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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Suma Etnológica Brasileira.

ISBN ou ISSN: 

Não consta

Autor(es): 

Maria Heloísa Fénelon Costa Fénelon; Hamilton Botelho Malhano.

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

COSTA, Maria Heloísa Fénelon; MALHANO, Hamilton Botelho. Vol. 2 Tecnologia indígena. In: RIBEIRO, Darcy (ed.).Suma Etnológica Brasileira. Petropólis: Vozes Ltda, 1986. p. 27-94. (Volume 2). Edição atualizada do Handbook of South American Indians.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Maria Heloísa Fénelon Costa foi artista plástica, pesquisadora, professora universitária e antropóloga, seus estudos sobre arte comparada, arte decorativa, estética, escultura e pintura (corporal e figurativa), além de estudos sobre história e sociologia da arte são referenciais teóricos das reflexões antropológicas sobre povos indígenas na região do Alto Xingu.

Hamilto Botelho Malhano foi arquiteto e urbanista, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e em Ciências Sociais pelo Instituto de Ciências Humanas e Filosóficas Universidade Federal Fluminense, além de especializações e Mestrado em História da Arte e Doutorado sobre arquitetura vernacular. Possui diversas pesquisas no campo da antropologia, arquitetura e detalhes arquitetônicos, etnografia e arqueologia indígena.

Fontes: https://www.sbhc.org.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=1055

econtents.bc.unicamp.br

https://www.escavador.com/sobre/1148612/hamilton-botelho-malhano

Sumário obra: 

Estabelecimento, aldeia, grupo local e casa

Morfologia das aldeias

Morfologia das casas

Anexos, abrigos e construções estacionais

A amarração

O Alto-Xingu: aldeia e casa

                        A aldeia

                        As casas

                        A casa antropomorfa

                        A construção

Os Karajá: aldeia e casa

                     As aldeias

                    Os cemitérios

                    As casas

Aldeias-casas e outras casas: Tupi, Jê

                    A shabono dos Yonoáma

                    A casa-aldeia dos Marúbo

                    A grande maloca Tukâno

                    Aldeia e casa Tupi: Tupirapé

                    Aldeia e casa Jê: Xavante

Conclusão

Resumo : 

Os autores apresentam um apanhado geral de características e detalhes construtivos da habitação indígena no Brasil, considerando diversas culturas e povos. São estudados diversos grupos indígenas de diversas regiões do Brasil, a exemplo os Tukano, Marúbo, Mayorúna, Tupi, Xavante, Borôro, entre outros. Também apresenta como as configurações espaciais ocorrem nas aldeias, que normalmente são determinadas em função dos rios e seus afluentes e pela localização das roças. No tocante ao local de implantação, em todos os grupos indígenas, este é geralmente escolhido em função da proximidade de fontes de água e locais de plantio, considerando-se também a proteção contra enchentes, ventos e inimigos. As construções são compostas por estruturas de fácil construção e a matéria-prima empregada é disponível na natureza. A aldeia pode ser estabelecida a partir de um conjunto de casas ou em uma única unidade habitacional - uma grande maloca que abriga um grupo local ou um sib, ou seja, um grupo familiar que inclui irmãos, suas mulheres e filhos. Há áreas de domínio masculino e outras de domínio feminino, normalmente mais resguardadas. No que se refere à morfologia das aldeias, estas se relacionam às estruturas sociais de cada etnia, e também a configurações econômicas e ecológicas. Podem ser de forma circular, caso em que as habitações são dispostas de forma regular ou irregular na periferia de uma praça central; podem ter forma retangular ou quadrada, com o pátio central em formato de “U”; ou podem também ter forma linear, podendo conter arruamentos e fileiras de casas, normalmente acompanhando a extensão de um rio. Os autores citam ainda a existência de aldeias com casas formando ruas, devido ao contato com os não-índios. Além das habitações, as aldeias são compostas ainda por cemitérios, que podem estar dentro do perímetro da praça central ou afastados do aldeamento. Há ainda o registro de grupos Tupi que enterravam seus mortos dentro das suas casas. No que diz respeito às roças, podem existir locais de plantio dentro do perímetro do aldeamento, mas as principais são normalmente afastadas. Há ainda estruturas cerimoniais, como a Casa-dos-Homens, existente nas aldeias da maioria dos grupos indígenas, onde os homens adultos se pitam para as cerimônias, sendo um espaço restrito às mulheres, além de demais estruturas necessárias ao xamanismo. Estruturas de apoio à vida cotidiana na aldeia, como troncos onde se apoiam acessórios de caça, além dos caminhos para roças, locais de banho, entre outros caminhos, também fazem parte da paisagem das aldeias. Quanto à morfologia das casas, estas podem ter planta baixa circular, com cobertura cônica ou em cúpula; podem ter planta elíptica, com cobertura em duas águas, ou cônica; podem ter planta retangular com cobertura e paredes contínuas, ou em estruturas diferentes, e em duas águas ou em ogiva; e podem ainda apresentar planta baixa com forma poligonal e com cobertura em igual número de águas. Estruturalmente, pode acontecer que a estrutura seja independente da vedação ou compor com ela uma estrutura única, em que as paredes se juntam à cobertura. Esse caso é mais comum quando se trata de malocas e demais estruturas feitas para um grupo pois, permite fácil modificação e aumento da área quando necessário. Percebe-se também que, além da porta, outras aberturas são inexistentes ou, quando existem, são muito pequenas e resultantes de furos nos painéis de vedação. Os autores mostram ainda que há sempre um ponto referencial para o qual as aldeias estão voltadas, sendo este ponto, normalmente, um rio. Porém, considerando algumas aldeias Xavante, estas também podem estar voltadas para outras estruturas referenciais, como as Missões Salesianas. Além das casas, havia ainda outras tipologias de construções entre os povos indígenas, sendo estas estacionais e provisórias. São exemplos desse tipo de construção as edificações feitas em elevações e utilizadas na época de cheia dos rios, ou as estruturas de acampamento e as “casas de roça”, que servem de apoio ao trabalho agrícola quando a roça se localiza longe da aldeia. Os autores apresentam detalhes construtivos dessas edificações, como espécies de plantas utilizadas, dimensões e distância entre elementos estruturais, tipos de junção de peças e amarrações de cipó, além de representarem graficamente essas informações em planta baixa, cortes e elevações das edificações, assim como os detalhes construtivos relativos a cada um dos diversos grupos indígenas apresentados. É possível perceber características comuns aos diversos  grupos como, por exemplo, a parte mais próxima à saída da casa, portanto a área menos privada, que é destinada à acomodação dos visitantes. A partir dos casos analisados pelos autores, percebe-se variadas mudanças no estilo tradicional da construção indígena, devidas, sobretudo, ao contato com não-índios. Percebe-se, porém, que, mesmo tendo influências externas, a casa e a aldeia indígena ainda procuram atender às necessidades da vida comunitária e à observância das limitações espaciais e características locais, como topografia e recursos disponíveis. Os autores mostram que é impraticável esboçar um estudo de acordo com características únicas, como grupo linguístico, por exemplo, pois, mesmo dentro do mesmo grupo, podem existir tipologias diferentes. Ou seja, no que compete às classificações tipológicas, não é possível generalizar a cultura indígena, pois esta é bastante rica e diversa.

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 21 Julho, 2021 - 21:00
Pesquisador Responsável: 

Edmara Paiva Santana

Data da revisão: 
terça-feira, 27 Julho, 2021 - 21:00
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant'Anna