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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

barracos

ISBN ou ISSN: 

Não se aplica.

Autor(es): 

Joaquim Cardozo

Onde encontrar: 

Acervo da Faculdade de Arquitetura da UFBA.

Referência bibliográfica: 

CARDOZO, Joaquim. Arquitetura Popular no Brasil. Módulo – Revista de Arquitetura e Artes Plásticas, Rio de Janeiro, ano 2, n.5, set 1956.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Joaquim Maria Moreira Cardozo (1897-1978) foi, entre outras coisas, escritor de literatura (poesia, contos, peças de teatro), artista plástico (ilustrações, cartuns, design), além de crítico de arte e editor de revistas de arte e arquitetura, e um dos mais importantes engenheiros estruturalistas brasileiros. Foi fundamental para o Movimento Moderno, sendo responsável pelos projetos estruturais do Conjunto Arquitetônico da Pampulha em Belo Horizonte (DF) e, em Brasília (DF), de obras fundamentais como o Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada, Catedral Metropolitana e o Congresso Nacional. Foi professor da Escola de Engenharia e um dos fundadores da antiga Escola de Belas Artes de Pernambuco, catedrático de Teoria e Filosofia da Arquitetura, assim como trabalhou nos primórdios do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). 
Informações obtidas em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Cardozo

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

Texto pioneiro sobre o tema com fotos de casa sobre palafitas no Amazonas, barracos da favela do Pasmado (Rio de Janeiro), casa de pescador na favela de Maria Angu e casa de palha no Maranhão. O autor observa que a arte popular é aquela das camadas mais pobres. No entanto, apesar de a música e pintura populares possuírem aceitação, o mesmo não se passava com os barracos, mocambos, casas sobre palafitas e demais exemplares de arquitetura popular, à qual não se dera ainda atenção como fenômeno arquitetônico. Essa arquitetura é muito ditada pelas circunstâncias, pelos terrenos disponíveis e utilizados – alagadiços, com alta declividade, inacessíveis – e materiais empregados – tábuas, madeira retirada de matas próximas, latas, palha de coqueiro, capins – isto é, pela miséria e pelo objetivo imediato de lograr um abrigo. Apesar disso é legítima manifestação da arte popular, rica em sugestões, ritmos e invenções. O autor encontra constância de proporções nos barracos de favelas, com insistência uniforme de linhas, plantas geralmente em retângulos alongados, fachadas principais definidas pela cobertura em “chalet”, e largura aproximadamente igual à altura do piso à cumeeira, algo de estandardização das medidas de portas e janelas, e emprego frequente de varandas, fronteiras ou laterais, que dão o ritmo dessas casas, acompanhando toda a fachada ou em um pequeno espaço, geralmente cobertas e providas de peitoris simples, de tipos e materiais variados. Os mocambos seguem as mesmas proporções, embora feitos de materiais diferentes, alguns ausentes nas favelas, como a palha de coqueiro. Nos mocambos inteiramente construídos com palha, como nas praias nordestinas, o trançado é variado. Nas casas sobre palafitas do Amazonas, é recorrente o uso de varandas, embora com proporção final diferente daquelas das favelas. Observa ainda o emprego das cores: quando o dinheiro permite, sempre de origem terrosa, e intensas, com verdes velhos, azuis sombrios, roxos-terra, para ele, indícios de alguma revolta e melancolia. Os jardins são difíceis de realizar nas favelas, pela aglomeração, aparecendo pequenos espaços cultivados suspensos sobre jiraus. Em lugares mais afastados, aparecem com cercas de ripas ou de faxinas ou mesmo cercas vivas de papoulas, maria mole ou capim-açú, latadas de plantas trepadeiras, em especial o lava-prato e o maracujá. As ruas são estreitos caminhos entre casas aglomeradas, muitas vezes apenas escadas com degraus gigantescos se infiltrando por entre os barracos, com tratamento mínimo, configurando um burgo miserável, sem muralhas e sem castelo.

Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 23 Junho, 2016 - 16:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 20 Março, 2025 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

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