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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Técnica Construtiva Tradicional

ISBN ou ISSN: 

0716-8772

Autor(es): 

Natalia Jorquera

Onde encontrar: 

Acervo da Faculdade de Arquitetura da UFBA

Referência bibliográfica: 

JORQUERA, Natalia. Aprendiendo del Patrimonio Vernáculo: tradición e innovación en el uso de la quincha en la Arquitectura Chilena. In: Revista de Arquitectura N. 28/ 29, 2013-2014. Santiago de Chile: Facultad de Arquitectura y Urbanismo de la Universidad de Chile, 2014, p. 80-83.

Eixos de análise abordados: 
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Arquiteta, doutora em Tecnologia da Arquitetura, professora do Departamento de Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidad de Chile.

Informação constante no próprio artigo.

Sumário obra: 

Não se aplica.

Resumo : 

O texto apresenta a quincha, armação estrutural de madeira ou bambu, preenchida com terra ou barro em estado plástico, incrementado às vezes com fibras vegetais, como referência para a arquitetura contemporânea. Primeiro faz-se um breve histórico sobre as preocupações com a arquitetura vernacular, culminando com a Carta do Patrimônio Vernáculo construído, ratificada pela 12.ª Assembleia Geral do ICOMOS, no México, em Outubro de 1999. Atualmente, um novo valor se adiciona a essa arquitetura: o de ser um modelo de desenvolvimento sustentável para o habitat, com soluções simples e econômicas e respeito ao território, aos recursos naturais e às estruturas sociais. O estudo da arquitetura vernacular forneceria então estratégias e parâmetros de projeto. Há uma variedade de expressões arquitetônicas chilenas, com uso de terra e pedra ao norte, técnicas mistas de madeira e terra na região central e de madeira ao sul, que estariam relegadas, hoje, a lugares isolados na zona rural e entre os povos originários. Dentre elas, há a quincha. A técnica é usada desde os tempos precolombianos nas regiões de clima temperado com presença de madeira e terra abundante no solo, entre as regiões de Atacama e O´Higgins, e vigente nos povoados rurais dos vales transversais das regiões de Atacama e Coquimbo, onde se usa para moradias, adegas e outras edículas com fins agrícolas. A técnica envolve três elementos: estrutura, estrutura secundária e preenchimento. A estrutura principal pode estar formada por troncos, elementos de madeira lavrada ou serrada. A estrutura secundária pode ser formada por ramos, canas, ripas de madeira ou arames, dispostos na vertical, horizontal ou diagonal. O preenchimento de terra pode levar ou não fibras vegetais. Os esforços estruturais recaem sobre a madeira, e as condições de habitabilidade, à terra. A técnica é rápida e econômica, eficiente em um país sísmico e com grandes oscilações térmicas. Porém não tem prestígio, sendo abandonada em muitas regiões, principalmente, em consequência da dissociação mecânica entre a madeira e a terra, com queda do material das paredes, e da invasão dos vazios por insetos, entre eles o barbeiro. Houve recuperação da técnica, contudo, com os danos causados pelos terremotos, assim como, o final dos anos 1980, com experimentos no Vale Central, como o da Comunidade Ecológica de Pañalolén, com uso de materiais industriais, tais como malhas metálicas e arames, formando a estrutura secundária, e mesmo com o uso de peças metálicas na estrutura principal. Marcelo Cortés denominou essa técnica de quincha metálica e tecnobarro, obtendo maior liberdade formal e de vãos, mantendo as vantagens térmicas e econômicas, com melhora na adesão dos estuques e menos peso nas vedações com o emprego de maior quantidade de palha. Outro que tem ensaiado essa mescla é Patrício Arias e o escritório Surtierra Arquitectura, com o Terrapanel, usando estrutura metálica e terra mais leve.

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 19 Outubro, 2015 - 13:45
Pesquisador Responsável: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Data da revisão: 
quarta-feira, 9 Dezembro, 2015 - 13:45
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

Não consta.

Autor(es): 

Hassan Fathy

Onde encontrar: 

Acervo da biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Hassan Fathy (1900-1989) foi um arquiteto egípcio ímpar para sua época. Diplomado em 1926, com formação neoclássica, foi nomeado professor da Escola de Belas-Artes da Universidade do Cairo. Enquanto a maior parte dos seus colegas levava o olhar para os diversos movimentos modernistas e tentava introduzir, no Egito, estilos europeus, sozinho, Fathy tomou um rumo completamente diferente: procurou resgatar os antigos métodos de construção do país, com os materiais disponíveis e ao alcance dos pobres camponeses. Lançou a obra “Construindo com o povo: arquitetura para os pobres” em 1969 e, nesse mesmo ano, recebeu do governo do Egito o Prêmio Nacional de Artes e Letras. O livro foi publicado nos Estados Unidos em 1973 e no Brasil em 1980. Na época, a publicação teve grande impacto e uma repercussão significativa nos círculos acadêmicos. Quando publicado em francês, granjeou para Fathy o Prêmio de Literatura.

Informações retiradas do próprio livro e da publicação:

https://www.bibalex.org/Attachments/Publications/Files/hassan_fathy.pdf (acesso: 29/07/2015 às 11:42.)

Sumário obra: 

Prefácio

1. Prelúdio: Sonho e Realidade

  • O Paraíso Perdido: o Campo
  • Tijolo de Adobe: Única Esperança para a Reconstrução Rural
  • Bathim – Adobe para o Telhado: Tentativa e Erro
  • Núbia: Sobrevivência de uma Antiga Técnica de Construção de Abóbadas
  • Os Pedreiros Núbios Trabalhando: Primeiros Sucessos
  • Ezbet el Basry: Íblis de Tocaia
  • Furto ao Túmulo Gera Criação de Plano Habitacional Piloto
  • Nascimento de Nova Gurna: Local

2. Coral: Homem, Sociedade e Tecnologia

  • Caráter Arquitetônico
  • O Processo de Tomada de Decisão
  • O Papel da Tradição
  • Salvando a Individualidade na Aldeia
  • Restabelecendo as Tradições Artesanais da Aldeia
  • O Uso do Tijolo de Adobe – Uma Necessidade Econômica
  • Restabelecimento da Trindade : Proprietário, Arquiteto e Artesão
  • Arquitetura Vernácula de Gurna Velha
  • Mudança com Constância
  • Clima e Arquitetura
  • Orientação das Casas Determinada em Parte pelo Sol e em Parte pelo Vento
  • O Malkaf ou Pega-vento
  • Arquitetura e Sociedade
  • Estrutura de Parentesco e Costumes Locais
  • Considerações Sócio-econômicas
  • Artesanato Rural de Gurna
  • O Projeto para Nova Gurna
  • Edifícios Públicos e Equipamentos Comunitários
  • A Casa do Camponês
  • Combatendo a Esquistossomose
  • Gurna, um Projeto Piloto
  • O Sistema de Mutirão
  • Treinamento Durante o Serviço
  • Gurna não é um fim em si mesma
  • Mit-el-Nasara, uma Experiência Natimorta
  • Programa Nacional para Reconstrução Rural

