Introduzindo a relação da casa com o lote, através de um diagrama circular, mostra-se a semelhança da organização territorial quilombola com a organização da etnia Zulu, em Moçambique, onde a casa do chefe de família ou da matriarca é centralizada, enquanto casas dos outros membros e as edificações de apoio, como currais e casas de farinha, a cercam. A partir dessa informação, o autor apresenta croquis de implantação de algumas casas do quilombo, mostrando, além do aspecto da organização centralizada, uma organicidade no tocante a caminhos e trilhas que saem do terreno e levam a lugares considerados importantes. Esses caminhos se diferem de estradas regulares, resultando em um traçado não linear que ainda é influenciado pelos acidentes geográficos e rios e trazem uma conformação única à tipologia habitacional Kalunga, que é considerada pelo autor um elemento que caracteriza o sítio histórico e deve ser preservado. Logo após, Barreto apresenta duas tipologias arquitetônicas identificadas no quilombo, que define como Tradicional e Hibrida. São chamadas de tradicionais, as casas construídas em taipa de mão ou adobe, sendo este também utilizado como vedação nas estruturas em madeira. Possuem também esquadrias de madeira e cobertura de palha de Pindoba ou Buriti. Já na tipologia híbrida, são consideradas as casas que passaram por alguma reforma utilizando materiais industrializados, como portas e janelas de metal e/ou cobertura em telha cerâmica. Enquanto o autor discorre sobre as características dessas tipologias, o texto é acompanhado de fotos e de um exemplo de planta baixa de habitação quilombola. A seguir, o autor mostra dados sobre o saneamento básico precário ou quase inexistente no quilombo. A maioria das casas não possui banheiro ou fossa séptica, além de água encanada e energia elétrica escassas. Essa situação deflagrou intervenções governamentais nas moradias e no espaço, mediante programas como o “Cheque Moradia” e a “Ação Kalunga”. O Cheque Moradia, corresponde a um crédito dado ao morador para a compra de material de construção em determinados locais, o que ocasionou edificações inacabadas e materiais comprados, mas não utilizados, pois o benefício não era suficiente para arcar com toda a obra. Já a Ação Kalunga foi organizada pelo Governo Federal em conjunto com o governo de Goiás. A ação destinava-se à elaboração de projetos habitacionais e de infraestrutura, visando à melhoria da qualidade de vida da comunidade e levando em consideração seus aspectos socioculturais. A ideia inicial era manter o uso do adobe e das tipologias existentes, utilizando-se os saberes tradicionais dos quilombolas para nortear a construção, em conjunto com saberes técnicos dos profissionais. Porém, o decorrer da obra e os prazos de prestação de contas impostos pela verba governamental, impossibilitaram as ações socioculturais planejadas para o engajamento da comunidade no projeto, o que resultou em diversos erros técnicos. O projeto estrutural das primeiras cinco casas teve que ser modificado, com a introdução de uma estrutura adicional de madeira, pois não foi atingida a resistência ideal dos adobes. Após essas dificuldades, decidiu-se pela mudança de material construtivo para tijolos de solo cimento, o que descaracterizou a comunidade e tornou a habitação mais difícil de ser apropriada e modificada pelo morador. Além disso, Barreto nos traz as mudanças na espacialidade advindas da implantação da rede elétrica, feita em formato de rua linear, que modificou a lógica orgânica tradicional de divisão de lotes, com novas casas seguindo o caminho linear formado pelos postes de energia. Em sua conclusão, Barreto discute o impacto da implantação da infraestrutura na paisagem tradicional e critica a falta de planejamento sociocultural por parte dos órgãos governamentais nesse tipo de projeto. Lista os pontos negativos dos programas executados e aponta soluções e melhores formas de adequar os projetos a territórios quilombolas. Por fim, relembra que o Quilombo Kalunga é um sítio histórico e que suas mudanças devem ocorrer levando esse fato em consideração, como ocorre em outros sítios dessa natureza.  

Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 7 Maio, 2021 - 11:15
Pesquisador Responsável: 

Brendha Emilli

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Junho, 2021 - 11:15
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant'Anna

Autor(es): 

Maria Elisa Ladeira

Onde encontrar: 

Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

LADEIRA, Maria Elisa. “Uma Aldeia Timbira”. In: NOVAES, Sylvia Caiuby (Org.). Habitações indígenas. São Paulo: Nobel; Edusp, 1983, p. 11-32. 

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Maria Elisa Ladeira é graduada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo(1973), Desde 1974, dedica-se à pesquisa entre os grupos Timbira do Maranhão e Goiás. Em 1982 defendeu dissertação de mestrado em Antropologia Social na Universidade de São Paulo, possui doutorado em Lingüística pela Universidade de São Paulo(2001). Desde 1975, trabalha na área de educação indígena. É assessora do Centro de Trabalho Indigenista e trabalha na coordenação do Projeto Kraho, vinculado a esta entidade. Atua na Universidade de São Paulo.

