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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Colômbia

ISBN ou ISSN: 

Não há essa informação

Autor(es): 

John Turner

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

TURNER, John F. C. “Dwelling Resources in South America”. Architectural Design 8, August 1963.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 
John Turner (1927) nasceu em Londres e estudou na Architectural Association School of Architecture, graduando-se em 1954. Viveu no Peru entre 1957 e 1965, trabalhando para o governo peruano na promoção e formatação de ações comunitárias para a implantação de programas habitacionais baseados na autogestão e na autodeterminação em assentamentos populares e invasões urbanas. Viveu de 1965 a 1973 nos EUA, quando se associou ao MIT, em Cambridge, Massachussetts, EUA. Foi também pesquisador associado da Universidade Harvard. De volta a Londres, foi conferencista da Architectural Association and the Development Planning Unit, University College of London, até 1983. Mudou-se de Londres para a cidade de Hastings, em 1989, localizada na costa sul da Inglaterra, quando tornou-se o administrador do Hastings Trust, uma organização não-governamental dedicada ao desenvolvimento sustentável dessa cidade. Escreveu vários livros e artigos sobre habitação e assentamentos populares na América Latina, EUA, Ásia, África e Oriente Médio. Turner é uma das principais referências mundiais sobre o tema da habitação popular. A obra fichada corresponde ao número 8 da Revista Architectural Design, o qual foi organizado por Turner e trata exclusivamente da questão habitacional na América do Sul. 
 
Não foram encontradas informações biográficas sobre Catherine S. Turner, Patrick Cook e William Manguin na internet. 
Sumário obra: 

Não se aplica

Resumo : 