3. Fuga: Arquiteto, Camponês e Burocrata

  • Primeira Estação: 1945-1946
  • Segunda Estação: 1946-1947
  • Terceira Estação: 1947-1948

4. Final: Gurna Adormecida

  • Um Arquiteto em Busca de um Patrono
  • Continuam as Difamações
  • Volta a Gurna
  • Gurna em Nabaroh
Resumo : 

Fathy inicia o livro relatando seu encontro com as formas tradicionais de construção em terra crua, e como nelas ele vislumbrou a solução para o problema habitacional do homem do campo no Egito. Acreditando no potencial desse método construtivo e na necessidade de reconhecimento desse saber milenar, tanto com o intuito de salvaguardar um patrimônio cultural quanto o de valorizar aqueles que o usufruem e que são marginalizados frente aos avanços tecnológicos, buscou desenvolver habitações que fizessem uso dessa técnica e que fossem acessíveis à população de baixa renda, satisfazendo três parâmetros: técnico, material e econômico. A priori desenvolveu habitações em que a terra crua, na forma de adobe, era empregada somente nas paredes. Verificou que essas construções não ficavam muito mais baratas do que aquelas feitas com materiais convencionais, isso porque a madeira utilizada no telhado encarecia a obra. Essas primeiras tentativas o fizeram perceber que, para alcançar seu ideal de desenvolver habitações voltadas para a camada humilde da população, era necessário que toda a construção fizesse uso da terra crua como matéria prima. Portanto, interessado em realizar edificações que fossem inteiramente desse material, resgatou, na Núbia, uma técnica de construção de abóbadas de fácil execução. O resgate dessa técnica entre os núbios foi de suma importância para o trabalho de Fathy pelo fato de dispensar o uso de formas na confecção das arcadas, o que barateava o processo e tornava-o tecnicamente mais simples. Assim, esse conhecimento garantiu viabilidade ao seu ideal de aliar, em uma construção, acessibilidade técnica e material, baixo custo, e saber tradicional. Além do interesse em solucionar o problema habitacional da zona rural, Fathy tinha a intenção de difundir esse saber entre os arquitetos, uma vez que o tema parecia ser ignorado pela própria academia, e de descontruir a ideia de que o adobe está relacionado apenas às habitações precárias das populações de baixa renda. Após essa introdução, a obra descreve a experiência que o autor teve de projetar e construir uma aldeia toda em terra crua. Nova Gurna surgiu de um convite feito ao arquiteto pelo Departamento de Antiguidades Egípcio a partir da necessidade de desapropriar uma população de 7.000 habitantes que vivia em cima das tumbas do antigo cemitério de Tebas, em uma zona considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO. Essa descrição se dá em duas partes. A primeira é dedicada a descrever e explicar todas as decisões projetuais. A segunda, a abordar as estratégias de ação para execução da nova aldeia e os empecilhos que foram vivenciados durante a sua realização, que resultaram no “fracasso” do projeto. A abordagem de Nova Gurna se inicia com a discussão acerca da situação atual da arquitetura egípcia e como o projeto se posicionava diante desse quadro. Fathy estava em desacordo com a tradição arquitetônica contemporânea do Egito, que alegava carecer de um estilo e ser fruto de importação, defendendo que a verdadeira arquitetura não consegue existir fora de uma tradição viva. Carregava consigo o desejo de superar, nesse projeto, o abismo que separa arquitetura popular daquela feita por profissionais, acreditando que o arquiteto goza de uma situação ímpar para reascender a fé do camponês na sua própria cultura. Também critica o pedantismo que permeia sua profissão, ressaltando a importância do diálogo entre arquiteto, proprietário e artesão, acreditando que eles constituem uma trindade. Fathy relata ter buscado inspiração nas formas dotadas de originalidade e espontaneidade da antiga aldeia e as ter incorporado à nova, não com um sentimento de saudosismo, mas com o objetivo de restituir aos gurnenses suas criações. Além da atenção com as antigas formas locais, se preocupou em desenhar a nova aldeia respeitando a estrutura de parentesco e costumes dos gurnenses, e em conhecer o modo como eles se relacionavam com o morar. Outra grande preocupação de Fathy era quanto às questões econômicas da aldeia, visto que a economia da comunidade dependia quase que exclusivamente de roubos aos túmulos, motivo pelo qual sofreram a expropriação. Mesmo não tendo sido solicitado, Fathy incorporou como parte vital do projeto ampliar as fontes de recursos da população, dando-lhes ocupações que rendessem, informando ao leitor tais considerações e as soluções levantadas. Além dessas questões, Fathy trata de explicar separadamente cada uma das construções planejadas para a aldeia (desde os edifícios públicos e espaços comunitários à casa do camponês) e como se daria a questão da mão-de-obra. Nesse momento Fathy aborda sua crença no sistema de mutirão para zona rural e como se deu o treinamento do serviço em Nova Gurna. Após explicar todo o projeto, Fathy se dedica a pensar essa experiência dentro de um âmbito maior, como um Programa Nacional para a Reconstrução Rural, pois, para ele, Nova Gurna não era um fim em si mesma, mas sim um primeiro passo no caminho para a regeneração da zona rural e um conceito de habitação completamente novo. Para falar das obras de construção da nova aldeia, divide a experiência em três estações, onde cada uma corresponde a um período de um ano, que vai de 1945 a 1948. Segundo ele, esse momento do livro é uma tentativa de fazer o leitor entender o fatídico desdobramento do projeto. Fathy deixa subentender que o insucesso se deu pela incompletude das obras, tendo como causa principal as dificuldades enfrentadas de ordem burocrática, mas também relata a resistência da população quanto à sua relocação, o que culminou na tentativa de sabotagem das obras, e a epidemia de cólera que afetou a aldeia. Por fim, o último aspecto tratado no livro corresponde às expectativas do autor, após o “fracasso” de Nova Gurna, com respeito a esse método construtivo e ao seu poder como ferramenta de transformação social. Fathy registra seu desejo de, no futuro, trabalhar aplicando os princípios da construção em mutirão e desenvolvendo as ideias esboçadas ao longo do livro numa cidadezinha provinciana de Nabaroh, no Egito, onde se deu a infância de sua mãe. A obra é ilustrada com algumas fotografias. 

