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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Arquitetura popular brasileira

ISBN ou ISSN: 

978-85-87723-92-5

Autor(es): 

Demis Ian Sbroglia Barreto; Günter Weimer; Humberto Medeiros; Werther Holzer

Onde encontrar: 

Acervo da Biblioteca da FAUFBA

Referência bibliográfica: 

BARRETO, Demis Ian Sbroglia; WEIMER, Günter; MEDEIROS, Humberto e HOLZER, Werther. A Arquitetura Popular do Brasil. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2010.

Eixos de análise abordados: 
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Günter Weimer possui graduação em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1963), mestrado em História da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1981) e Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1990). Atualmente é professor convidado do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo (PROPUR) da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: arquitetura popular, história da arquitetura, imigração alemã, açorianos no Brasil e Rio Grande do Sul.

Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/9294112826574839.

 

Werther Holzer possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal Fluminense (1984), graduação em Comunicação Social Cinema pela Universidade Federal Fluminense (1990), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (1998). Atualmente é professor associado I da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Projeto Urbano e Teoria do Urbanismo, com ênfase na Adequação Ambiental e na área de Geografia, com ênfase em Geografia Humanista, atuando principalmente nos seguintes temas: fenomenologia, lugar, paisagem, paisagismo e projeto urbano.

Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/6585328267699491

 

Demis Ian Sbroglia Barreto é arquiteto e urbanista formado pela UFF, e atualmente trabalha na Construtora Mudar, no Rio de Janeiro. Não há informações sobre ele na Plataforma Lattes.

 

O livro resultou da convergência do projeto da editora Bom Texto, Arquitetura Popular do Brasil com a viagem realizada por Demis Ian Sbroglia, então estudante de arquitetura da UFF, pelo litoral brasileiro, do Oiapoque ao Chuí, de bicicleta. O discente colaborou com os arquitetos e professores Günter Weimer e Werther Holzer, e contratou-se o fotógrafo Humberto Medeiros para complementar o conjunto de imagens de Demis Sbroglia.

Sumário obra: 

Introdução

 Apresentação (Günter Weimer)

Características Regionais

          Região Norte (Günter Weimer)

          Região Nordeste (Günter Weimer)

          Região Centro-Oeste (Werner Holzer)

          Região Sudeste (Werner Holzer)

          Região Sul (Werner Holzer)

Paisagens

          Paisagens Rurais (Günter Weimer)

          Paisagens Periurbanas (Werner Holzer)

          Paisagens Urbanas (Werner Holzer)

                    Favelas (Günter Weimer)

          Palafitas (Günter Weimer)

Tipologias

          Casas (Günter Weimer)

          Biroscas, Mercados e Vendas (Werner Holzer)

          Igrejas (Günter Weimer)

Partes das Edificações

          Casas de Farinha (Werner Holzer)

          Casinhas (Werner Holzer)

          Engenhos e Monjolos (Werner Holzer)

          Fogões e Fornos (Werner Holzer)

Materiais de Construção

          Adobe (Günter Weimer)

          Taipa (Günter Weimer)

          Fibras Naturais (Günter Weimer)

          Madeira (Günter Weimer)

          Pedra (Günter Weimer)

          Industriais (Günter Weimer)

Resumo : 