 A maior parte do material apresentado neste número da Revista Architectural Design é inédito e trata de experiências de produção habitacional na América do Sul. Pretende ser também uma contribuição à discussão do papel de arquitetos, planejadores e executivos nesses contextos de subdesenvolvimento. O pressuposto básico orientador da organização dos textos é que “o melhoramento e o desenvolvimento do ambiente da família e da comunidade local - casas, ruas, praças, locais de encontro – é parte integral e necessária do desenvolvimento econômico”. Dai emergem três questões que os autores buscam responder: quais são as funções e responsabilidades dos profissionais envolvidos e que políticas as agências especializadas devem perseguir? Que formas essas políticas devem adotar? Como essas formas podem ser implementadas e que procedimentos e métodos devem ser empregados? Além de Turner, participam do número Catherine S. Turner, Patrick Crook e William Mangin. O artigo deste último autor, Urbanisation case history in Peru, reconstitui, através de vida de um casal pobre, o processo de invasão de terrenos, construção de casas e organização comunitária nas “barriadas” de Lima, Peru. O texto demonstra o benefício econômico e social desse processo para a família retratada, bem como a capacidade de organização das comunidades envolvidas nessas invasões. Mostra também os sacrifícios e o longo tempo requerido para que cada família, sem nenhuma ajuda governamental, conclua sua casa e como esse esforço coletivo não é levado em conta por quem cuida da questão habitacional. Os demais artigos tratam de iniciativas e programas que são vistos pelos autores como exemplares pelos métodos utilizados e resultados obtidos. No primeiro programa descrito, desenvolvido pela divisão anti malária do Ministério da Saúde Pública da Venezuela, aponta-se o mérito de, ao invés de focalizar a construção maciça de casas populares, investir em educar, orientar e capacitar as pessoas para melhorar suas casas com uso de materiais locais, baratos e facilmente transportáveis. O próximo artigo de interesse para o estudo da arquitetura popular, “Lima barriadas today”, coloca esses assentamentos como o processo real de urbanização de áreas periféricas e solução social e quantitativamente adequada para o problema da urbanização acelerada do Peru nos anos 1960. Ressalta a falta de equipamentos, serviços urbanos e infraestrutura, com alto custo para os habitantes. Aponta-se, contudo, a melhoria da situação das famílias com a segurança vinda de uma propriedade de fato, mais salubre do que a que tinham, além da possibilidade de poupar e investir. O próximo texto trata do momento em que o governo peruano, após estudos realizados em 1958, substituiu a política de resistência às invasões por outra de reconhecimento e integração desses “assentamentos marginais” à cidade. A Lei de “Remodelação, Saneamento e Legalização de Assentamentos Marginais”, de 1961, incitou a implementação de um programa, com investimentos públicos e do BID, para dotar essas áreas de provimento de água, esgoto e eletricidade, transformando-as em distritos urbanos. Outro amplo programa foi também iniciado para ajudar na conclusão das casas, por meio de empréstimos em torno de 500 dólares para execução de cobertura, portas, janelas e instalações, concedidos de acordo com cada fase da construção. O artigo seguinte mostra a evolução dessa política de integração em barriadas recentes por meio de programa voltado para a implantação de embriões de casas com vistas ao seu desenvolvimento posterior por parte dos moradores. O apoio equivale à construção de muro em volta do terreno ocupado e da “fachada” que, depois, corresponderá à parede posterior da casa definitiva, além da provisão de água potável em bicas. Os três artigos seguintes tratam de experiências em Valparaíso, no Chile, na Colômbia e em Cuidad Guyana, na Venezuela. A primeira dá conta dos resultados positivos de um programa de produção habitacional por mutirão, através de cooperativa apoiada financeiramente por fundação privada. A segunda conta a trajetória do Instituto de Crédito Territorial da Colômbia (ICT) e de suas conquistas na área de produção habitacional nos anos 1960, quando abandona uma atuação baseada na contratação direta em favor da ajuda direta aos proprietários-construtores para a construção de embriões. A experiência seguinte trata do planejamento da Cidade Guyana, na Venezuela, onde a preocupação com aparência e padrões habitacionais surge como secundária e definida como primordial a localização e o traçado do assentamento. No final da revista, os autores concluem que uma política habitacional consistente deve estar baseada nos seguintes pontos: (1) participação dos habitantes, reconhecimento dos seus próprios recursos e reunião de outros para apoiá-los de várias maneiras; (2) governo com papel de coordenador/promotor de agentes e recursos disponíveis, provedor do capital-inicial e de assistência técnica, abandonando a ação unilateral e o papel de construtor/financiador; (3) redefinição do problema habitacional não mais como déficit relacionado a um padrão de habitação ideal, mas como um problema de tensão e equilíbrio entre demanda insatisfeita e recursos disponíveis cuja mobilização, coordenação e orientação é a chave para ações consistentes; (4) a forma do programa proposta pelo planejador e a da casa pelo arquiteto devem ser adequadas aos recursos disponíveis, às rápidas mudanças e dinâmicas do meio urbano e à busca de soluções arquitetônicas em etapas e negociadas com o proprietário/construtor. Assim, políticas exemplares seriam as que dão liberdade às pessoas, antecipam e respeitam a sequência em que suas construções são feitas e suas prioridades, provendo a segurança da posse da terra, o fornecimento de água potável e, por vezes, eletricidade. Os autores apontam o erro, contudo, de se apostar em projetos do tipo “faça-você-mesmo”, com oferecimento de materiais, pois, na maioria das vezes, o dono da casa contrata ou mobiliza pessoas para construir, compra ou arranja material, atuando muito mais como organizador/administrador. Essa seria então a grande capacidade popular, como mostrariam as enormes cidades construídas pelo povo. Todos os artigos são fartamente ilustrados com fotografias, desenhos, plantas e ilustrações. Muitos mostram a regularidade e a ortogonalidade do traçado das barriadas peruanas, o que, de um lado, pode ter facilitado sua integração à cidade e, de outro, indica uma possível influência da urbanística espanhola colonial no meio popular. 

Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 25 Março, 2014 - 10:45
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quinta-feira, 28 Agosto, 2014 - 13:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Stephen Hugh-Jones