Data do Preeenchimento: 
quinta-feira, 28 Maio, 2015 - 17:15
Pesquisador Responsável: 

Estudante bolsista: Camila Contreras Novaes

Data da revisão: 
quarta-feira, 29 Julho, 2015 - 17:15
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

85-336-2199-X

Onde encontrar: 
Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA 
Referência bibliográfica: 
WEIMER, Günter. Arquitetura popular brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 
Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Günter Weimer é arquiteto, graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1963), mestre em História da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1981) e doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1990). Atualmente é professor convidado do Programa de Pós-graduação em Urbanismo (PROPUR) da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente nos seguintes temas: arquitetura popular, história da arquitetura, imigração alemã, açorianos no Brasil e Rio Grande do Sul. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/9294112826574839
Sumário obra: 

APRESENTAÇÃO 

PRÓLOGO 

CAPÍTULO I – Como mora o povo brasileiro 

CAPÍTULO II – A composição étnica brasileira: as contribuições indígenas 

CAPÍTULO III – As contribuições ibéricas 

CAPÍTULO IV – As contribuições negras 

CAPÍTULO V – As contribuições de imigrações europeias não-ibéricas 

CAPÍTULO VI – Os tipos de casas 

CAPÍTULO VII – As técnicas construtivas 

CAPÍTULO VIII – Algumas referências especiais 

BIBLIOGRAFIA 

CRÉDITOS 

Resumo : 
A obra registra a heterogeneidade cultural do território brasileiro como consequência da sua diversificada natureza, dos diferentes processos de ocupação e das diferentes etnias que configuraram sua população. Para demonstrar esta diversidade cultural, o autor trabalha com a relação entre a arte popular e erudita, vista nas suas diversas representações: literatura, artes plásticas, dança, música, teatro e arquitetura. A primeira discussão apresentada no livro pontua as diferenças entre os conceitos de popular e vernacular. Segundo o autor, o termo vernáculo é mal empregado quando aplicado à arquitetura e defende que a expressão mais correta para se referir ao saber do povo m sua relação com a construção é o termoarquitetura popular – aquela que é própria do povo e por ele realizada. Ressalta ainda que esta é a terminologia corrente nas mais diversas línguas, com destaque para os países ibéricos. A partir desta conceituação, a obra passa a apresentar tópicos específicos sobre a arquitetura popular brasileira, destacando suas características, importância, técnicas e materiais construtivos utilizados. Quanto às características desta arquitetura o autor destaca: 1) a simplicidade – que seria resultante da utilização dos materiais fornecidos pelo meio ambiente, da relação direta com a natureza e das limitações econômicas dos construtores; 2) a adaptabilidade – característica que tem origem na arquitetura produzida pelos imigrantes que ocuparam o território brasileiro; e 3) a criatividade – presente tanto na imaginação formal como no emprego de materiais construtivos. O fenômeno da construção popular é entendido como a relação direta entre o material, a técnica empregada e a forma plástica, sendo ainda decorrente do respeito às tradições culturais do grupo, o que, para o autor não constituiria um traço limitador da criatividade, mas que expressaria o espírito conservador de cada grupo. Baseado nessas reflexões, o autor analisa os diferentes espaços construídos no Brasil - as tocas, as casas da caatinga, as moradias nas regiões do litoral, as casas das areias e coqueiros, as casas dos mangues e pântanos, as casas flutuantes, as moradias no interior das florestas, as casas no campo e as favelas urbanas. Tendo como base a composição étnica da sociedade brasileira, o autor busca identificar as principais contribuições dos indígenas e africanos, além das contribuições ibéricas e das influências romanas, germânicas, açorianas e islâmicas, como também a influência dos imigrantes mais recentes, em especial os holandeses, alemães, italianos, poloneses e japoneses na produção da arquitetura brasileira. O capitulo VII é dedicado aos materiais e técnicas construtivas utilizadas na arquitetura brasileira e nele Weimer destaca três tipologias construtivas: as construções de materiais orgânicos; as construções de terra e as construções com materiais industriais. As construções de materiais orgânicos são separadas em três tipos: a) construções que utilizam folhas e fibras nas vedações de paredes e telhados; b) construções que utilizam a madeira na estrutura e nas vedações; c) construções que utilizam materiais singulares, tais como couro de boi e cavalo, além de esterco. As construções em terra apresentam diferentes técnicas construtivas como a taipa de pilão, taipa de mão, taipa de sebe, taipa de sopapo, adobe, cerâmica, construções com terra natural e construções em torrões. As três últimas técnicas são mais raras de ser encontradas na contemporaneidade, porém foram muito utilizadas no período do Brasil Colônia. Na categoria das construções em terra o autor destaca ainda o uso deste material associado ao uso da pedra. Por fim, são apresentados os materiais industriais, com destaque para o uso das telhas de folha de flandres, mais conhecidas como telhas de zinco, que chegaram ao Brasil por volta da Primeira Guerra Mundial, das telhas de papel alcatroado, das telhas de argamassa armada e, mais recentemente, das telhas de cimento amianto. O autor faz também referências especiais às casas dos cidadãos ilustres, às construções populares de influência erudita, à arquitetura vinculada dos ciclos econômicos históricos, como os engenhos de açúcar e, finalmente, trata da integração da arquitetura com a paisagem. O livro e fartamente ilustrado com desenhos do autor. 
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 2 Setembro, 2013 - 16:30
Pesquisador Responsável: 

Mariely Cabral Santana

Data da revisão: 
domingo, 31 Agosto, 2014 - 10:30
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

Autor(es): 

Julio Roberto Katinsky

Onde encontrar: 
Acervo da pesquisadora Silvia Pimenta d’Affonsêca Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP 
Referência bibliográfica: 

KATINSKY, Julio Roberto. Um guia para a História da Técnica no Brasil Colônia. São Paulo: Universidade de São Paulo,1998. 

