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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

The fits and misfits of peoples housing

ISBN ou ISSN: 

Não consta

Autor(es): 

John Turner

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

TURNER, John F. C. “The fits and misfits of peoples housing”. In: Freedom to Build, RIBA Journal, No. 2, February, 1974, páginas não numeradas.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 
John Turner (1927) nasceu em Londres e estudou na Architectural Association School of Architecture, graduando-se em 1954. Viveu no Peru entre 1957 e 1965, trabalhando para o governo peruano na promoção e formatação de ações comunitárias para a implantação de programas habitacionais baseados na autogestão e na autodeterminação em assentamentos populares e invasões urbanas. Viveu de 1965 a 1973 nos EUA, quando se associou ao MIT, em Cambridge, Massachussetts, EUA. Foi também pesquisador associado da Universidade Harvard. De volta a Londres, foi conferencista da Architectural Association and the Development Planning Unit, University College of London, até 1983. Mudou-se de Londres para a cidade de Hastings, em 1989, localizada na costa sul da Inglaterra, quando tornou-se o administrador do Hastings Trust, uma organização não-governamental dedicada ao desenvolvimento sustentável dessa cidade. Escreveu vários livros e artigos sobre habitação e assentamentos populares na América Latina, EUA, Ásia, África e Oriente Médio. Turner é uma das principais referências mundiais sobre o tema da habitação popular. A obra fichada corresponde ao número 8 da Revista Architectural Design, o qual foi organizado por Turner e trata exclusivamente da questão habitacional na América do Sul. 
Resumo : 
O artigo é um depoimento de Turner sobre sua experiência na América Latina e uma oportunidade que cria, a partir dos exemplos que evoca, de demonstrar suas ideias sobre o papel das agências governamentais, planejadores e arquitetos na produção habitacional e na construção popular autogerida em países em desenvolvimento. Para tanto, cita exemplos brasileiros como os Alagados, em Salvador - BA, e os conjuntos habitacionais do BNH nos anos 1960. Define o assentamento dos Alagados como um “ecossistema” e os conjuntos habitacionais como um “antissistema”. Nos Alagados, o meio de vida dos seus habitantes (então ainda majoritariamente pescadores e catadores) articula-se ao modo como constroem suas casas em palafitas e como aproveitam o lixo da cidade serve para, ao mesmo tempo, produzir terreno e alimentar os porcos que criam. Com as economias geradas por esse “ecossistema”, os habitantes melhoram suas habitações, substituindo palafitas de madeira por casas de alvenaria em terreno firme. Além disso, mantêm-se próximos de suas áreas de trabalho. Já os conjuntos habitacionais constituiriam um sistema desequilibrado e disfuncional que drena recursos públicos e não resolve o problema das pessoas, já que parte considerável da renda dos moradores é transferida para o pagamento das prestações dessas operações custosas e socialmente pouco significativas. Assim, os conjuntos habitacionais serviriam mais para promover dirigentes políticos do que para melhorar a vida dos pobres. Com base nesses exemplos, Turner explicita suas teses. Na primeira afirma que o assentamento popular construído pelos próprios habitantes é social, cultural e economicamente melhor do que os programas habitacionais governamentais. A segunda tese é que nem sempre o que é julgado bom, belo ou adequado pelo topo da pirâmide social, é também para os mais pobres. Turner defende então a mudança do conceito de padrão habitacional estabelecido por uma ótica estética e higienista, por outro baseado no que de fato é capaz de melhorar a vida das pessoas. Enfim, propõe que se substitua essa abordagem pelo reconhecimento do valor existencial e de uso das coisas. A terceira tese que Turner defende neste artigo é a de que autonomia gera economia e que a produção habitacional de baixa renda deve ficar sob o controle do morador/proprietário, cabendo ao governo o papel de apoiador, coordenador e financiador dos esforços populares. A quarta tese diz respeito aos sistemas centralizados e governamentais de produção habitacional que, a seu ver, não funcionam e são economicamente disfuncionais porque não lidam com uma demanda habitacional efetiva e atuam num contexto em que os mais pobres já controlam grande parte dos meios para a produção habitacional, realizando-a de modo mais eficiente do que os sistemas profissionais. Turner finaliza o artigo questionando os conceitos de centro e periferia, já que nesta última e no seio das classes populares, grandes lições estariam sendo dadas aos modelos e modos de pensar produzidos no centro. 
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 25 Março, 2014 - 11:00
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
sexta-feira, 29 Agosto, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz