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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

A linguagem da imagem digital: o desenho da casa na autoconstrução.

ISBN ou ISSN: 

Não se aplica

Autor(es): 

Vera Maria Guimarães

Referência bibliográfica: 

GUIMARÃES, Vera Maria B. Calazans de Queiroz. A linguagem da imagem digital: o desenho da casa na autoconstrução. Campinas (São Paulo). (Dissertação) Mestrado em Multimeios. Instituto de Artes. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.
 

Eixos de análise abordados: 
Conceitos e métodos
Construção autogerida em meio urbano: espaços e técnicas
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Vera Maria Guimarães possui graduação em Curso de Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1971), graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1980), especialização em Análise de Sistemas pela Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo Fundação Álvares Penteado (1987), mestrado em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas (2005), e aperfeiçoamento em Computação Gráfica pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (1987). Atualmente tem vínculo de pesquisa com o Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas. Atua, principalmente, nos seguintes temas: arquitetura-linguagem, autoconstrução, desenho-metodologia, habitação popular, imagem digital e projeto arquitetônico.
Informações obtidas em: http://lattes.cnpq.br/3481379458828859
 

Sumário obra: 

 

  1. INTRODUÇÃO
  2. HABITAÇÃO POPULAR AUTOCONSTRUÍDA

2.1 Autoconstrução e Autogestão
2.2 A Questão da Moradia: o habitat
2.3 Habitação de Interesse Social
2.4 Ações Integradas no Ambiente Social
2.5 Habitação Popular : estudos e propostas
2.6 Assistência Técnica na Autoconstrução

  1. A REPRESENTAÇÃO DO DESIGN

3.1 O Desenho como Linguagem de Comunicação
3.2 Modos e Meios de Representação
3.3 O Desenho como Instrumento do Pensamento
3.4 Recursos de Multimídia: suporte técnico na autoconstrução

  1. OBJETIVOS E QUESTÕES METODOLÓGICAS

4.1 Objetivo Geral
4.2 Questões Metodológicas

  1. O DESIGN DO SISTEMA INFORMATIZADO

5.1 O Projeto da Casa
5.2 Estrutura do Sistema
5.3 Desenvolvimento do Sistema
5.4 A Interatividade entre Usuário e Sistema Informatizado

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS
  2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  3. APENSOS

 

  1. INTRODUÇÃO
  2. HABITAÇÃO POPULAR AUTOCONSTRUÍDA

2.1 Autoconstrução e Autogestão
2.2 A Questão da Moradia: o habitat
2.3 Habitação de Interesse Social
2.4 Ações Integradas no Ambiente Social
2.5 Habitação Popular : estudos e propostas
2.6 Assistência Técnica na Autoconstrução

  1. A REPRESENTAÇÃO DO DESIGN

3.1 O Desenho como Linguagem de Comunicação
3.2 Modos e Meios de Representação
3.3 O Desenho como Instrumento do Pensamento
3.4 Recursos de Multimídia: suporte técnico na autoconstrução

  1. OBJETIVOS E QUESTÕES METODOLÓGICAS

4.1 Objetivo Geral
4.2 Questões Metodológicas

  1. O DESIGN DO SISTEMA INFORMATIZADO

5.1 O Projeto da Casa
5.2 Estrutura do Sistema
5.3 Desenvolvimento do Sistema
5.4 A Interatividade entre Usuário e Sistema Informatizado

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS
  2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  3. APENSOS

 

Resumo : 