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Júlio Roberto Katinsky possui graduação em Arquitetura e Urbanismo (1957) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo (1973) pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor titular da Faculdade de Arquitetura desta mesma universidade e membro do corpo editorial da Pós, revista do seu Programa de Pós-Graduação. Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo. A obra em exame foi publicada pela primeira vez em 1976. 
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/4574831233204082
Sumário obra: 
Introdução 
A técnica e sua história 
Técnicas de ocupação territorial 
Técnicas de troca-comércio 
Tecnologia 
Bibliografia 
Resumo : 
O autor realiza nesta obra um estudo da história da técnica no Brasil. Explica porque não o fez baseando-se na História das Invenções, como ocorreu na Europa, devido à falta de um critério explícito para caracterizar que invenções seriam relevantes para o desenvolvimento técnico da humanidade, além do fato de que, no Brasil, não ocorreram “grandes invenções”. O estudo da técnica passa a ser estudado então por meio da análise da produção de bens tangíveis e intangíveis. Para tanto, Katinsky agrupa as técnicas de produção em três grupos interdependentes: técnicas de ocupação territorial ou relativas à organização dos assentamentos humanos; técnicas de produção para a troca – comércio interno em uma comunidade ou intercomunidades – e tecnologia strictu sensu, ou seja, técnicas de representação ou imagens que uma comunidade adota para compreender seu universo. Com relação às técnicas de ocupação territorial, informa que elas podem ser entendidas como um leque que compreende técnicas de implantação no sítio, técnicas de transportes, técnicas construtivas, técnicas de saúde e educação e, finalmente, técnicas de segurança e defesa. Para cada uma delas o autor comenta como se desenvolveram e, no caso especifico das técnicas construtivas que constituem um objeto de maior interesse para o presente guia, o autor comenta sua origem nas tradições ibéricas, descrevendo superficialmente as técnicas construtivas utilizadas em cada região do Brasil e justificando seu uso pela facilidade de acesso a determinados materiais. Descreve também como foram feitos os primeiros sistemas de abastecimento de água, isto é, os aguadeiros e chafarizes. Com relação às técnicas de troca, o autor descreve a produção de bens, tanto para o mercado local como mundial, partindo dos principais produtos do período coloniais: o açúcar, o ouro e a farinha de mandioca. Informa também sobre uma incipiente indústria da construção naval que não prosperou. No campo da tecnologia o autor se refere à intensa produção de ideias que foram materializadas através de tratados, em especial, os religiosos e militares. Chama a atenção para o tratado de Antonil, Cultura e Opulência do Brasil, por suas informações sobre drogas e minas, e para o Tratado de Arquitetura, de Frei Bernardo de São Bento, entre outros documentos manuscritos e impressos. O livro contém algumas ilustrações e apresenta bibliografia dividida por assunto, de acordo com as técnicas que o autor descrimina no texto. 
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 20 Agosto, 2012 - 14:15
Pesquisador Responsável: 

Sílvia d´Affonsêca

Data da revisão: 
domingo, 31 Agosto, 2014 - 14:00
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antônio Fernandes Cardoso

Autor(es): 

Giovanna Rosso del Brenna

Onde encontrar: 
Acervo da pesquisadora Sílvia P. d’Affonsêca 
Referência bibliográfica: 

ARQUITETURA DE TERRA: UMA VERSÃO BRASILEIRA.  Exposição organizada por Giovanna Rosso del Brenna. Centro Cultural Francês – Rio de Janeiro. 6 a 29 de maio de 1982. Solar de Montignny, PUC- RJ.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Giovanna Rosso del Brenna é italiana e historiadora da Arte. É docente da Università Cattolica del Sacro Cuore, em Milão, desde 2001, e da Università degli Studi di Genova, desde 2000. Foi também Professora Adjunta da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) entre 1978 e 1990. 
Sumário obra: 
Apresentação 
Arquitetura de terra Uma versão Brasileira 
Técnica Construtivas antiga (séculos XVII-XIX) 
Autoconstruções, hoje 
Propostas e experimentações contemporâneas 
Textos de referências 
Contribuições 
Resumo : 
A obra é o catálogo da exposição “Arquitetura de Terra” organizada por Giovanna Rosso Del Brenna, no Solar Grandjean de Montigny e Centro Cultural Francês do Rio de Janeiro, em maio de 1982. Apresenta pequenos textos baseados no livro de Silvio de Vasconcelos sobre sistemas construtivos tradicionais brasileiros, descrevendo as técnicas da taipa de pilão, do pau a pique e do adobe, seguidos de vários exemplos de edifícios construídos com estas técnicas, em diferentes estados do Brasil. O catálogo traz ainda exemplos de autoconstrução da década de 1970, com vínculos com as técnicas construtivas tradicionais e destaca um trabalho desenvolvido pela arquiteta Vera Maria Ferraz, que se encontra no Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo - CONDEPHAAT, sobre construções recentes de taipa de pilão em Mogi das Cruzes, no qual a autora, tendo encontrado alguns mestres taipeiros, descreve a técnica através desses mestres e identificar essas edificações. A obra também apresenta os resumos e as respectivas bibliografias de algumas propostas e experimentações desenvolvidas com o uso de técnicas tradicionais, tais como: Memória descritiva do Anteprojeto para a Vila de Monlevade, Sabará - MG, 1936, de Lucio Costa; Taipa. Projeto da comunidade de Cajueiro Seco - PE, 1963, de Acácio Gil Borsoi e Casas de paredes de solo-cimento, de 1948, da Associação Brasileira de Cimento Portland. Por fim, como textos referenciais, traz um texto de Luis Saia, denominado Notas Sobre a Arquitetura Rural Paulista do Segundo Século, publicado na revista do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, vol. 8, Rio de Janeiro, 1944, no qual o arquiteto paulista trata da técnica construtiva em terra nos séculos XVIII e XIX, fazendo um estudo comparativo entre os edifícios existentes deste período e considerando o tipo de solo utilizado. Outro texto de referência, tem como autor Carlos Lemos e discorre sobre as arquiteturas do litoral e do interior, mostrando as diferenças construtivas em função do clima e dos materiais disponíveis nas respectivas regiões. O mesmo texto também trata das mudanças no panorama da arquitetura após a revolução industrial. Por fim, o catálogo apresenta o resumo da experiência de Maria Pace Franco de uso da terra como material de construção no quadro da Reforma Agrária da Argélia.
 
Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 20 Agosto, 2012 - 11:45
Pesquisador Responsável: 

Sílvia d´Affonsêca

Data da revisão: 
domingo, 31 Agosto, 2014 - 11:00
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

ISBN ou ISSN: 

052156422 0

Autor(es): 