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

HUGH-JONES, Stephen. “Tukano (Vaupés)” In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1.636-1.637.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Stephen Hugh-Jones é especialista em Antropologia Social com pesquisas em narrativas orais, rituais, xamanismo e religião, relações de parentesco, antropologia da arquitetura, políticas culturais e movimentos indígenas e estudos linguísticos com foco na América Latina e trabalhos de campo na Amazônia colombiana. É pesquisador do King’s College, do Reino Unido. 
Informações obtidas em: http://www.kings.cam.ac.uk
Resumo : 
O verbete trata da arquitetura dos indígenas Tukanos que vivem na bacia do Vaupés entre Brasil e Colômbia. Sua casa tradicional, a maloca, abriga várias famílias de irmãos casados, mas é encontrada agora apenas em áreas remotas. É separada dos vizinhos por várias horas de caminhada e construída em clareira, perto de um rio e de uma roça de mandioca. É sempre retangular, mas há grupos do Sul que constroem uma extensão em uma das extremidades em forma de abside e outros que constroem casas circulares. As malocas são dotadas de apoios verticais duplos que suportam vigas paralelas. Sobre a peça que une os dois pilares, uma espécie de pontilhão vertical apoia a cumeeira. As malocas maiores podem ter até sete desses apoios e as menores quatro. O espaço central é mais público e os próximos às paredes, privados. O telhado de palha tem águas que vão quase até o chão e beirais que avançam nas empenas. As extremidades são vedadas com palha trançada ou tábuas de madeira pintadas com animais míticos. A porta principal está voltada para o leste, pertence aos homens e dela sai o caminho que leva ao rio. No interior, há área reservada para visitantes, rituais e preparo da coca, onde também dormem os homens solteiros. A área em torno dos quatro apoios centrais é sagrada e abriga as danças. Nela, suspenso por um cipó, fica o cesto dos ornamentos rituais, considerado o coração da maloca e do grupo. No lado oposto, fica o fogo noturno e, atrás, no chão de terra batida, o recipiente de madeira que guarda o caxiri ou “cerveja de mandioca”. A extremidade oeste, a da porta das mulheres, é usada para tarefas domésticas e abriga o grande prato de cerâmica para fazer beiju, além dos utensílios para cozinhar e processar mandioca. Durante certos rituais, uma esteira a divide da área masculina. As famílias ficam alojadas em compartimentos delimitados por esteiras ao longo das paredes maiores, com pequenas portas externas. Nesses espaços, as redes ficam em torno do centro que abriga jirau e arcas. O pátio fronteiro, coberto pelo beiral do telhado, é extensão do espaço da casa e também usado para dança. A casa Tukano é um mediador simbólico entre o corpo do indivíduo, o grupo e o cosmo. Representa um útero feminino ao qual se penetra pelo leste e também um ancestral masculino, cujo esqueleto é a estrutura da casa, cuja pele e cabelo é sua cobertura e cuja cara pintada volta-se para o leste. O céu, apoiado por montanhas, é representado pela cobertura e pelos pilares que, assim, abrigam o centro cósmico. Cada maloca corresponde a um clã e sua orientação leste/oeste e divisão hierárquica baseada no gênero provê o modelo das casas sobre palafitas ao longo dos rios da Amazônia. As casas circulares do Sul, como as do povo vizinho Yukuna, podem ser vistas como transformações da maloca retangular. O verbete é ilustrado com fotografias. 
Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 27 Novembro, 2013 - 13:45
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
quarta-feira, 2 Julho, 2014 - 13:45
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 
Referência bibliográfica citada e recomendada: 
ALHO, Getúlio Geraldo R. Três Casas Indígenas: pesquisa arquitetônica sobre a casa em três grupos - Tukano, Tapirapé e Ramkokamekra. São Carlos: USP, 1985. 91 p. (Dissertação de Mestrado). 
BEKSTA, Casimiro. A Maloca Tukano-Desana e seu simbolismo. Manaus: Univ. do Amazonas, 1984. 126 p. (Dissertação de Mestrado) 
HUGH-JONES, Stephen. “The maloca: a world in a house”. In: CARMICHEAL, E. et al, The Hidden People of the Amazon. London: British Museum Publication, 1985. 
HUGH-JONES, Stephen. “Clear descent or ambiguous houses? A re-examination of Tukanoan social organization”. L'HommeParis: École des Hautes Études en Sciences Soc., v. 33, n. 126/128, p. 95-120, abr./dez. 1993. 
LAMUS, Luis Raul Rodriguez. “La arquitectura de los Tukano”. Rev. Colombiana de Antropología, Bogotá: Inst. Colombiano de Antropologia, v.7, n.17, p.251-69, 1958. SANTOS, Antônio Maria de Souza. Etnia e urbanização no Alto Rio Negro: São Gabriel da Cachoeira-AM. Porto Alegre: UFRS, 1983. 154 p. (Dissertação de Mestrado). 
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