A autora discorre nesta dissertação sobre seu processo de criação e aplicação de princípios metodológicos em um sistema informatizado que visa dar suporte técnico às construções autogeridas da região de Campinas. Para isto, a partir da investigação sociocultural, foi desenvolvido o projeto de uma tipologia residencial que fosse coerente com a realidade em questão, e esta tipologia foi o conteúdo do sistema informatizado e do manual de construção colocados em apêndices da dissertação. O capítulo 2 focaliza a definição de autoconstrução a partir de estudos teóricos e da observação da atuação de programas de habitação popular do município de Campinas, especificamente aqueles que utilizam o sistema de autogestão. A autoconstrução, segundo a autora, é um conjunto de processos construtivos no qual há participação ativa de moradores, podendo acontecer enquanto ajuda mútua (somente a família), mutirão (quando há ajuda de amigos ou familiares) e com a contratação de mão-de-obra especializada para a execução de processos técnicos específicos, mas a organização, de modo geral, ocorre de forma autônoma. Na década de 1980 os programas governamentais de habitação de interesse social começaram a utilizar os sistemas de autoconstrução e mutirão. Em sua análise, a autora estuda programas federais, estaduais e municipais, que podem ocorrer através de financiamentos, melhorias ou construção de moradias, porém nenhum destes oferece assessoria técnica para acompanhamento. O município de Campinas, em parceria com a ONG IPES (Instituto de Pesquisas Especiais para a Sociedade) e a UNICAMP, desenvolveu o programa Comunidade Saudável que focalizava a qualidade de vida vinculada ao acesso à moradia, saúde, educação, cultura e lazer, associados à harmonia com o meio ambiente. O programa foi adotado na Região dos Amarais, às margens da Rodovia D. Pedro I, área formada por seis bairros com população de baixa renda e grande déficit habitacional. Entre esses bairros, o Vila Esperança tornou-se o foco de atuação da autora. Este bairro surge a partir de loteamentos urbanizados da prefeitura, que foram entregues às famílias retiradas de áreas de risco. Inicialmente, ocorreu a construção de barracos de madeira no fundo dos lotes e, posteriormente, houve a atuação do PSH (Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social) no qual residências com tipologia padrão foram construídas pelos próprios moradores, com a supervisão de um mestre-de-obras e dois engenheiros contratados pela prefeitura. A autora afirma que as residências autoconstruídas acabam sendo inadequadas às reais necessidades dos moradores, pelo fato de serem resultado de um processo empírico, sem racionalização e com poucos recursos. Por vezes, seria necessário refazer o que já está pronto ou conviver em um espaço com conforto térmico, lumínico e acústico inadequados. Guimarães, com base em estudos da arquiteta e pesquisadora da UNICAMP Silvia Pina, define diretrizes para uma melhor produção de projetos de habitação popular, que podem dizer respeito a um melhor agenciamento e metragem de cômodos, localização de esquadrias e implantação no lote. Outra referência utilizada pela autora são as recomendações do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para implementação de sistemas com a utilização de ajuda mútua e mutirões, que discorrem sobre o planejamento e o projeto. A autora defende, assim, a necessidade da autoconstrução assistida pela assistência técnica, tendo em vista que os moradores tendem a repetir soluções conhecidas e materiais convencionais, ou seja, sem racionalização das necessidades e sem espaço para inovação. No capítulo 3, a autora focaliza principalmente o design e as metodologias de representação, porém, o tópico 3.4, denominado “Recursos de Multimídia: suporte técnico na autoconstrução” discorre sobre a comunicação/representação mais coerente desse tipo de projeto. Neste tópico, a autora apresenta o site “Materiais Didáticos para Formação de Autoconstrutores em Países em Vias de Desenvolvimento”, pertencente ao Portal Fórum Habitat, que utiliza como uma referência de interface e metodologia de comunicação. Este site objetiva divulgar programas de autoconstrução em todo o mundo, como fonte importante para pesquisadores e profissionais. Neste portal podem ser encontrados diversos manuais de autoconstrução, instrumentos didáticos que facilitam a passagem de conhecimento técnico para o morador, a exemplo da Cartilha do Projeto Thaba (Bahia, 1979), a primeira produzida no Brasil. No capítulo 4, a autora apresenta seus objetivos e princípios metodológicos, definidos através da análise de todo o processo investigativo mencionado anteriormente, da identificação das necessidades/dificuldades dos moradores e da análise de referências. Cria, deste modo, um projeto arquitetônico bastante detalhado, visando atuar junto ao morador da Vila Esperança, já que este é um possível contemplado com o programa de financiamento de autoconstrução da prefeitura de Campinas. O projeto foi criado compreendendo a capacidade técnica do construtor, com respeito às técnicas e materiais comumente utilizados neste espaço, e levando em consideração o custo da obra e os parâmetros para habitações de interesse social do município. O sistema informatizado buscou facilitar a compreensão do projeto e a gestão da obra pelo autoconstrutor, utilizando principalmente hiperlinks, mas também possibilitando a impressão de todo o material instrutivo e do projeto por meio do Manual. Por fim, o capítulo 5 descreve o projeto da casa e seus parâmetros de concepção, tendo a premissa que uma casa autoconstruída não possui um exato número de etapas ou tempo para sua finalização. A autora projeta uma “casa embrião” (sala/quarto, cozinha e banheiro), que, posteriormente, pode ser ampliada para até dois quartos. Também levou em consideração as técnicas e materiais mais viáveis e utilizados na região, como a fundação em sapata corrida, vedação de bloco estrutural (pela sua facilidade construtiva), telhado em telha cerâmica, dentre outros. O projeto foi direcionado ao Programa FUNDAP, que financia moradias em áreas com situação emergencial. A interface do sistema de comunicação é bastante simples e intuitiva, constituída pelo projeto da casa, que é apresentado por meio de hipertextos associados às imagens das etapas da construção. Para avaliação da percepção do sistema informatizado foram feitos três encontros com uma moradora da Vila Esperança. No primeiro, foi apresentada a interface e os conceitos utilizados para sua criação, e, nos demais encontros, foi construído um modelo de madeira em escala 1:10 para avaliação da compreensão das instruções ali colocadas. A autora defende que a visualização mais próxima da realidade e do que será produzido de fato é fundamental para facilitar a compreensão de um projeto, já que a tecnologia proporciona a utilização interativa do construtor com o que será construído. Foi notado, após a aplicação do sistema, que o usuário adquiriu experiência e conhecimento, possibilitando que esta ferramenta também possa ser utilizada para a formação de mão-de-obra, multiplicando o potencial da comunidade.

 

Data do Preeenchimento: 
sexta-feira, 26 Julho, 2019 - 17:15
Pesquisador Responsável: 

Zara Rodrigues

Data da revisão: 
domingo, 4 Agosto, 2019 - 17:15
Responsável pela Revisão: 

Márcia Sant'Anna