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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Guarani

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Lucia Mascaró

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

MASCARO, Lucia. “Guarani: house”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1693.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Lucia Elvira Alicia Raffo de Mascaró possui especialização em Low Cost Industrialized Housing pela Technical University of Denmark (1971), mestrado em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982), doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1990) e pós-doutorado pela Universidad Politécnica de Sevilla (1993). Atualmente é professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, consultora ad hoc da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Membro de corpo editorial da Cadernos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Membro de corpo editorial da Cuadernos de Laboratorio de Investigaciones del Territorio y el Ambiente, membro de corpo editorial da Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana e membro de corpo editorial da Cadernos de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (MACKENZIE. Impresso). Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo. Atuando principalmente nos seguintes temas: construção civil, arquitetura, tecnologia. 
Informações extraídas de: http://lattes.cnpq.br/8009591331393512 
Resumo : 
O verbete trata da área de ocupação Guarani no oeste do Rio Grande do Sul e nordeste da Argentina, área pouco habitada e com aldeias e assentamentos esparsos. É acompanhado de ilustrações detalhadas sobre a casa Guarani e seu sistema construtivo, embora as ilustrações não correspondam plenamente à descrição. Informa-se que a aldeia Guarani localiza-se na floresta numa clareira. Seu ponto central é a casa da reza do pajé ou um espaço aberto para encontros do grupo. As demais casas são isoladas e dispersas na floresta em torno deste centro político e religioso. São construídas com bambu, folhas de palmeira e tábuas, materiais que são completamente diferentes daquelas de quem constrói em áreas sem árvores, onde há somente acesso ao barro. As paredes são construídas com pilares de madeira inseridos na terra, com armações de madeira entre eles e o vão das portas, estrutura que apoia a cumeeira. Entre quatro e seis bambus são fincados verticalmente no chão e três peças são colocadas horizontalmente entre esses apoios. Os espaços restantes são fechados com a costela da folha de palmeira, cascas e galhos. Esteiras de capim ou de folhas de palmeira são aplicadas sobre esta estrutura e o mesmo sistema é usado para revestir a cobertura. Costelas de folha de palmeira e esteiras também compõem a porta voltada para o norte, bem como uma grande esteira posta no interior serve de cama comunal. Uma lareira circular fica no lado oposto e caixas são usadas como assentos. Segundo a autora, o simbolismo arquitetônico se expressa na organização espacial e no uso do espaço, mas esse simbolismo não é explicitado assim como o ritual que precede a construção das casas. Por fim, a autora ressalta a preocupação ecológica e ritual embutida na construção Guarani, o que seria responsável pelo seu número e tamanho.
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 8 Dezembro, 2014 - 11:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
sábado, 2 Agosto, 2014 - 14:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Carlos Zibel Costa

Onde encontrar: 

Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Referência bibliográfica: 

COSTA, Carlos Zibel & LADEIRA, Maria Inês. “Guarani (Argentina, Bolivia, Brazil s; Paraguay, Uruguay)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World. Cambridge - UK: Cambridge University Press, 1997, p. 1692-1693.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Carlos Roberto Zibel Costa é arquiteto, designer, artista e professor. Graduou-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (1973), e obteve mestrado em Arquitetura e Construção na EESCUSP (1983) e doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas na FAUUSP (1989). É professor no Curso de Design e no Curso de Arquitetura e Urbanismo da USP (Graduação e Pós Graduação e Professor Doutor Livre Docente - MS5, em dedicação integral na Universidade de São Paulo. É pesquisador sênior e vice-coordenador científico do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo da USP (NUTAU). É autor de inúmeras publicações nacionais e estrangeiras, entre as quais Além da Formas: uma introdução ao pensamento contemporâneo no design, nas artes e na arquitetura (Editora Annablume/ FAUUSP). Participou do livro Kairos - A Bird Orbiting Planet Earth de Emanuel Pimenta ( Charleston, SC: EDMP, 2011) e da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World, editada por Paul Olivier (Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1997).
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/7526222096082728
 
