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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Transformações

ISBN ou ISSN: 

1909-6298

Autor(es): 

Luiz Manuel do Eirado Amorim e Claudia Loureiro

Referência bibliográfica: 

AMORIM, Luiz Manuel do Eirado; LOUREIRO, Claudia. Uma figueira pode dar rosas? Um estudo sobre as transformações em conjuntos populares. In: Arquitextos, ano 1, fev.2001. Disponível: http://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.009/920

Eixos de análise abordados: 
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Luiz Manuel do Eirado Amorim é arquiteto e urbanista, formado pela UFPE (1982), PhD em Advanced Architectural Studies na Bartlett School of Graduate Studies – University College London (1999). É professor titular aposentado do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU), tendo atuado no Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo (CAU) (1986-2022) e no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU) (1999-2022), onde fundou e coordenou (1999-2023) o Laboratório de Estudos Avançados em Arquitetura (lA2) e o Grupo de Pesquisa de Morfologia da Arquitetura e do Urbanismo (2000-2023). É professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba (PPGAU-UFPB). 
[http://lattes.cnpq.br/5406427546690123]
 
Claudia Loureiro é arquiteta e urbanista, formada pela UFPE (1974), com mestrado pela USP (1990) e doutorado também pela USP (2000). Foi professora da UFPE, na área de Teoria da Arquitetura.
[http://lattes.cnpq.br/4868058877494747]

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O artigo apresenta um estudo das transformações ocorridas em conjuntos habitacionais da COHAB, em Recife, com riqueza de imagens. A solução multifamiliar para a moradia é implementada num conjunto popular público em Recife no final dos anos 1970, na etapa 4 da COHAB e no Conjunto COHAB-Rio Doce. Neste último, os grupos de edifícios sobre pilotis são arranjados sobre quadras comuns, sem individualização dos lotes e a partir dos preceitos modernistas, com rés do chão livre e público, tênue gradação entre domínio público e privado, sem portais de controle, exceto pelo hall de acesso aos apartamentos. Os conjuntos seguintes abandonarão os pilotis, porém com a mesma concepção das quadras. Na sua maioria, são edifícios de 3 a 4 pavimentos, em barra dupla, conectados pela circulação vertical e horizontal, combinados com habitações unifamiliares (isoladas, térreas ou dúplex, geminadas ou não, em quadras tradicionais). Mudanças drásticas foram feitas com o passar dos anos nas lâminas edificadas originais, como novas estruturas em concreto, eliminação de paredes portantes, extensões e adições que desrespeitam os recuos exigidos por lei. Por trás das mudanças mais vistosas, como novos revestimentos, coberturas e anexos, a mais profunda é a que passa desapercebida: a procura por um acesso direto à rua, negando-se o princípio condominial. Enquanto na casa isolada as transições entre público e privado são claras, no edifício de apartamento há zonas intermediárias, ambíguas e reguladas por normas diversas, como o hall, a escada de acesso e patamares. Igualmente ambivalente é o espaço dos recuos em relação à rua, que é público e sem controle. Nas casas, o espaço do recuo é privado e controlado, separado por uma barreira física, organizando as partes do terreno, cujo uso é definido pela família, enquanto nos condomínios depende da negociação de várias famílias. Os espaços intersticiais e demais áreas livres são apropriados e privatizados pela expansão das unidades de moradia, bem como pela construção de equipamentos e serviços, criando-se vielas, passagens e largos, que acentuam as diferenças entre os espaços livres, com clara demarcação entre interior e exterior das quadras e criação de um gradiente de privacidade, além do reestabelecimento da polaridade tradicional entre frente/fundo por meio da hierarquia do movimento: o acesso aos apartamentos se faz pelos espaços mais privativos (e não necessariamente pelo fundo geométrico das quadras). No Conjunto COHAB Curado 3, o sentido de frontalidade das unidades de moradia é restituído pela construção de escadas independentes que dão acesso direto à via pública. Os conjuntos habitacionais populares, assim, migram lentamente da previsibilidade formal do modelo modernista, à aparente desordem, na realidade à lógica, dos assentamentos espontâneos. Tais transformações têm ocorrido em praticamente todos os conjuntos populares da periferia de Recife e revelam uma discrepância entre as concepções dos projetistas e dos moradores sobre o controle da acessibilidade e da visibilidade, transgredindo as normas e redefinindo os códigos de uso, que são os da vida social e espacial.

Data do Preeenchimento: 
sábado, 24 Junho, 2023 - 16:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 20 Março, 2025 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

Observação: 

Referência a dois relatórios de pesquisa, que serviram de subsídio para o texto: AMORIM, L. & LOUREIRO, C. O Morar Coletivo. Recife: Relatório de Pesquisa DAU/UFPE/Laboratório de Projeto, 2000; MONTEIRO, Circe. A sala invisível: análise da vivência domiciliar estendida em conjuntos habitacionais. Recife: Relatório de Pesquisa. DAU/UFPE/Laboratório de Projeto, 2000.