Paulo Iroquez Bertussi

Onde encontrar: 
Biblioteca da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Referência bibliográfica: 
BERTUSSI, Paulo Iroquez. “Italian (Brazil s)”. In: OLIVER, Paul (edit). Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World.Cambridge - UK: Cambridge University Press,1997, p. 1693-1694.
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Paulo Iroquez Bertussi é, atualmente, profissional liberal e diretor da empresa Bertussi Design Industrial Ltda.
Informação obtida em: https://www.facebook.com/paulo.bertussi.
Resumo : 
O verbete informa que, durante o último quartel do século XIX, grande número de italianos imigrou do norte da Itália para o Brasil, Argentina e EUA. No Brasil, a maioria teria se localizado no nordeste do Rio Grande do Sul, buscando reproduzir suas tradições construtivas e modo de vida. As primeiras construções eram feitas de alvenaria, com a pedra basáltica abundante na região ou com tijolos artesanais. De início, as casas isoladas no campo eram construções imponentes e grandes para abrigar numerosos filhos. Com o tempo, contudo, o uso da madeira foi o que permitiu a criar a arquitetura que de fato expressa esse momento histórico da imigração. Seu surgimento e desenvolvimento estão ligados à cultura de vinhedos e à preparação doméstica do vinho. A abundância de araucárias foi decisiva nessa mudança. As primeiras casas eram compostas de apenas dois cômodos: cozinha com lareira e sala de jantar onde também se poderia dormir. Os dormitórios eram construídos noutra casa afastada cerca de 20 m, devido ao medo de incêndios. Com o surgimento dos fogões modernos, as cozinhas foram construídas mais próximas dos dormitórios e ligadas a esta edificação por passagem coberta. Em seguida, a cozinha tornou-se um anexo e, por fim, foi incorporada à edificação que contém os quartos de dormir. A casa rural típica tem três andares. O primeiro é parcialmente enterrado e abriga a adega, sendo feito de alvenaria de pedras ou de tijolos e com poucas janelas para manutenção da temperatura. Aí são estocados queijos, salsichas e grãos, além de ferramentas. O segundo pavimento é feito de madeira e tem um cômodo central utilizado como sala de jantar nos domingos e feriados, e outros alinhados em duas alas à esquerda e à direita da entrada principal. No sótão há mais quartos, destinados aos filhos e à estocagem de grãos e outros alimentos que necessitam de ambiente seco. A latrina é sempre construída bem afastada da casa. Os primeiros telhados eram bem inclinados e cobertos com tabuinhas de madeira, denominadas scandole no dialeto local. Depois foram usadas telhas cerâmicas e, por fim, telhas corrugadas de zinco. Portas e janelas eram totalmente em madeira e somente a partir dos anos de 1930 foram dotadas de caixilhos e vidro. A expansão da indústria madeireira foi responsável pela difusão das casas de madeira no meio rural e também urbano. Como as tintas não eram acessíveis, as casas eram sempre na cor natural da madeira. Depois a cal foi usada como tinta. Como não havia conhecimento sobre técnicas e produtos para conservação da madeira, as casas se deterioravam e acabaram sendo substituídas por casas de alvenaria. Ao lado disso, devido à falta de políticas de reflorestamento, as araucárias logo se esgotaram, tornando essas casas testemunhos do passado. O verbete finaliza mencionando o tombamento das casas de madeira de Antônio Prado, um dos últimos conjuntos remanescentes desse período. O verbete é ilustrado com foto de uma casa antiga de alvenaria de pedra.
Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 10 Dezembro, 2013 - 12:15
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
segunda-feira, 1 Setembro, 2014 - 12:15
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 

Bibliografia citada e recomendada:

BERTUSSI, Paulo Iroquez. “Elementos de Arquitetura da Imigração Italiana”. In: Arquitetura no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora Mercado Aberto, 1983.

BERTUSSI, Paulo Iroquez. “Arquitetura Aqui (1875-1950)”. In: Nós os Ítalos Gaúchos. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1996.

POSENATO, Júlio. Arquitetura do Imigrante Italiano no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EDUCS, 1988

ISBN ou ISSN: 

978-85-7334-216-1

Autor(es): 

Leonardo Barci Castriota

Onde encontrar: 

Bibliotecas do IPHAN

Referência bibliográfica: 
MESTRES e artífices de Minas Gerais/coordenação Leonardo Barci Castriota. Brasilia, DF: Iphan, 2012. 
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Leonardo Barci Castriota Leonardo Barci Castriota é arquiteto-urbanista (1986), com doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2000) e pós-doutorado junto ao Getty Conservation Institute (GCI) em Los Angeles (2001) e a Universidad Politécnica de Madrid (2009/2010). Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal de Minas Gerais e, desde setembro de 2012, Vice-Presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação Interdisciplinar em Sociais e Humanidades (ANINTER-SH). Publicou 25 artigos em periódicos especializados e 98 trabalhos em anais de eventos. Possui 35 capítulos de livros e 16 livros publicados e organizados. Possui 65 itens de produção técnica, entre os quais se destacam projetos de restauração, planos e projetos de conservação e reabilitação do patrimônio e de planejamento urbano, notadamente a coordenação de seis planos diretores municipais. Atua na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase em conservação e revitalização do patrimônio do planejamento e projeto do espaço urbano. Tem atuação também em diversos cargos e conselhos na área de preservação do patrimônio. Atualmente é sub-coordenador do Mestrado Interdisciplinar em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável (MACPS) na UFMG. 
Informações extraídas de http://lattes.cnpq.br/5080058473539252
Sumário obra: 
  • Apresentação 
  • O registro dos Mestres Artífices: Preservação do Saber-fazer da construção tradicional 
  • Técnicas Construtivas Tradicionais em Minas Gerais 
  • Ofícios: Permanências e Transformações 
  • Ofícios da Pedra 
  • Ofícios da Cor e do Ornato 
  • Ofícios do Ferro 
  • Ofícios da Argila 
  • Ofícios da Madeira e da Taquara 
  • Considerações Finais 
  • Referências Bibliográficas 
  • Mestres Artífices da Construção Tradicional em Minas Gerais 
Resumo : 
A obra faz parte da coleção Cadernos de Memória, fruto do Projeto de Mapeamento de Mestres e Artífices, patrocinado pelo IPHAN em parceria com o Programa Monumenta e Unesco. Tal projeto tem como objetivo o mapeamento dos mestres e oficiais que dominam as principais técnicas construtivas tradicionais utilizadas nas diferentes regiões do estado, o registro do saber fazer local e o resgate e valorização desse conhecimento assim como dos mestres e artífices identificados. Os trabalhos da pesquisa já foram realizados em três estados: Pernambuco, Santa Catarina e Minas Gerais, sendo este último, a obra em referência. O livro pode ser dividido em três partes: a primeira, composta por um artigo de Castriota, trata da importância de se preservar o saber fazer das técnicas tradicionais, definindo-o como patrimônio imaterial. A segunda parte explica as razões que levaram os pesquisadores a definir as áreas da pesquisa, fazendo também a caracterização de cada uma delas. Na última parte, o livro traz o depoimento dos profissionais, mestres e artífices que foram identificados e/ou localizados durante os trabalhos de campo. Este foi realizado em três áreas do estado de Minas Gerais, a saber: a região das Minas, a região do Vale do Jequitinhonha e a zona de São Thomé das Letras, escolhidas por constituírem, segundo os pesquisadores, áreas culturais, histórica e geograficamente homogêneas. A região das Minas é altamente povoada e com municípios tipicamente urbanos, cuja ocupação se deu por povos de diversas origens em função da mineração, tendo como centro geográfico a cidade de Belo Horizonte. Com o desenvolvimento dos povoados surgiram novas necessidades e com elas a de novos profissionais: ferreiros, carapinas, alvanéus, alfaiates, seleiros, entalhadores, que irão contribuir para dar nova feição àquela paisagem. Essa região sofreu um processo decadência econômica durante todo o século XIX, até que ressurge no século XX com a exploração do ferro e a criação da Escola de Minas, em Ouro Preto, o que impacta as atividades econômicas da região e promove a formação de novos profissionais, prejudicando a continuidade de determinados ofícios tradicionais. A região do Vale do Jequitinhonha é marcada pela presença dos rios Jequitinhonha e Araçuaí, que foram responsáveis pelo povoamento local através da exploração do garimpo de diamantes, de ouro e de outros metais preciosos. Os oficiais e mestres identificados nesta área e que contribuíram para formar a paisagem cultural da região, muitas vezes também se ocupam das atividades da agricultura e da pecuária, como grande parte dos seus moradores. Nesta área foram encontrados ofícios ligados à presença indígena, como a produção do forro em taquara, a cobertura em folhas de palmeiras e o uso da tabatinga, além da construção tradicional em arquitetura de terra que ainda faz parte do cotidiano dos seus habitantes. A região de São Tomé das Letras, situada no sul de Minas, também tem sua paisagem influenciada pelas formações naturais, desta vez com serras, formações rochosas e rios. Nesta região a principal atividade é da exploração da pedra, tanto de maneira rudimentar como sob forma industrial com utilização abusiva de explosivos, o que resulta em grande degradação ambiental. Contudo, nos últimos anos, com a intervenção do poder público e a incorporação de medidas de proteção, este processo passou a ser controlado. Nesta região, os oficiais na sua maioria são os “canteiros” ou “pedreiros” experts no uso da pedra. Ressalta-se que o traçado urbano resultante destes pequenos núcleos pesquisados, na sua maioria, integra-se com a geografia dos morros e córregos locais, criando uma paisagem construída de grande valor cultural, com claras evidências de serem frutos de uma sociedade detentora de saberes e ofícios tradicionais. O reconhecimento desses espaços como patrimônio cultural e a ação de órgãos oficiais de proteção do patrimônio, veio garantir, através das obras de conservação e restauração realizadas, a continuidade e valorização destes saberes e ofícios. Os pesquisadores observaram que diversos elementos foram incorporados ao saber-fazer dos artesãos, como alguns maquinários que os auxiliam no desenvolvimento dos trabalhos, visando a facilitar a execução dos seus ofícios. A sensibilidade e o conhecimento do material com que trabalha é ainda o ponto de partida para que o artesão se sinta ou se transforme em um mestre de verdade. Saber decifrar os sons da pedra, os ritmos dos golpes da forja, o cheiro da madeira, o reconhecimento da argila através do tato, são conhecimentos adquiridos com o exercício profissional e fazem o diferencial entre um auxiliar e um artesão. A última parte do livro trás depoimentos de vários artesãos, nos quais relatam como aprenderam seus ofícios e como continuaram passando seus conhecimentos para os filhos. A maioria desses artesãos exercem suas atividades em suas próprias oficinas e em obras de restauração, não só na cidade em que vivem como também por toda a região mineira. Outros artesãos, no entanto, aprenderam ou aprimoraram seus conhecimentos em cursos de formação, promovidos pelo IPHAN, pela Universidade de Ouro Preto ou pelo Programa Monumenta, em Veneza. A obra é fartamente ilustrada com fotografia dos entrevistados, suas oficinas e seus trabalhos. Traz ainda a relação nominal dos locais pesquisados, assim como de todos os mestres e artesãos identificados. 
Data do Preeenchimento: 
domingo, 25 Maio, 2014 - 11:30
Pesquisador Responsável: 