Informações obtidas na obra e em:

http://lattes.cnpq.br/8590097551091018

http://www.trabalhoindigenista.org.br

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

A aldeia é elemento fundamental da identidade dos grupos Timbira. De formato circular, está intimamente ligada à sua organização social e seu espaço é determinado pelo modo como as pessoas se movimentam e se relacionam. As categorias espaciais permitem analisar as posições, os deslocamentos e perceber como estes orientam as relações sociais e como essa sociedade se articula. Localizados no cerrado do Maranhão e de Goiás, os Timbira geralmente constroem suas aldeias em lugares planos, em solo não pedregoso e perto da água, onde pode haver roçado. Quando o solo se esgota, a aldeia é reconstruída, próxima a alguma mata ciliar. Isso começou a mudar quando a FUNAI, ao construir escolas, enfermarias etc., obrigou as aldeias a se fixarem num mesmo lugar. As casas Timbira geralmente possuem planta retangular, com um dos lados maiores formando a sua frente e telhado de quatro águas, feito com folhas de babaçu ou inajá. Este mesmo material, com as folhas aplicadas em posição horizontal, constitui as paredes e toda a amarração é feita com cipó. A casa é fechada nos quatro lados, com a porta sempre no lado maior e voltada para o pátio. Na parede do fundo uma porta paralela à principal dá acesso ao “quintal”. Em algumas aldeias, as casas têm coberturas de duas águas, em folhas de piaçava, e porta ao lado do esteio da cumeeira. Atualmente, os Timbira erguem suas edificações em taipa ou até mesmo em adobe. Algumas possuem paredes internas, mas, geralmente, não têm divisões. Um “puxadinho” coberto de palha atrás dessas casas também serve de cozinha, sendo aí onde se passa a maior parte do tempo. No interior, encontram-se jiraus forrados com esteiras de embira ou buriti ou mesmo com cobertas nas noites frias. O jirau não serve somente para dormir, é também banco, mesa ou prateleira. Compõem ainda o interior, cabaças, potes de barro, bancos e toras de buriti para sentar. O círculo das aldeais é formado pelas casas que formam também o pátio denominado de centro da aldeia – local masculino onde se resolvem os conflitos e problemas. Cada casa tem o seu caminho radial para o pátio, o que significa que todas têm o mesmo peso social e que estão relacionadas da mesma maneira com as decisões políticas e religiosas. No círculo externo às casas – a “periferia” – são executadas as tarefas de produção, sendo esta a zona feminina por excelência. Cada casa é uma unidade demarcada que abriga a família elementar e o grupo doméstico, com cada um possuindo seu local de dormir e comer. Sua equidistância em relação ao pátio, assinala sua igualdade nas relações de produção, sendo o gênero o único tipo de distinção. Há duas maneiras de se deslocar na aldeia: atravessando o centro ou percorrendo o seu perímetro. As relações sociais são divididas em parentes e não parentes, e uma família levanta sua casa apenas quando se torna uma unidade produtiva independente. O termo em português que designa o segmento residencial é “rua” ou lugar onde se pode circular livremente. As aldeias Timbira não manifestam nenhuma hierarquia espacial e o seu “concentrismo” revela uma estrutura social em que os homens (pátio) e mulheres (periferia) se complementam e formam a aldeia.

Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 2 Dezembro, 2014 - 11:15
Pesquisador Responsável: 

Estudante bolsista: Amanda Bomfim Pereira

Data da revisão: 
sexta-feira, 26 Dezembro, 2014 - 11:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

Observação: 

Referência bibliográfica recomendada:

LEMOS, Celina Borges. “Timbira (Goiás, Mato Grosso)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.635-1.636.

ISBN ou ISSN: 

0101-1766

Autor(es): 

Marísia Patrício

Onde encontrar: 

