Os Alagados da Bahia: Intervenções Públicas e Apropriação Informal do Espaço Urbano
Enviado por amanda em sex, 25/07/2014 - 11:37
Autor(es):
Eduardo Teixeira Carvalho
Onde encontrar:
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UFBA
Referência bibliográfica:
CARVALHO, Eduardo Teixeira de. Os Alagados da Bahia: Intervenções Públicas e Apropriação Informal do Espaço Urbano. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal da Bahia – FAUFBA (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo). Salvador, 2002.
Eixos de análise abordados:
Conceitos e métodos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra:
Eduardo Teixeira de Carvalho é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (1972). Possui mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (2002) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (2010). Atualmente é Professor Adjunto 2 da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia e tem experiência em planejamento e projetos arquitetônicos, atuando principalmente nos seguintes temas: equipamentos urbanos, planejamento e projetos, projetos de arquitetura e urbanismo, desenvolvimento urbano e habitação de interesse social.
CAPÍTULO 2 - 1946 / 1986 - ALAGADOS –- O REAL E O IDEAL NO ESPAÇO CONCRETO
CAPÍTULO 3 - 1984 / 2002 - ALAGADOS, NOVOS ALAGADOS E O PROGRAMA RIBEIRA AZUL
CAPÍTULO 4 - MODOS DE INTERVENÇÃO E APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO EM ALAGADOS - DIFERENÇAS E PERMANÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA
Resumo :
O trabalho trata da ocupação, formação, desenvolvimento e consolidação do bairro popular de Alagados em Salvador, Bahia, abrangendo o período entre 1946 e 2002 e focalizando a interação entre as ocupações informais que ocorreram ao longo deste período e os resultados das intervenções realizadas pelo poder público. O autor realiza uma revisão teórica e conceitual das ideias de “favela” e “invasão”, discute o problema da habitação popular e suas causas estruturais, e analisa como e em que circunstâncias as invasões de Salvador se formaram e se desenvolveram ao longo da história da cidade. Embora de caráter mais amplo e diferentemente da maioria dos estudos dessa natureza, este trabalho não se restringe ao tratamento das dimensões socioeconômica, urbana e política dos Alagados, mas focaliza e analisa também a arquitetura popular aí produzida em vários períodos dessa ocupação. O autor identifica os vários estágios de ocupação do espaço dos Alagados, a partir do momento em que as famílias pioneiras erigiram casas de madeira sobre palafitas, acessíveis por meio de pontes construídas com tábuas e restos de construções. O segundo estágio correspondeu ao aterramento das ruas com lixo e material de entulho e o terceiro ao aterramento da área alagada sob as casas com material arenoso e entulho, deixando-se ainda os “quintais” alagados. O quarto estágio correspondeu ao asfaltamento das ruas e à chegada da água encanada e da eletricidade. Por fim, a substituição das moradias iniciais pelas casas de alvenaria. O trabalho também relata a mobilização dos moradores para conseguir lixo e material de entulho para aterrar as ruas do bairro. A técnica construtiva utilizada pelos moradores, a partir da construção de uma estrutura simples mas resistente de madeira agreste e vedações de materiais reciclados, também é estudada. A dissertação contém mapas que mostram os limites da área em estudo, fotos ilustrativas dos vários estágios da ocupação e desenhos esquemáticos com cotas que apresentam as tipologias e os esquemas construtivos dos barracos. Discute, por fim, o que denomina de “queda de braço” entre a ocupação informal dos Alagados e as intervenções realizadas pelo poder público na área, a eficácia das políticas públicas adotadas neste campo e conceitos como “ordem e desordem urbana”, “área degradada” e “qualidade de vida”.