Sílvia d´Affonsêca

Data da revisão: 
sexta-feira, 29 Agosto, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Luiz Antonio Fernandes Cardoso

ISBN ou ISSN: 

972-24-1234-5

Autor(es): 

João Mascarenhas Mateus

Onde encontrar: 

Acervo da pesquisadora Silvia Pimenta d’Affonseca Livraria BERTRAND, Lisboa

Referência bibliográfica: 

MATEUS, João Mascarenhas. Técnicas Tradicionais de Construção de Alvenarias – A literatura técnica de 1750 a 1900 para a conservação de edifícios históricos. Lisboa, Livros Novos Horizontes, 2002.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 

João Mascarenhas Mateus é investigador do Centro de Estudos Sociais, Núcleo de Cidades, Culturas e Arquitectura da Universidade de Coimbra, Portugal. Licenciado em Engenharia Civil, fez o Mestrado em Ciências da Arquitetura na Katholieke Universiteit Leuven, Bélgica, onde trabalhou como assistente de investigação (1993-1995). Realizou na Universidade La Sapienza de Roma, Itália a investigação de doutoramento sobre a utilização de técnicas tradicionais de construção de edifícios de alvenaria na atividade da conservação arquitetônica. Foi "Cultore della materia" na Faculdade de Arquitetura Valle Giulia da Univ. La Sapienza de Roma (2002-2004) e é colaborador científico da “Scuola di Specializzazione in Conservazione dei Monumenti” da mesma Universidade, desde 2002. Organizou em 2010 a Primeira Conferência sobre História da Construção em Portugal e foi um dos coordenadores do I Congresso da História da Construção Luso-Brasileira (2013).

Informações obtidas em: http://www.ces.uc.pt/investigadores/cv/joao_mascarenhas_mateus.php

Sumário obra: 

Introdução Capítulo I – A bibliografia e a transmissão do saber aos protagonistas da construção.

Capítulo II – A concepção geométrica e o dimensionamento de edifícios em alvenaria

Capítulo III – A preparação e a composição de materiais

Capítulo IV - A montagem e a execução de alvenarias

Capítulo V – A proteção e a durabilidade das alvenarias

Capítulo VI – Metodologia e utilização dos princípios e técnicas tradicionais nos processos de conservação.

Capítulo VII – Considerações Finais e conclusões da Pesquisa. Bibliografia Origem das figuras.

Resumo : 