ISBN ou ISSN: 

2316-1752

Autor(es): 

Luiz Manuel do Eirado Amorim e Claudia Loureiro

Referência bibliográfica: 

AMORIM, Luiz Manuel do Eirado; LOUREIRO, Claudia. Dois mundos, uma só espacialidade. In: Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, Belo Horizonte, v. 12, n. 13, p. 59-75, dez. 2005. Disponível: https://periodicos.pucminas.br/index.php/Arquiteturaeurbanismo/article/v...

Eixos de análise abordados: 
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Luiz Manuel do Eirado Amorim é arquiteto e urbanista, formado pela UFPE (1982), PhD em Advanced Architectural Studies na Bartlett School of Graduate Studies – University College London (1999). É professor titular aposentado do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU), tendo atuado no Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo (CAU) (1986-2022) e no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Urbano (MDU) (1999-2022), onde fundou e coordenou (1999-2023) o Laboratório de Estudos Avançados em Arquitetura (lA2) e o Grupo de Pesquisa de Morfologia da Arquitetura e do Urbanismo (2000-2023). É professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba (PPGAU-UFPB). 
[http://lattes.cnpq.br/5406427546690123]
 
Claudia Loureiro é arquiteta e urbanista, formada pela UFPE (1974), com mestrado pela USP (1990) e doutorado também pela USP (2000). Foi professora da UFPE, na área de Teoria da Arquitetura.
[http://lattes.cnpq.br/4868058877494747]

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O artigo é um estudo sobre as modificações introduzidas no desenho original de dois conjuntos residenciais da Região Metropolitana do Recife, com riqueza de imagens. O conjunto residencial Morada do Recife Antigo, complexo habitacional de classe média, foi construído em Novo Prado e consiste de 960 apartamentos de 60 m² em 40 edifícios de seis pavimentos sobre pilotis. Estes são distribuídos em cinco sub-condomínios denominados de “quintas”, delimitadas apenas simbolicamente, cada uma com oito edifícios em forma de H, agrupados dois a dois, totalizando 192 apartamentos. O conjunto tem uma via privativa principal para circulação de veículos e vias secundárias para pedestres de acesso aos diversos edifícios. Em cada quinta, os edifícios voltam-se para o espaço comum de lazer, uma grande praça privativa.Após a entrega das primeiras unidades, uma modificação retificou o domínio físico, com o fechamento dos limites de cada quinta e dos pilotis e a instalação de portões eletrônicos e guarita, criando-se ilhas espaciais conectadas a um sistema de circulação comum e materializando-se uma delimitação legal e simbólica. O controle das áreas comuns foi reforçado por sinais que desencorajam o seu uso como passagem. O Conjunto Habitacional Cohab Curado foi construído no município de Jaboatão dos Guararapes num assentamento isolado e de tecido fragmentado. O Cohab Curado 3 tem 1.406 unidades habitacionais, 77% das quais são apartamentos de dois ou três quartos, com área variando de 44 a 50 m², agrupados em edificações de três ou quatro pavimentos, sem pilotis, construídos em alvenaria estrutural. O princípio compositivo das quadras multifamiliares é a repetição de blocos em H, arranjados dois a dois, paralelos entre si. Nenhum edifício manteve a forma original, com ampliações em todas as direções. A transformação mais significativa é a busca do morador pelo acesso direto da rua, do térreo aos pavimentos mais altos. As modificações são implementadas pelos moradores, principalmente por meio da ocupação dos espaços livres da quadra. Os espaços públicos destinados ao acesso, circulação ou lazer dos moradores são ocupados pela expansão das unidades e pela construção de equipamentos de comércio e serviços. O padrão original dos espaços intersticiais entre os blocos com pouco controle de acesso, transforma-se em uma sucessão de pátios, vielas e passagens, em configuração semelhante aos assentamentos autoproduzidos. Nas quintas, as modificações concentram as linhas mais acessíveis no seu interior, controlado diretamente pela guarita, aumentando o encontro entre os moradores e restringindo o movimento de estranhos. No conjunto popular, as linhas mais acessíveis concentram-se na periferia da quadra, diferenciando o movimento de pedestres entre o seu interior e exterior, definindo mais claramente gradientes de privacidade assim como a interface público/privado. A transformação da estrutura espacial do conjunto explicita as propriedades polares típicas do tecido urbano tradicional, com o restabelecimento de sua lógica: relação entre espaços fechados e espaços públicos, expressa pela dualidade frente/fundo e público/particular. Com um sistema hierárquico de movimento, separa-se claramente aquilo que é público daquilo que é particular. Ou seja, a desconexão entre a desordem popular e a ordem da classe média é apenas aparente.

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 26 Junho, 2023 - 16:00
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quinta-feira, 20 Março, 2025 - 16:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

Observação: 

Referência a obras similares: RIGATTI, Décio. Do espaço projetado ao espaço vivido: modelos de morfologia urbana no conjunto Rubem Berta. 1997. 340f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997; TRIGUEIRO, E. et al. Reconciliação com o espaço real: transformações morfológicas em conjuntos habitacionais. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 6, 1995. Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: UFRGS, 1995, p. 835-836.

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