Maria Inês Ladeira é Doutora em Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo - FFLCH / USP -, mestre em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PPGCS / PUC -, graduada em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP. Coordenadora do Programa Guarani do Centro de Trabalho Indigenista - CTI -, organização não governamental, onde atua na área de Antropologia desde a sua fundação em 1979, com projetos e ações voltados ao reconhecimento de direitos territoriais indígenas e à conservação ambiental de Terras Guarani nas regiões sul e sudeste do Brasil, bem como em pesquisas e incentivos a ações de referências culturais. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/8251567924320068
 
Resumo : 
Os Guaranis que vivem no Brasil são divididos em três subgrupos: Nhandeva, Kayova e Mbya. Esta divisão decorre de diferenças dialetais e de práticas ritualísticas. Os Nhandeva e Mbya vivem no sul e sudeste do Brasil e suas aldeias se espalham do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo. Os assentamentos se localizam ao longo da costa, devido ao mito da Terra sem Males, localizada no leste. O território Guarani se estende até Mato Grosso e à Argentina, Paraguai e Bolívia. Apesar das dificuldades de encontrar materiais tradicionais, os Guaranis buscam preservar suas tradições construtivas. Contudo, usam materiais plásticos para divisórias e telhas cerâmicas, dentre outros materiais, adaptados à solução arquitetônica tradicional. A relação com o sagrado tem sido fundamental para a preservação do modo de ocupação do território, do agenciamento das aldeias e da construção da casa da reza (opy). A casa Nhandeva se caracteriza pelo espaço interno generoso. Já os Mbya são econômicos, pois suas constantes mudanças fazem com que suas casas sejam temporárias e durem apenas o tempo de plantar e colher o milho. As aldeias Guarani são organizadas em famílias extensas, tendo o centro marcado pela casa da reza. Esta pode estar perto ou coincidir com a casa do chefe. Nas aldeias costeiras, a encosta é ocupada e as casas se voltam longitudinalmente para o leste. A casa da reza fica, em geral, no ponto mais alto. Dessa forma, toda a aldeia pode avistar o mar. A atual casa Guarani abriga apenas uma família e se relaciona com outras do grupo familiar por proximidade. A cozinha fica no fundo da casa e a união das áreas externas forma uma espécie de praça vinculada a este grupo. A praça principal da aldeia está localizada a leste ou ao norte da opy. Esta tem planta retangular, eventualmente, com um semicírculo em uma das extremidades, cobertura de palha com duas águas e duas portas alinhadas segundo os eixos leste/oeste ou leste/norte. A estrutura é de madeira com apoios articulados às vigas da cobertura por cipós. O barro para vedação pode ser aplicado diretamente sobre a estrutura vertical de madeira ou sobre uma trama de paus delgados [taipa]. Nas cerimônias importantes, toda a aldeia se reúne nesta casa. Devido a seus vínculos mitológicos e ritualísticos, as madeiras mais utilizadas são o cedro e a palmeira, cuja folha fornece a palha dos telhados e também os troncos para a estrutura vertical. A planta retangular das casas permite o seu crescimento ao longo do eixo principal e muitas adições podem ser realizadas. As aberturas para o leste, oeste e norte nem sempre são portas, podendo ser aberturas parciais ou totais. Não há divisões internas e quando estas ocorrem são feitas com tecido ou esteiras. Nas casas de reza nunca há divisões internas e as paredes externas existem para abrigar os rituais das intempéries. O espaço Guarani depende de sua relação com a floresta e corresponde a uma reconstrução cultural dela. 
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 10 Dezembro, 2013 - 10:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 12:30
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Bibliografia citada e recomendada:

COSTA, Carlos Zibel. Habitação Guarani – Tradição Construtiva e Mitologia. São Paulo: FAU/USP, 1989.

LADEIRA, Maria Inês. O Caminhar sobre Luz – o Território Mbya à Beira do Oceano. São Paulo: Faculdade de Ciências Sociais/PUC-SP, 1992.

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