Livro com muitas fotos, embora sem peças gráficas. Apresenta o assunto a partir das regiões, paisagens, tipos e técnicas construtivas, com alguns casos específicos. Na maioria dos casos, desvia-se para explicações e críticas à situação econômica e social, inclusive quanto à culinária e ao folclore. Na Região Norte, há grande variedade de madeiras com as quais se fazem construções elevadas, com fundações do mesmo material ou tijolo; cobertura de fibras vegetais nas zonas rurais e de telhas cerâmicas, próximas às cidades. No Nordeste, há maior presença da taipa e do adobe, com cobertura de folhas de coqueiro. Nas periferias metropolitanas, predominam lajes e estruturas de concreto armado, com alvenarias sem revestimento. Também aparecem palafitas em alagadiços, técnica “trazida da África”, que sofreria de preconceito, segundo os autores, por ser técnica construtiva confundida com a pobreza. Na Região Centro-Oeste, os colonos paulistas seiscentistas trouxeram a taipa de pilão, presente em cidades tradicionais como Goiás e Pirenópolis. Em lugares mais afastados empregam-se técnicas indígenas – madeiras e folhas de palmeiras – assim como pau-a-pique com cobertura de buriti. No Pantanal, as palafitas com vedação em madeira ou alvenaria são as formas mais constantes. Já nas periferias urbanas e núcleos agroindustriais dessa região, predominam técnicas e materiais industrializados. Verifica-se grande diversidade étnica, tipológica e construtiva na Região Sudeste. No litoral, a arquitetura caiçara de madeira e taipa. A taipa encontra-se mais em São Paulo e áreas mineiras próximas e o pau a pique, no Rio de Janeiro e Minas Gerais, lugar onde a pedra é abundante e usada em paredes e coberturas. Nas periferias urbanas dessa região, empregam-se técnicas e materiais industriais, com coberturas em lajes de concreto e os telhados, geralmente em fibrocimento, surgem somente quando não há expectativa de acréscimo. Na Região Sul, vigora a influência de imigrantes alemães, com sua arquitetura em arenito e enxaimel; poloneses, com construções em blocause (troncos roliços ou aparelhados, encaixados); e italianos, com uso de pedra e tábuas. A moradia rural é a que mais se aproxima do que seria, para os autores, a arquitetura popular, enquanto nas paisagens periurbana e urbana há hibridismo de técnicas e materiais industriais e tradicionais. Destacam os autores a favela, que teria forte relação com o urbanismo dos povos africanos, identificando-se desde construções precárias de papelão até moradias de alvenaria com eletricidade e água potável. Quanto às tipologias, iniciam pelas casas que seguiriam programas europeus. Fala-se das vendas, locais de encontro e lazer, ora com recuo avarandado, avançando na rua com mercadorias expostas, ou com volume imponente na fachada. As igrejas são também presença fundamental nos povoados, com técnica mais apurada, materiais mais caros e onde a imaginação pode soltar-se mais em relação aos demais edifícios. Os autores descrevem as casas de farinha, que seguiriam programa e arquitetura de raízes indígenas ditados pelo processo produtivo, familiar ou comunitário, atuando, em muitas aldeias, como centros comunitários para a partilha de alimentos, bebidas e conhecimentos. Seria, contudo, um tipo em extinção, devido à normatização da fabricação desse produto. Comenta-se ainda as “casinhas” dos sanitários construídos sobre a fossa, cuja capacidade dita a vida útil da construção. Uma vez esgotada, constrói-se outra em outro lugar. O piso dessas edículas de taipa e adobe com coberturas de telhas e folhas é, geralmente, em madeira, com um orifício. O engenho, movido a água, tração animal ou força humana, para moagem de mandioca, cana-de-açúcar, mate e outros produtos é descrito, assim como o monjolo para a moagem de cereais. Descrevem-se também os fogões e os fornos que servem para cozer alimentos associados a atividades coletivas; para a produção de materiais de construção, como tijolos, e também para queimar a cal. Ao descrever os materiais de construção, os autores assinalam sua origem e tendências atuais, em especial a partir do movimento ecológico. O adobe, presente no interior do Nordeste e nas áreas mais secas de Minas Gerais e Goiás, se faz com fundações de pedra ou baldrame de madeira e revestimento de reboco de barro e tabatinga (barro de cor clara) ou areia e cal em caiações sucessivas. Os autores comentam as construções em arco, que seria técnica trazida do Norte da África, sem citar local ou exemplo. A taipa de pilão, técnica trazida pelos portugueses, teria sido aprendida com berberes ou mouros, segundo os autores. Originário da África Negra seria, por sua vez, o emprego de estrutura com ramos vegetais, complementada com barro, fibras vegetais ou animais e aglomerante. Os autores definem o pau a pique como a construção com ramos entrelaçados, fixados no chão em pontos-chave. A taipa de mão como aquela em que o barro é colocado manualmente e a de sopapo como aquela feita com o arremesso simultâneo do barro pelos dois lados, ao ritmo de cantigas. A proteção do barro é feita por baldrames e plataformas no piso e por beirais largos na cobertura. Era a técnica mais empregada até a primeira metade do séc. XIX, sendo atualmente associada à pobreza. O uso de fibras naturais e a baixa duração geral das palhas, além do preconceito existente, são assinalados. As técnicas em madeira vieram com os europeus. O enxaimel aparece com os portugueses, estabilizado por meio do prolongamento dos cunhais fixados ao solo, como no nordeste de Minas Gerais e sul da Bahia, e travado com peças diagonais, como os centro-europeus, como na serra fluminense e regiões de colonização alemã de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Norte também se constrói em madeira, porém com uso das peças na horizontal. As construções são isoladas do solo por palafitas ou por meio do emprego de alvenarias no térreo. O tratamento e a proteção das peças são feitos com aplicação de óleo queimado ou tinta de alcatrão, como no Sul, ou através da carbonização superficial da madeira feita pelos indígenas. As técnicas em pedra são também de origem portuguesa e empregadas nas fundações, soleiras, portas, vergas, peitoris e preenchimentos de vãos na taipa de pilão. No Rio Grande do Sul, os imigrantes alemães empregavam o arenito e os italianos, o basalto com junta seca. Em Minas Gerais, verifica-se o uso da pedra-ferro. Os autores assinalam o uso cada vez mais constante de materiais industriais e de cores nas fachadas, por causa do barateamento das tintas à base de compostos plásticos. Apontam também o consumo de reciclados e o o uso da costaneira, o corte da primeira tábua, e de materiais de demolição.

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 28 Dezembro, 2015 - 11:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
sábado, 10 Janeiro, 2015 - 15:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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