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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

L’architettura Popolare Italiana

ISBN ou ISSN: 

Não consta ISBN - Código: CL20-1770-9.

Autor(es): 

Enrico Guidoni

Onde encontrar: 

Acervo do Prof. Luiz Antonio Fernandes Cardoso

Referência bibliográfica: 

GUIDONI, Enrico. L’architettura popolare italiana. Roma: Editori Laterza, 1980.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Enrico Guidoni (1939-2007) foi professor de História da Urbanística na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Roma "La Sapienza” e também docente de História da Arte junto à Escola de Especialização em Restauro de Monumenti e, a partir de 1997, de História da Arquitetura Moderna. Foi membro da Comissão Internacional de História das Cidades e fundou as seguintes revistas Storia della città, Storia dell'urbanistica, Studi giorgioneschi e publicou Atlante di storia urbanistica siciliana, Roma. Storia, immagine, progetto, Atlante storico delle città italiane, Civitates, e o livro objeto desta ficha L'architettura popolare in Italia, lançado em 1980.
Em 1991 promoveu, com E. De Minicis, a iniciativa cultural Museo della città e del territorio. Foi curador, para a Comuna de Modena (Biblioteca Poletti), dos ciclos de conferências intitulados Percorsi di storia della città, entre 1995 e 1998. 
Informações obtidas em: (www.cittasostenible.it). 
Sumário obra: 
1. La dimensione storico-antropologica 
2. Il sacro e i riti 
3. Il paesaggio, l’insediamento, l’urbanistica 
4. Il microambiente e l’arredo 
Bibliografia
Resumo : 
A obra reúne as pesquisas do autor sobre a arquitetura e os assentamentos urbanos italianos onde reconhece uma contribuição popular fundamental. Contém revisão bibliográfica e documental extremamente completa sobre o que foi produzido sobre o tema no país até 1980, contendo ainda abundante material fotográfico e gráfico. Arquitetura e “urbanismo” popular são tratados como produtos de uma relação profunda com cultura campesina, abordando-se o ambiente construído como resultado global do trabalho secular de comunidades dotadas de cultura própria. O autor investiga a arquitetura popular a partir dos aportes culturais específicos de povos e comunidades, entendendo o assentamento humano não como resultado de processos mais ou menos passivos de adaptação ao ambiente ou a modelos externos dominantes, mas como um produto cultural vinculado à história da comunidade residente. Define então “arquitetura popular” como “o conjunto das manifestações – referentes a grupos e comunidades organizadas (principalmente rurais ou artesanais) que desenvolvem atividades produtivas em condições de relativa autonomia cultural com relação à sociedade urbana e aos órgãos do Estado – inerentes à construção, à transformação e ao uso do espaço habitado, à interpretação abrangente do mundo físico local e da paisagem, ao usufruto do território e à sua reapropriação ritual” (p. 3-4). Para Guidoni, uma “cultura arquitetônica popular” somente sobrevive se condições de relativa autonomia cultural, econômica e de gestão permanecem. Para ele, a arquitetura popular e suas tradições não sobrevivem em contato estreito com o mundo industrial e urbano e com as políticas governamentais de habitação e urbanismo. Nessas situações, o legado popular permaneceria apenas nos detalhes, no uso particular do espaço interno e em elementos assessórios e extra-arquitetônicos. Metodologicamente, Guidoni advoga que a arquitetura popular deve ter suas características, componentes e variantes analisados com base em dados históricos e antropológicos. Ou seja, deve ser posta em relação com o “povo” que a produziu, tendo-se em conta estratificações temporais, condicionantes físicos e geográficos, trocas e encontros com a cultura urbana e estatal. Estatutos urbanos e normas consuetudinárias seriam fontes importantes da história das comunidades campesinas, do assentamento e do território, ressaltando-se o papel dos fotógrafos e etnógrafos no registro dessa arquitetura em seus nexos com vida cotidiana e tradições locais. Guidoni destaca o papel da noção de sagrado no estudo do “espaço popular” entendido como todo o ambiente produtivo, da casa ao território da comunidade. Ressalta a profundidade temporal desse aspecto, que remete à pré-história e ao mundo pré-cristão, e sua relação com o ambiente natural geológico e fito-zoológico. A relação com o sagrado surgiria nos signos religiosos apostos às fachadas, portas e janelas e na sacralização e individuação dos lugares por meio da presença de rochas e árvores sagradas ou da edificação de cruzes, edículas ou nichos que potencializam a relação entre este mundo e o divino. Estes elementos tornam-se pontos determinantes da paisagem, utilizados para a proteção do território. Guidoni assinala que esses construtos ganham significados reais somente sob uma chave antropológica ou no interior de um uso ritual radicado na tradição local. Por isso, a arquitetura popular não poderia ser compreendida fora da rede de crenças, tradições e de uso do espaço que transcende a mera esfera construtiva. Os ritos e festividades seriam também formas de apropriação e delimitação de territórios, de unificação do assentamento humano com seu contexto produtivo, de demonstração da persistência de lugares de culto e de resistência às modas e inovações. Seriam ainda expressões de uma interpretação popular da estrutura urbanística, permitindo compreender escolhas fundamentais como a posição da igreja, da capela, da cruz, dos altares provisórios e dos aparatos usados nas procissões. Guidoni explora a apropriação popular das relações entre natureza, religião, arquitetura sacra e paisagem nos assentamentos e santuários localizados em sítios excepcionais que exprimem a identificação primária entre o sagrado e as rochas. Defende também a existência de um “urbanismo popular”, identificando na configuração de núcleos urbanos pequenos e médios a ação criadora da comunidade residente. Na Itália, a assimilação pela cidade do tipo arcaico de morada camponesa data do final da Idade Média, quando a arquitetura dos núcleos urbanos deveu muito ao aporte camponês e às relações econômicas fundamentais com o campo. A dimensão popular do urbanismo se revelaria na construção culturalmente reconhecível do espaço habitado na sua relação com a preexistência histórica e na organização da vida comunitária. Seria produto de escolhas, estratificações culturais e modificações históricas concretizadas nos sistemas viários irregulares, nas volumetrias assimétricas e nos agregados habitacionais aparentemente caóticos. Sua falta de precisão e a não repetição de módulos e esquemas geométricos seriam próprios de uma produção artesanal que tem como objetivo a funcionalidade e a resposta a necessidades produtivas, sociais e ideológicas. Essas características seriam ainda decorrência de distorções, reinterpretações e simplificações de esquemas urbanísticos cultos e de um modelo associativo enraizado na família e na atividade produtiva do grupo. Uma expressão desse “modelo” seria a unidade urbanística correspondente ao beco e ao pátio com várias unidades habitacionais. Guidoni destaca a casa como um indicador do conjunto das relações comunitárias, por meio do seu aspecto exterior e da adaptabilidade ao espaço disponível, e como o elemento que mais mantém uma individualidade e mais tende a conservar tradições rurais e populares. Elementos como lareiras, chaminés, fornos e escadas expressariam essa tendência. Já o interior da casa popular é visto como pouco estudado em termos de cultura do espaço habitado, modelos de seleção e agregação de objetos e da relação com a estrutura edilícia. Nesses agenciamentos internos, que se caracterizam por um horror vacui, revalecem objetos e instrumentos de trabalho sobre a mobília, a qual é tratada como entidade isolada e relativamente independente do ambiente arquitetônico. As partes mais importantes (ambiente do leito, cozinha e canto das imagens sacras) são, entretanto, dotadas de rigorosa estruturação espacial. 
Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 14 Junho, 2013 - 13:15
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 13:15
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Não há tradução desta obra para o português.