A obra apresenta um estudo das técnicas tradicionais de construção através da análise dos tratadistas, das enciclopédias, dos manuais de construção e de bibliografias recentes que retomaram o interesse pelo tema, dando ênfase a construções de alvenarias com uso de pedra e tijolos. O limite temporal das obras estudadas abrange o período de 1750 a 1900, sendo, segundo o autor, a primeira data correspondente à edição do primeiro volume da enciclopédia de Diderot e d’Alembert e o ano de 1900, ao apogeu das investigações sobre alvenarias não armadas e declínio do ensino dessas técnicas nas escolas profissionalizantes e nas Universidades devido ao advento do cimento Portland, do concreto e do aço. O autor divide a obra em três partes: contexto, conteúdo e utilidade das técnicas tradicionais de construção em alvenaria, apresentando ainda uma vasta bibliografia consultada em ordem cronológica e classificada por assunto, o que facilita o seu uso. Na primeira parte, o autor, contextualiza o estudo das alvenarias com base na bibliografia escolhida. Na descrição de cada obra analisada, ele situa o período em foi escrita, o que nos direciona ao contexto histórico da época. Distingue as diversas categorias de obras, o que é necessário para a identificação e caracterização das técnicas construtivas; identifica a evolução científica e tecnológica dos sistemas construtivos, como as estruturas metálicas e o concreto armado, que levaram ao desuso das técnicas tradicionais. Esse conhecimento é considerado importante porque as práticas construtivas da antiguidade constituíram a base e o modelo dos processos “modernos” de construção. Segundo o autor, os documentos anteriores aos tratados do século XVII, não trazem muita informação sobre o conhecimento técnico da arquitetura. O máximo que contêm são relações matemáticas exemplificadas em desenhos e estudos para elevação de cargas nas construções por meio de alavancas. Com relação às enciclopédias, cita a de Plínio (23-70 dc), composta por 38 volumes, dos quais três são dedicados à arte de construir, tratando-se do trabalho com o ferro, o chumbo, as técnicas de pintura e o preparo de pigmentos. As ordens religiosas e a arquitetura militar também contribuíram para o desenvolvimento e a divulgação da arte de construir. Os religiosos foram responsáveis pela exportação das formas de construir, após a consolidação do poder das abadias e do poder feudal. Muitos dos superiores das grandes abadias eram construtores e arquitetos e a ânsia de dominar regiões de dimensões cada vez maiores, levou-os a desenvolver e a exportar formas de construir normalizadas, destinadas à edificação de complexos monásticos. Já a arquitetura militar teve, com o passar dos tempos, sua atuação ampliada e passou a se dedicar à construção de cartas civis destinadas à abertura de canais, estradas e à construção de pontes. No final do século XV, vários livros e tratados de arquitetura foram publicados em decorrência do surgimento da imprensa e da cultura do Renascimento. A partir da segunda metade do século XVIII, com o Iluminismo, ocorrem alterações na forma de pensar e uma revolução nos valores relativos ao conhecimento, que passa a ser dividido em várias ciências. Há ainda a criação das academias, a exemplo da Academia de Arquiteturas e das Belas Artes e da Academia Militar. No século XIX, a Revolução Industrial traz a mecanização do trabalho e a criação de máquinas para o corte da pedra, para a fabricação de tijolos e revestimentos, para a produção do aço, o que, consequentemente, leva a mudanças na construção civil. A literatura dessa época passa então a descrever os avanços desta industrialização, como a fabricação de colunas e vigas metálicas e a possibilidade de se fazer cobertura para vãos maiores. Ocorrem melhorias na área de infraestrutura com a implantação das primeiras redes ferroviárias e os canais fluviais e, portanto, também uma melhoria na distribuição dos materiais de construção. Os tratados de geometria marcaram todo o século XIX e definiram as leis da geometria que passaram a ser aplicadas sistematicamente à representação gráfica de um edifício, através de plantas, fachadas e cortes. É nesta época que se estabelecem as teorias sobre o colapso das estruturas, os métodos de cálculo para estabilidade e as tensões máximas nas alvenarias para determinado carregamento. Após a revisão dessa bibliografia, os capítulos seguintes são dedicados a destrinchar o seu conteúdo. Um deles é destinado a estudar a concepção geométrica e o dimensionamento dos edifícios em alvenaria,trazendo informações sobre o dimensionamento e a construção de colunas, pilastras, arcos e abobadas em pedra talhada (demonstrando sua estereotomia), e em alvenarias ordinárias e mistas. Passando ao estudo dos materiais, o autor comenta a preparação e a composição de materiais como blocos cerâmicos, considerando os cuidados na extração da argila, a evolução no método de cozedura e as propriedades que adquirem em função de variações de temperatura e tempo de queima. Com relação às pedras, chama a atenção para os cuidados na extração e o respeito para com o leito natural da pedra na execução dos serviços de cantaria. Na fabricação das argamassas e concretos, descreve desde a fabricação das cais, suas características e explica os procedimentos a serem adotados na mistura dos materiais, como traços e dosagem de água para os diferentes tipos de reboco e estuque. Enfim, para todos os materiais, o autor faz, inicialmente sua caracterização, seguindo com informações sobre o método de extração ou obtenção, a evolução destes métodos e as diversas possibilidades de uso. O autor detalha ainda a montagem e a execução de alvenarias, arcos e abóbadas, além da execução dos acabamentos, com ou sem revestimento, fazendo referência aos aspectos práticos da execução nas alvenarias de pedra – talhada e ordinária – e de blocos, como o cimbramento, o assentamento e o descimbramentos de arcos e abóbadas. Os dois últimos capítulos são dedicados à proteção, durabilidade e conservação das alvenarias. Inicialmente, o autor trata dos fenômenos da deterioração, propondo técnicas de proteção contra as infiltrações das águas das chuvas, seja por gravidade, incidência lateral ou ascensão por capilaridade. Finalmente trata da metodologia para a utilização dos princípios e das técnicas tradicionais nos processos de intervenção e conservação de alvenarias.

Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 13 Agosto, 2014 - 21:15
Pesquisador Responsável: 

Sílvia Pimenta d´Affonsêca

Data da revisão: 
sexta-feira, 15 Agosto, 2014 - 00:00
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant’Anna

Observação: 

Livro com ilustrações dos detalhes construtivos comentados.

Autor(es): 

Francisco Phelipe da Cunha Paz

Onde encontrar: 
Banco de dissertações do Programa de Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural do Iphan, COPEDOC-Rio de Janeiro 
Referência bibliográfica: 
CUNHA PAZ, Francisco Phelipe. “Retalhos de Sabença: Ofícios, saberes e modos de fazer dos Mestres e artífices da construção tradicional em Natividade – Tocantins”. Dissertação de Mestrado. Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural; Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Rio de Janeiro, 2013. 
Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Francisco Phelipe da Cunha Paz é historiador, formado pela Universidade Federal do Piauí, Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural - IPHAN, ex-Chefe de Divisão Técnica do Iphan no Amapá, Consultor da Unesco para Preservação do Patrimônio Cultural Imaterial. Informações prestadas pelo autor. 
Sumário obra: 
CAPÍTULO 1 –Casa, choça e choupana: os modos de construir e morar nas primeiras 
ocupações do território de Natividade. 
CAPÍTULO 2 –Retalhos de Sabença: memória e tradição dos Mestres, ofícios e técnicas da 
construção tradicional. 
CAPÍTULO 3 –A patrimonialização do saber-fazer da construção tradicional nativitana.
CONSIDERAÇÕES FINAS
FONTES E BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
Resumo : 
Esta dissertação se construiu a partir de um diálogo interdisciplinar entre a história, a arquitetura e a antropologia a fim de sanar uma demanda interna da Superintendência do Tocantins, do IPHAN, na busca de identificar e descrever os ofícios, os modos de fazer e as técnicas construtivas da construção tradicional de Natividade no estado do Tocantins que, por sua vez, tem a terra, a pedra, a madeira e o ferro como elementos principais de suas atividades. A partir das edificações e ruínas que compõem o núcleo urbano tombado dessa cidade, das memórias dos mestres tradicionais que guardam informações acerca dos processos técnicos, busca-se evidenciar o que existe de permanências, transformações e perdas nas técnicas e modos de fazer originários dos processos construtivos dos séculos XVIII e XIX. O trabalho evidencia os processos históricos para uma maior compreensão do surgimento, do desenvolvimento e do perfil da mão-de-obra especializada na construção, bem como os seus processos de aprendizagem, organização e importância na vida econômica e social da região. Realiza também reflexões sobre a importância de promoção de um retorno às técnicas e materiais tradicionais, e aos seus mestres, nas obras de restauro, na produção de moradias populares de baixo custo e mesmo na produção de uma arquitetura sustentável, como forma de preservação dos ofícios tradicionais.
Data do Preeenchimento: 
quarta-feira, 25 Junho, 2014 - 23:30
Pesquisador Responsável: 

Francisco Phelipe Cunha Paz

Data da revisão: 
domingo, 13 Julho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna

ISBN ou ISSN: 

13: 978-0-7506-6657-2 ou 10: 0-7506-6657-9

Autor(es): 

Paul Hereford Oliver

Onde encontrar: 

Disponível em pdf na Internet, em inglês.

