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Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Simpósio sobre Arquitetura Popular no V ENANPARQ 2018
Igatu / Chapada Diamantina-Ba, 2016.
Espigueiros. Portugal, 2017.
Espigueiros. Portugal, 2017.

Contribuição dos africanos

ISBN ou ISSN: 

978-65-86753-59-2

Autor(es): 

Maria Estela Ramos Penha

Onde encontrar: 
Referência bibliográfica: 

PENHA, Maria Estela Ramos. Contribuição dos africanos. In: NEVES, Célia et al. Arquitetura e Construção com Terra no Brasil. Tupã, São Paulo: ANAP, 2022, 251 p.: il. – (PPGARQ ; v. especial). cap. 1.5, p. 65-72. ISBN 978-65-86753-59-2. E-book.

Eixos de análise abordados: 
Saberes tradicionais e espaço arquitetônico
Tecnologia tradicional no território e na edificação: vigências e usos contemporãneos
Dados sobre o autor(es) e obra: 

Maria Estela Ramos Penha Possui Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Mestrado e Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (FAU-UFBA) e Especialização em Tecnologias Ambientais (Universidade Anhanguera). Dispõe de experiência profissional na área de projetos de arquitetura e de interiores, projetos comunitários com técnicas construtivas tradicionais, tecnologias sociais, assistência e assessoria técnica em autoconstrução. É pesquisadora na temática da arquitetura afro-brasileira e das espacialidades em comunidades negras e quilombolas, com ênfase na formação de bairros negros. Participa dos grupos de pesquisa Espaço Livre, EtniCidades e Arq Pop, da UFBA, e do Maloca, da UNILA. Atua como arquiteta e professora no curso de Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Unime, em Lauro de Freitas-BA, onde também desenvolve pesquisas de iniciação científica referentes a estudos afro-brasileiros, questões ambientais e projetos de extensão. 

 

Fonte: 

http://lattes.cnpq.br/3100513551876982  

 

Sumário obra: 

Não se aplica

Resumo : 

O texto versa sobre a contribuição dos africanos no território brasileiro, a partir de duas perspectivas: a disseminação e difusão das técnicas construtivas dessa procedência que utilizam a terra e a arquitetura resultante como meio de expressão cultural e de modos de vida. A disseminação das técnicas milenares africanas no Brasil consolidou principalmente a taipa de mão e a alvenaria de adobe, que são empregadas até os dias atuais em comunidades mais tradicionais. Em toda a extensão do país, do Norte ao Sul, pode-se afirmar que a ocupação da população negra esteve associada à construção com terra, como principal material, o que caracterizou as casas quilombolas, sendo que muitas dessas atuais comunidades tradicionais continuam produzindo moradias utilizando taipa de mão e adobe. No período colonial, o meio urbano também foi formado por meio dessas maneiras de construir. Para entender melhor o processo de propagação dessas técnicas de origem africana é necessário avaliar o meio social onde estão inseridas, pois a população negra, como grupo com escassos recursos econômicos, subalternizado e discriminado racial, política, social e culturalmente, precisou realizar uma precarização das técnicas da taipa de mão e do adobe, pela necessidade emergencial de moradia, ocasionando habitações mal construídas e insalubres. Essa precarização ocorreu tanto em meio rural, quanto em áreas urbanas. Em meio rural, as moradias eram construídas para servir de suporte aos trabalhos sazonais e, portanto, de caráter provisório. Em meio urbano, a precariedade ocorreu devido ao processo de arrendamento, muito utilizado, por meio do qual se construíam habitações provisórias em áreas emprestadas. Além das técnicas construtivas, o patrimônio cultural afro-brasileiro constitui-se pela peculiaridade no modo de fazer das casas, que se dá por meio da coletividade, no qual o conhecimento é transmitido de geração em geração. Para além do material de construção, a terra carrega valores simbólicos em comunidades afro-brasileiras, cuja estética filosófica remete à origem, ancestralidade, fertilidade, prosperidade e à força da natureza. Conclui-se que que a construção com terra é um dos grandes aportes africanos e afro-brasileiros, constituindo identidades culturais e memórias coletivas, formando parte do patrimônio cultural brasileiro material e imaterial. Deve-se também considerar que, ao longo dos séculos e na extensão do Brasil, as citadas técnicas de origem africana e de outras origens influenciaram-se mutuamente. Reconhecer e valorizar essas qualidades construtivas e arquitetônicas da construção com terra de origem da africana é também valorizar a identidade cultural afro-brasileira e a sua contribuição para a nossa arquitetura. 

Data do Preeenchimento: 
terça-feira, 11 Julho, 2023 - 18:30
Pesquisador Responsável: 

Alessandra Anunciação

Data da revisão: 
terça-feira, 11 Julho, 2023 - 18:30
Responsável pela Revisão: 

Marcia Sant’Anna