Acervo Daniel J. Mellado Paz

Referência bibliográfica: 
PATRÍCIO, Marísia. No Norte de Goiás, Exemplos de uma Arquitetura que Precisa ser Preservada. In: Projeto – revista brasileira de arquitetura, planejamento, desenho industrial e construção, n.47, 1983. São Paulo: Projeto Editores Associados Ltda, p.30-34.ssociados Ltda, 1983, n.47.
Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Resumo : 
Artigo com muitas fotos e ilustrações, faz referência a Paul Oliver em Cobijo y Sociedad e a Hassan Fathy, iniciando com uma discussão sobre o conceito de arquitetura vernacular. Defende que nesta arquitetura aparecem soluções adequadas aos fins, congruência que pode ser induzida pela pobreza que eliminar o supérfluo e onde aparece muito da tradição, do lugar e da região. Por sua eficiência, conforto, economia e mesmo beleza, é uma arquitetura de boa qualidade que mereceria tomar-se como exemplo. A autora enfatiza ainda a propriedade no uso de materiais, a coerência entre técnica construtiva e material utilizado e a perfeita adaptação ao clima local, constituindo-se em valioso acervo tecnológico e patrimônio cultural. A arquitetura estudada dar-se-ia à margem do mercado de consumo mais amplo, com material extraído diretamente da natureza. Portanto, fora do ciclo da produção, distribuição e consumo industrial e, no máximo, ligada à produção e ao comércio local, como a produção artesanal de telhas, tijolos e ladrilhos cerâmicos. Ou seja, uma produção “de subsistência”, ainda sem especialização, onde o proprietário é o arquiteto e o construtor. A arquitetura vernacular estudada neste artigo é a do norte de Goiás, numa fronteira agrícola em expansão onde o homem do campo se vê “expulso” para cidade, na qual, devido à mudança de materiais e à legislação, passa de construtor eficiente a mão-de-obra desqualificada. As casas estudadas possuem planta retangular, com combinações e extensões, e telhado de duas águas. Possuem estrutura em madeira boa que no telhado é formada de peças roliças não aparelhadas, ou taquara, e coberturas em palha de piaçava ou buriti, substituída, às vezes, por telhas de barro. As paredes são de folhas de babaçu – superpostas e amarradas -, eventualmente substituídas por taipa de sopapo, algumas vezes, nriquecida com pedaços de pedra e de tijolo. Em tais casas, a cozinha é o espaço principal, centro de convivência e lugar das refeições, onde se costura e passa a roupa e de onde a mãe controla casa e as crianças. Na área externa próxima, fica o lugar de preparar a farinha de mandioca e secar a carne, além de uma eventual pia e do poço que fornece a água para lavar louça e roupa e tomar banho. No quintal, há plantação de milho, mandioca e cana e árvores de frutas como manga, caju e banana, além da criação de animais e, em geral, galinhas. 
Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 20 Junho, 2013 - 12:30
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 19 Junho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Celina Borges Lemos

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

LEMOS, Celina Borges. “Timbira (Goiás, Mato Grosso)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.635-1.636.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Celina Borges Lemos possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas. É professora associada da Universidade Federal de Minas Gerais. Concluiu em 2008 o pós doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Antropologia Urbana, com ênfases em Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo, Cultura Urbana, Conservação e Revitalização do Patrimônio. Tem realizado estudos voltados principalmente para os seguintes temas: arquitetura, artes, museologia, estilo, cultura, estética, centralidades, espaços públicos, serviços na contemporaneidade. Pesquisa atualmente a contribuição e o significado da Arquitetura Mineira entre os séculos XVIII e XXI, tendo por referencias principais as cidades históricas e Belo Horizonte. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/6274768489945780
Resumo : 
A arquitetura tradicional dos Timbira, cujos grupos se localizam em Goiás e Mato Grosso, não difere muito daquelas de outras etnias indígenas. A habitação tem planta retangular e telhado com quatro inclinações, com duas portas nos lados maiores do retângulo, sendo a entrada principal voltada para o pátio central da aldeia. A casa tem estrutura de madeira, é coberta com palha e não há divisões internas. Alguns grupos Timbira também constroem outros tipos de habitação, influenciadas pela arquitetura vernacular rural, em adobe ou “barro”, cobertas com palha, sem divisões internas, mas com uma varanda na frente que é utilizada para cozinhar. Dentro há um jirau que serve de apoio, estante, mesa e outros usos, e o chão é coberto com esteiras. As habitações Timbiras são destinadas a famílias nucleares, que constituem a unidade social produtiva e de consumo, mas podem abrigar as famílias de filhas casadas. O assentamento ou aldeia Timbira é circular, com pátio central ligado às habitações por caminhos privativos. As casas formam o círculo mais externo e, atrás delas, há um outro caminho circular. O centro do círculo é um espaço público, político e simbólico, além de destinado a rituais e cerimônias. A expansão do assentamento somente é possível com a ampliação do círculo, pois representa a estrutura social desse povo e somente através da sua localização, seres humanos e objetos podem ser classificados. O controle da cosmologia também se dá por meio de um centro universal que está simbolizado pelo centro da aldeia. O verbete não contém fotos ou ilustrações. 
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 25 Novembro, 2013 - 11:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
segunda-feira, 2 Junho, 2014 - 10:30
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Referência bibliográfica citada recomendada:

LADEIRA, Maria Eloá. “Uma Aldeia Timbira”. In: NOVAES, Sylvia Caiuby (Org.). Habitações indígenas. São Paulo : Nobel ; Edusp, 1983.

RIBEIRO, Darcy. SUMA Etnológica Brasileira. Petrópolis: Vozes/FINEP, 1986.

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