Referência bibliográfica: 

OLIVER, Paul. Built to meet needs: cultural issues in vernacular architecture. Oxford: Architectural Press, 2006. 475 pp.

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Território e etnicidade
Dados sobre o autor(es) e obra: 
Paul Hereford Oliver nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1927. É historiador da arquitetura e escreve também sobre blues e outras formas de música afro-americana. Foi pesquisador do Oxford Institute for Sustainable Development da Oxford Brooks University e de 1978-1988 e Associated Head of the School of Architecture. É conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre arquitetura vernacular, em especial, como coordenador da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (1997) e pelo World Atlas of Vernacular Architecture (2005). O livro Built to Meet Needs é uma coletânea, editada pela primeira vez em 2006, que reúne textos, artigos e conferências do autor, elaborados entre os anos de 1980 e 2002. 

 

Sumário obra: 

Acknowledgements vii

List of illustrations xi

Introduction xxi

Part I: Defining the field

1 - Why study vernacular architecture? (1978) - 3

2 - The importance of the study of vernacular architecture (1993) - 17

3 - Problems of definition and praxis (1999) - 27

Part II: Cultures and contexts

4 - Learning from Asante (2000) - 47

5 - Cultural traits and environmental contexts: Problems of cultural specificity and cross-cultural comparability (1999) - 55

6 - Huizhou and Herefordshire: A comparative study (2001) - 69

7-  Tout confort: Culture and comfort (1986) - 87

Part III: Tradition and transmission

8 - Vernacular know-how (1982) - 109

9-  Earth as a building material today (1983) - 129

10 - Handed down architecture: Tradition and transmission (1989) - 143

11-  Technology transfer: A vernacular view (2003) - 163

Part IV: Cultures, disasters and dwellings

12 - The cultural context of shelter provision (1978) - 185

13 - Earthen housing and cultures in seismic areas (1984) - 197

14 - Factors affecting the acceptability of resettlement housing (1984) - 223

15 - Rebirth of a Rajput village (1992) - 247

Part V: Conservation and continuity

16 - Conserving the vernacular in developing countries (1986) - 267

17 - Re-presenting and representing the vernacular: The open-air museum (2001) - 287

18 - Perfect and plain: Shaker approaches to design (1990) - 315

Part VI: Suburbs and self-builders

19 - Individualizing Dunroamin (1992) - 333

20 - Round the houses (1983) - 349

21 - Kaluderica: High-grade housing in an illegal settlement (1989) - 365

Part VII: Meeting the challenge of the twenty-first century

22 - Tradition by itself (2000) - 383

23 - Ethics and vernacular architecture (2000) - 395

24 - Necessity and sustainability: The impending crisis (2002) - 411

Conferences and publications - 427

Index - 431

Resumo : 
Nesta obra o autor ressalta a grande variedade existente de formas construídas no campo da arquitetura vernacular, em decorrência da diversidade dos ambientes, economias, tecnologias, capacidades herdadas, estruturas familiares e sociais, sistemas simbólicos e de crenças das várias sociedades humanas. Essa variedade expressa também as diferentes demandas e valores inerentes a cada cultura. Este livro é uma reunião de artigos, conferências e estudos feitos por Oliver a partir dos anos de 1980, os quais organiza por temas. A obra, contudo, não é uma tentativa de classificar e descrever em detalhe as formas da arquitetura vernacular em todo o mundo como foi feito na Encyclopidia of Vernacular Architecture of the World, também coordenada pelo autor, ou no seu livro Dwellings: The Vernacular House World-Wide, ambos ainda não editados no Brasil. Alguns capítulos deste livro, contudo, são dedicados a certas idéias introduzidas nesses outros livros e que aqui são mais desenvolvidas. O autor declara na Introdução que o principal objetivo dessa publicação é considerar os fatores culturais que sustentam a arquitetura vernacular. O livro está organizado de acordo com os seguintes temas: 1) “Definindo o campo”, onde estão reunidos textos que tratam de questões conceituais como a definição e aplicação do termo “arquitetura vernacular”; 2) “Culturas e contextos”, onde se relacionam traços culturais e aspectos ambientais com as tradições construtivas; 3) “Tradição e transmissão” onde são trabalhadas questões relacionadas à transmissão e à continuidade das tradições construtivas; 4) “Culturas, desastres e moradias” que comenta as atitudes governamentais e da população sobre a questão da moradia diante e em conseqüência de desastres naturais; 5) “Conservação e continuidade”, que aborda as questões culturais relacionadas à continuidade e à conservação da arquitetura vernacular; 6) “Subúrbios e autoconstrutores” que trata das expressões da arquitetura vernacular constituídas pelas manifestações de individualidade que estão presentes na arquitetura dos subúrbios e nas experiências de autoconstrução; 7) “Enfrentando o desafio do século XXI” onde se identifica o lugar e o papel da arquitetura vernacular nas políticas de diminuição do déficit habitacional e se defende a participação das culturas afetadas por essas políticas. Cada uma dessas partes do livro é composta por textos elaborados em períodos distintos. Todos os textos dessa coletânea são fartamente ilustrados com desenhos e fotografias sobre arquitetura popular em todo o mundo, especialmente na África, Ásia e Europa, mas também na América Latina. Para efeito deste guia de fontes, 12 artigos considerados importantes para a abordagem de questões ligadas aos eixos de pesquisa aqui privilegiados foram fichados de modo independente. 

 

Data do Preeenchimento: 
segunda-feira, 6 Agosto, 2012 - 20:30
Pesquisador Responsável: 

Marcia Sant’Anna

Data da revisão: 
terça-feira, 1 Julho, 2014 - 12:00
Responsável pela Revisão: 

Daniel Juracy Mellado Paz

Observação: 
Considerando os eixos da pesquisa que orientam a seleção de obras para o Guia de Fontes sobre Arquitetura Popular foram fichados 13 textos, os quais comporão fichas específicas subordinadas e numeradas a partir desta. 

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